domingo, 20 de janeiro de 2019

TEXTO: RIR, O MELHOR REMÉDIO - LEANDRO SARMATZ - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Rir, o melhor remédio
     
      Gargalhadas são contagiosas. Mulheres riem mais que homens. Chimpanzés adoram cócegas. Com você, a divertida história do riso
                                                                             Leandro Sarmatz

        Mas o que é o riso? Em que situações ele ocorre? É exclusivamente humano? Desde que o filósofo grego Aristóteles declarou que “o homem é o único animal que ri”, um bocado de gente vem quebrando a cabeça nos últimos 2 000 anos para definir esse fenômeno. Embora a Filosofia (Platão, Kant, Bergson) e, mais tarde, a Psicologia (Freud) tenham se debruçado sobre o riso, o fato é que pouco se elucidou a respeito no mundo das ciências naturais. “Assim como o amor, o riso passou ao largo do escrutínio dos cientistas”, afirma Robert R. Provine, o primeiro a admitir que, não fosse o preconceito da academia com o tema, suas conclusões poderiam ter vindo à tona há pelo menos 300 anos nas mãos de outro pesquisador.
        Mas a importância do riso vai além disso. “O potencial da risada na saúde ainda não mereceu a devida atenção dos especialistas”, afirma Provine. Embora filmes como Patch Adams: O Amor É Contagioso (1998), estrelado pelo comediante Robin Williams e baseado na história do médico que usava o humor para tratar de seus pacientes, apregoem a importância terapêutica de uma sonora gargalhada, ainda são poucos os especialistas em saúde que se interessam pelo assunto.
        Há mudanças. A surrada frase “rir é o melhor remédio” parece ter cada vez mais sentido para a ciência. O cardiologista Michael Miller, da Universidade de Maryland, Estados Unidos, liderou uma pesquisa sobre os benefícios do riso para a saúde do coração. Chegou a resultados surpreendentes. Comparando as atitudes diante da vida de 150 pessoas com histórico de enfarto com o mesmo número de pessoas sadias, descobriu que aquelas que nunca tinham sofrido com problemas no coração eram as que demonstravam bom humor constante. Para evitar problemas cardíacos, Miller recomenda combinar a velha receita de saúde (exercícios físicos regulares e dieta balanceada) com algumas gargalhadas durante o dia.
        Outro pesquisador interessado no riso é o inglês Richard Wiseman, professor de Psicologia na Universidade de Hertfordshire, Inglaterra, e criador, juntamente com a Associação Britânica para o Progresso da Ciência, do Laugh Lab (“laboratório do riso”). O Laugh Lab mantém um site para coletar piadas. O pano de fundo é o interesse para descobrir os mecanismos do humor. Tirando o fato de que a graça de uma piada depende do bom conhecimento do idioma em que ela está sendo contada (além da compreensão do contexto cultural, gírias e personagens), a iniciativa é inédita e parece marcar um ponto de ruptura com a sisudez da ciência tradicional.
        Antes da ciência, o mundo dos espetáculos e do show business já havia descoberto como tirar proveito da combinação entre piadas e risos. Sabe aquela risada coletiva que ecoa nos programas humorísticos das tevês do mundo inteiro e contagia os espectadores? Pois sua forma “industrializada” existe desde setembro de 1950, quando o seriado cômico The Hank McCune Show inaugurou a prática de inserir risadas em playback de uma claque especialmente contratada ao final de cada gag (piada). A invenção foi um sucesso instantâneo e é praticada até os dias de hoje, mesmo tendo sido considerada, em 1999, uma das 100 Piores Ideias do Mundo em votação da revista Time. Sem a claque, acredite, a risada que você vê na tela seria muito menos engraçada.
        Até parece piada.
                   Leandro Sarmatz. Revista Superinteressante. N° 173.
Fevereiro de 2002. Abril, São Paulo.
Entendendo o texto:
01 – Por que o texto pode ser considerado informativo?
      O texto leva o leitor informações baseadas em estudos científicos e dados jornalísticos.

02 – O texto apresenta uma ideia principal; o riso beneficia a saúde do coração. Dê uma ideia secundária, um exemplo ou um detalhe que explique essa ideia principal.
      As pessoas que demonstram constante bom humor estão fora das estatísticas de enfarte.

03 – O autor do texto diz que a graça de uma piada depende do bom conhecimento do idioma.
Dê um argumento (fato, explicação) que comprove a firmação e dê um argumento que contradiz essa ideia. Depois, dê a sua opinião e explique-a.
      Os ouvintes de uma história engraçada ou piada precisam conhecer as gírias utilizadas, embora o uso de “risadas industrializadas” usadas em programas humorísticos contagiam, de maneira geral, os espectadores.

04 – Na sua opinião, por que a invenção de gravar risadas para colocar nos programas humorísticos foi considerada uma das piores ideias do mundo?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Qual a função das aspas, no texto? No lugar das aspas poderiam ter sido usados travessões? Por quê?
      As aspas têm duas funções: marcar a fala de uma pessoa (primeiro parágrafo) e destacar palavras (segundo, terceiro e quarto parágrafos). Os travessões não são adequados, pois não se trata de discurso direto.

06 – Por que algumas pessoas não riem quando ouvem histórias engraçadas?
      Porque não entendem a história, ou os trocadilhos, ou as gírias.

07 – Cite algumas situações que fazem você rir muito.
      Resposta pessoal do aluno.



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