Simulado
sobre Arcadismo
01 – (VUNESP/UNOPAR) –
Considerando o “mais árcade” dos poetas brasileiros do fim do século XVIII, ele
realizou plenamente o ideal áurea mediocritas (áurea mediania): Dirceu, o
pastor, louvou a vida campestre e a simplicidade; elevou a mulher à categoria
de musa inspiradora constante – como foi comum no Neoclassicismo europeu – e
defendeu a utópica superioridade do homem natural.
O poeta a que se refere o
trecho acima é:
a)
Cláudio Manuel da Costa.
b)
Castro Alves.
c)
Casimiro de Abreu.
d)
Tomás Antônio Gonzaga.
e)
Gonçalves Dias.
02 – Sobre o Arcadismo no
Brasil, assinale a incorreta.
a)
Coincide, no plano histórico, com as
rebeliões nativistas, com o ciclo do ouro, com o apogeu de Minas Gerais e com o
despotismo esclarecido do Marquês de Pombal.
b)
Desenvolveram-se as poesias lírica, épica e
satírica.
c)
Marca o aparecimento do nativismo
reivindicatório e do indianismo, ainda que o índio não seja, em O Uraguai e
Caramuru, tomado como símbolo da nacionalidade.
d)
Passa a haver ressonância das obras no meio social
e a literatura passa a exprimir o descontentamento dos habitantes da Colônia em
relação à Metrópole.
e)
Há nítido predomínio da prosa,
através da crônica, do conto e da novela.
03 – “Sua notoriedade
resulta do poema épico que escreveu, não tanto pelo assunto, mas por sua
técnica expressiva. Inútil procurar nele reminiscências de Camões, pois embora
estas possam existir, minguada e avulsamente, o poema já não é camoniano na
estrutura, na composição, no decassílabo, na ductilidade da expressão. Nada de
oitavas, nada de rimas, pois já se impunham a seu espírito outros modelos de
epopeia. E, além de seus méritos formais, o poemeto ostenta o de ter
transformado os pastores da Arcádia, cuja substância era pura nuvem, nos índios
brasileiros, reais e ainda mais próximos da natureza.”
O trecho acima refere-se a:
a)
Cláudio Manuel da Costa.
b)
Gregório de Matos.
c)
Tomás Antônio Gonzaga.
d)
Santa Rita Durão.
e)
Basílio da Gama.
04 – Sua obra lírica tem por
vigas o motivo bucólico e as cadências do soneto camoniano. Os prados e os
rios, os montes e vales não só servem de fundo às inquietações amorosas, como
também de seus confidentes. De todos os árcades foi o mais preso às emoções e
aos valores da terra. Trata-se de:
a)
Cláudio Manuel da Costa.
b)
Silva Alvarenga.
c)
Alvarenga Peixoto.
d)
Basílio da Gama.
e)
Tomás A. Gonzaga.
05 – (UFV)
Enquanto pasta, alegre, o manso gado,
Minha bela Marília, nos sentemos
A sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive nos descobre
A sábia natureza.
Tomás Antônio Gonzaga
Todas as alternativas
apresentam uma característica temática do Arcadismo utilizada por Gonzaga nos
versos acima, EXCETO:
a) O poeta busca
motivos bucólicos, com sensualismo e subjetivismo exagerados.
b) A poesia da Arcádia
transforma o campo num bem perdido.
c) A vida em contato com a
natureza é revalorizada.
d) O emprego de uma
linguagem poética cheia de simplicidade faz parte da retórica neoclássica.
e) O árcade adota uma
personalidade fictícia, um estado pastoril.
06 – (ITA) – Leia
atentamente as informações, e relacione-as aos autores apresentados:
I – Os cem sonetos de [...]
compõem um cancioneiro onde não uma só figura feminina, mas várias pastoras, em
geral inacessíveis, constelam uma tênue biografia sentimental. Os prados e os
rios, os montes e os vales servem não só de pano de fundo às inquietações de
Glauceste, como também de seus versejador.
II – Resta ver a força
artesanal, que é patente em um versejador como [...].
Alguns de seus sonetos
sacros e amorosos transpõem com brilho esquemas de Gôngora e Quevedo e valem
como exemplo do gosto seiscentista de compor símiles e contrastes para enfunar
imagens e destrinçar conceitos. Autores:
a)
Gregório de Matos.
b)
Cláudio Manuel da costa.
c)
Tomás A. Gonzaga.
d)
Basílio da Gama.
e)
Alvarenga Peixoto.
f)
Padre Vieira.
a)
I – c; II – f.
b)
I – d; II – c.
c)
I – e; II – f.
d)
I – b; II – c.
e)
I – b; II – a.
07 – (ITA) – Poema:
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da
Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes.
Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 2002, p. 78-9.
Dadas as asserções:
I – O poema manifesta o
conflito do poeta, homem nativista provinciano, ligado à terra natal, cuja
formação superior deu-se na metrópole.
II – O poema mostra como o
autor soube explorar a característica principal do Arcadismo: a celebração da
vida urbana pelo intelectual, consciente das dificuldades da vida no campo.
III – O poema manifesta a
preocupação do poeta com os problemas sociais da época: transferência de
riquezas da colônia para a metrópole, oriundas da pecuária, e empobrecimento do
homem do campo.
Está(ão) correta(s):
a)
Apenas a I.
b)
Apenas a II.
c)
I e II.
d)
I e III.
e)
II e III.
08 – Poema satírico sobre os
desmandos administrativos e morais imputados a Luís da Cunha Menezes, que
governou a Capitania das Minas de 1783 a 1788:
a)
Marília de Dirceu.
b)
Vila Rica.
c)
Fábula do Ribeirão do Carmo.
d)
Cartas Chilenas.
e)
O Uraguai.
09 – O poema mencionado,
embora tenha circulado anônimo, é modernamente atribuído a:
a)
Cláudio Manuel da Costa.
b)
Tomás Antônio Gonzaga.
c)
Alvarenga Peixoto.
d)
Gregório de Matos.
e)
Antônio Vieira.
10 – Em seu poema épico,
tenta conciliar a louvação do Marquês de Pombal e o heroísmo do índio.
Afasta-se do modelo de Os Lusíadas e emprega como maravilhoso o fetichismo
indígena. São heróis desse poema:
a)
Cacambo, Lindoia, Moema.
b)
Diogo Álvares Correia, Paraguaçu, Moema.
c)
Diogo Alvares Correia, Paraguaçu, Taanajura.
d)
Cacambo, Lindoia, Gomes Freire de
Andrade.
e)
N.D.A.
11 – (UEL) – Simplificando a
linguagem lírica de Cláudio Manuel da Costa, mas evitando igualmente a diluição
dos valores poéticos no sentimentalismo, as _________ mais densas, dedicadas a
_________, fizeram de _________ uma figura central do nosso Arcadismo.
a)
Crônicas – Marília – Dirceu.
b)
Crônicas – Gonzaga – Dirceu.
c)
Sátiras – Dirceu – Gonzaga.
d)
Liras – Gonzaga – Dirceu.
e)
Liras – Marília – Gonzaga.
12 – (SANTA CASA)
Alguém há de cuidar que é
frase inchada
Daquela que lá se usa entre
essa gente
Que julga que diz muito, e
não diz nada.
O nosso humilde gênio não
consente,
Que outra coisa se diga
mais, que aquilo
Que só convém ao espírito
inocente.
Os versos de Cláudio Manuel
da Costa lembram o fato de que:
a)
A expressão exata, contida, que busca os
limites do essencial, é traço da literatura colonial brasileira e dos primeiros
movimentos estéticos pós-independência.
b)
O Barroco se esforçou por alcançar uma
expressão rigorosa e comedida, a fim de espelhar os grandes conflitos da alma
do homem da época.
c)
O Arcadismo, buscando simplicidade,
se opôs à expressão intrincada e aos excessos do cultismo barroco.
d)
O Romantismo, embora tenha refugado os
rigores do formalismo neoclássico, tomou por base o sentimentalismo originário
desse movimento estético.
13 – (F. CIÊN. AGRÁRIAS DO
PARÁ) – Leia a seguinte estrofe da Lira I de Tomás Antônio Gonzaga.
Irás a divertir-te na
floresta,
Sustentada, Marília, no meu
braço;
Ali descansarei a quente
sesta,
Dormindo um leve sono em teu
regaço;
Enquanto a luta jogam os
pastores,
E emparelhados correm nas
campinas,
Toucarei teus cabelos de
boninas,
Nos troncos gravarei os teus
louvores.
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!
Dela pode-se afirmar que:
a)
Deixa transparecer sinais que comprovam que
vai de encontro à luta pela simplicidade de expressão.
b)
Prega o ideal de felicidade na vida
simples em contato com a natureza.
c)
Analisa cenas que se passam num ambiente
cortesão.
d)
Expressa toda sua angústia pela ausência da
mulher amada.
e)
A necessidade de lazer era um dos pontos a
explorar no ideal de felicidade urbana que os árcades defendiam.
14 – (ITA) – Uma das
afirmações abaixo é INCORRETA.
Assinale-a:
a)
O escritor árcade reaproveita os seres
criados pela mitologia greco-romana, deuses e entidades pagãs. Mas esses mesmos
deuses convivem com outros seres do mundo cristão.
b)
A produção literária do Arcadismo brasileiro
constitui-se sobretudo de poesia, que pode ser lírico-amorosa, épica e
satírica.
c)
O árcade recusa o jogo de palavras e as
complicadas construções da linguagem barroca, preferindo a clareza, a ordem
lógica na escrita.
d)
O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão,
tem como assunto o descobrimento da Bahia, levado a efeito por Diogo Álvares
Correia, misto de missionário e colono português.
e)
A morte de Moema, índia que se
deixa picar por uma serpente, como prova de fidelidade e amor ao índio Cacambo,
é o trecho mais conhecido da obra O Uruguai, de Basílio da Gama.
15 – (ITA) – Dadas as
afirmações:
I – O Uruguai, poema épico
clássico que antecipa em várias direções o Romantismo, é motivado por dois
propósitos indisfarçáveis: exaltação da política pombalina e antijesuitismo
radical.
II – O(A) autor(a) do poema
épico Vila Rica, no qual exalta os bandeirantes e narra a história da atual
Ouro Preto, desde a sua fundação, cultivou a poesia bucólica, pastoril, na qual
menciona a natureza como refúgio.
III – Em Marília de Dirceu,
Marília é quase sempre um vocativo; embora tenha a estrutura de um diálogo, a
obra é um monólogo – só Gonzaga fala, raciocina; constantemente cai em
contradição quanto à sua postura de pastor e sua realidade de burguês.
Está(ão) correta(s):
a)
Apenas I.
b)
Apenas II.
c)
Apenas I e II.
d)
Apenas I e III.
e)
Todas.
16 – (ITA) – As opções
seguintes referem-se aos textos:
Texto A: Ah! enquanto os
destinos impiedosos
(II)
Não voltam contra nós a face irada,
Façamos, sim, façamos, doce
amada,
Os nossos breves dias mais
ditosos.
Texto B: Ó não aguardes que
a madura idade
(I) Te converta essa flor, essa beleza
Em terra, em cinza, em pó, em
sombra, em nada.
Texto C: Nos olhos Capitu
não sofre o pranto,
(III) E rompe em profundíssimos suspiros,
Lendo na testa da fronteira
gruta
De sua mão já trêmula gravado
O alheio crime, e a voluntária
morte.
Texto D: O todo sem a parte
não é todo;
(I)
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo
parte,
Não se diga que é parte, sendo
todo.
Preencha os parênteses ao
lado dos textos dados, obedecendo à seguinte convenção:
I – Gregório de Matos.
II – Tomás Antonio Gonzaga.
III – Basilio da Gama.
IV – Cláudio Manuel da
Costa.
Preenchidos os parênteses, a
sequência correta é:
a)
II – I – III – I.
b)
IV – I – II – II.
c)
I – II – II – I.
d)
I – IV – III – I.
e)
II – IV – III – IV.
17 – (PUCCAMP)
Acaso são estes
Os sítios formosos,
Aonde passava
Os anos gostosos?
São estes os prados,
Aonde brincava,
Enquanto pastava,
O manso rebanho
Que Alceu me deixou?
Os versos acima, de Tomás
Antônio Gonzaga, são expressão de um momento estético em que o poeta:
a)
Busca expressão para o sentimento religioso
associado à natureza, revestindo frequentemente o poema do tom solene da
meditação.
b)
Tentava exprimir a insatisfação do mundo
contemporâneo, dava grande ênfase à vida sentimental, tornando o coração a
medida mais exata de sua existência.
c)
Buscava a “naturalidade”. O que
havia de mais simples, mais “natural”, que a vida dos pastores e a contemplação
direta da natureza?
d)
Tinha predileção pelo soneto, exercitando a
precisão descritiva e dissertativa, o jogo intelectual, a famosa “chave de ouro”.
e)
Acentuava a busca da elegância e do requinte
formal, perdendo-se na minúcia descritiva dos objetos raros: vasos, taças,
leques.
Soneto XLVI:
Não vês, Lise, brincar esse menino
Com aquela avezinha? Estende o braço;
Deixa-a fugir; mas apertando o laço,
A condena outra vez ao seu destino?
Nessa mesma figura, eu imagino,
Tens minha liberdade; pois ao passo,
Que cuido, que estou livre do embaraço,
Então me prende mais meu desatino.
Em um contínuo giro o pensamento
Tanto a precipitar-me se encaminha,
Que não vejo onde pare o meu tormento.
Mas fora menos mal esta ânsia minha,
Se me faltasse a mim o entendimento,
Como falta a razão a esta avezinha.
Com aquela avezinha? Estende o braço;
Deixa-a fugir; mas apertando o laço,
A condena outra vez ao seu destino?
Nessa mesma figura, eu imagino,
Tens minha liberdade; pois ao passo,
Que cuido, que estou livre do embaraço,
Então me prende mais meu desatino.
Em um contínuo giro o pensamento
Tanto a precipitar-me se encaminha,
Que não vejo onde pare o meu tormento.
Mas fora menos mal esta ânsia minha,
Se me faltasse a mim o entendimento,
Como falta a razão a esta avezinha.
Cláudio Manuel da
Costa
18 – O tema soneto é:
a) O
contraste natureza-cultura.
b) Os
problemas de sua terra.
c) O
contraste rústico-civilizado.
d) O desajuste amoroso.
e) O
amante infeliz.
19 – Assinale o par que NÃO corresponde a uma relação de
identidade ou de realidade no poema:
a)
Amada/menino.
b)
Poeta/avezinha.
c)
Poeta/liberdade.
d)
Ave/laço.
e)
Poeta/prisão.
20 – Se pensarmos na “função
semântica” (significativa) da rima, que par traduziria melhor a ideia do poema?
a)
Pensamento/tormento.
b)
Imagino/desatino.
c)
Minha/avezinha.
d)
Braço/laço.
e)
Menino/destino.
21 – Que resposta melhor
justificaria a passagem de “aquela
avezinha” (2° verso) para “esta
avezinha” (último verso)?
a)
O desatino do poeta e o da ave são
idênticos.
b)
O poeta deixa transparecer a piedade que
sente pelo pássaro.
c)
A ave aproximou-se do poeta.
d)
A proximidade da ave é imaginária, fruto de
uma identidade de destino.
e)
A passagem do tempo.
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