quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

POEMA: GATO NO MATO - SEBASTIÃO NUVENS - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Gato no mato
             Sebastião Nuvens


Um gato
Foi passear no mato
Quando chegou
No meio do mato encontrou
Outro gato.

Os dois gatos
Foram caçar patos.
Quando chegaram perto dos patos,
Surgiram outros
Dois gatos.

Os quatro gatos
Foram procurar
Ninho de carrapato
Quando chegaram
Perto dos chatos
Apareceram outros
Quatro gatos.

Os oitos gatos foram
Brincar de dar saltos
Enquanto davam
Saltos muitos altos,
Se encontraram com mais oito gatos.

Os dezesseis gatos
Resolveram sair do mato
Quando saíram do mato, deram de cara com
Outros dezesseis gatos.

Os trintas e dois gatos
Decidiram caçar ratos
Enquanto caçavam ratos,
Apareceram outros trinta e dois gatos.

Aí, os ratos gritaram:
--Assim, não! Desse jeito é covardia!

Envergonhados,
Os gatos foram saindo
De mansinho,
Cada um para o seu lado.

E, como não tinha
Nada para fazer,
Um dos gatos resolveu
Ir passear no mato.
         Sebastião Nuvens. Ciência Hoje das Crianças. n° 128.
Entendendo o poema:

01 – “Personificação" é um recurso de linguagem que consistem em atribuir qualidades humanas a seres não humanos ou inanimados. No poema, que ações ou atitudes dos gatos são exemplos de personificação?
      Os gatos foram caçar patos, foram procurar ninho de carrapatos, foram brincar de dar saltos.

02 – A cada estrofe, o número de gatos dobra no poema. Em quais estrofes isso não ocorre? Por quê? 
      Pois, Trinta e dois gatos, foram caçar ratos. Os ratos gritaram, que seria uma covardia.

03 – O poema é inspirado em brincadeiras populares feitas com numerais.
a)   Identifique alguns numerais empregados no poema e classifique-os.
Entre outros: dois, quatro, oito. São todos numerais cardinais.

b)   Você conhece outras brincadeiras populares que também exploram numerais? Se sim, conte para os colegas como são.
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: “Sete e sete são catorze / Três vezes sete vinte um...”; “Um, dois, feijão com arroz...”; “A galinha do vizinho bota ovo amarelinho, bota um, bota dois...”

04 – A diversão dessa brincadeira está na mudança da quantidade de gatos. De uma estrofe para outra, o que acontece com o número de gatos?
      Ele dobra a cada estrofe.

05 – Na 7ª estrofe, os ratos põe fim à sequência crescente do número de gatos.
a)   Explique: O que os ratos querem dizer com a frase: “—Assim, não! Desse jeito é covardia”?
Querem dizer que são muitos gatos para poucos ratos, ou que é uma luta desigual.

b)   Se os ratos não quebrassem a sequência, como você acha que seria a 7ª estrofe do poema? Crie uma estrofe, dando continuidade à sequência, de acordo com sua imaginação. Depois, leia-a para a classe.
Pela lógica, haveria sessenta e quatro gatos, que encontrariam outros sessenta e quatro.

06 – A palavra um foi empregada na primeira e na última estrofes do poema. Leia o boxe “um: artigo ou numeral?” e discuta com os colegas. A palavra um, nessas situações do poema, é artigo indefinido ou numeral?
      Entendemos que há as duas possibilidades de análise. Inicialmente, a palavra um parece ser artigo indefinido, ou seja, um gato qualquer vai passear no mato. A partir da 2ª estrofe, entretanto, fica claro que o texto explora numerais; portanto, o numeral dois estaria em oposição ao numeral um.

07 – Compare a primeira e a última estrofes do poema. O que você acha que pode acontecer depois da última estrofe?
      Provavelmente vai começar tudo de novo.

08 – O numeral, como qualquer outra palavra da língua, pode ter uma participação especial na construção de textos. Conclua: Qual é o papel do numeral na construção do poema lido?
      Ele é o centro do texto, pois todo o jogo sugerido pela brincadeira é construído em torno dos numerais ou da noção de dobro.




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