domingo, 13 de janeiro de 2019

POEMA: MATINAL - MÁRIO QUINTANA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Matinal
         
           Mário Quintana


Entra o sol, gato amarelo, e fica
à minha espreita, no tapete claro.
Antes de abrir os olhos, sei que o dia
virá olhar-me por detrás das árvores.
Ah! sentir-me ainda vivo sobre a face da Terra
enquanto a vida me devora…
Me espreguiço, entredurmo… O anjo da luz espera-me


Como alguém que vigiasse uma crisálida.
Pé ante pé, do leito, aproxima-se um verso
para a canção de despertar:
os ritmos do tráfego vibram como uma cigarra,
A tua voz nas minhas veias corre,
e alguns pedaços coloridos do meu sonho
devem andar por esse ar, perdidos…
                        Mário Quintana. A cor do invisível. Rio de Janeiro: Objetiva.

Entendendo o poema:
01 – O texto descreve o amanhecer. Porém, como se trata de um texto poético, a descrição não é feita de modo objetivo, mas de modo ambíguo, isto é, com duplicidade de sentidos, criada por meio de comparações. A que é comparado o amanhecer?
      Inicialmente a um gato, depois a uma cigarra.

02 – Para tornar o poema rico de sentidos, o poeta utiliza comparações, criando uma área semântica relacionada com gato e cigarra. Daí o emprego de expressões como espreita, detrás das árvores, vibram. No plano da realidade, a que corresponde:
a)   Gato amarelo?
Corresponde ao Sol.

b)   Espreitar no tapete claro?
Aos raios do sol refletidos no tapete do quarto.

c)   Olhar-me por detrás das árvores?
Ao sol subindo lentamente por entre as árvores.

d)   Anjo da luz?
Refere-se ao Sol.

e)   Ritmos do tráfego vibram como uma cigarra?
Aos barulhos e vibrações sonoras ouvidos de manhã.



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