TEXTO: LIVRO - a troca
Pra mim, livro é vida; desde muito
pequena os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora,
livro era tijolo; em pé fazia parede; deitado, fazia degrau de
escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado. E quando a casinha
ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro.
De casa em casa eu fui descobrindo o
mundo (de tanto olhar pra paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois,
decifrando palavras.
Fui crescendo; e derrubei telhados com
a cabeça. Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais íntimas a
gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir
novas casas. Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava a minha
imaginação.
Todo dia a minha imaginação comia,
comia e comia; e de barriga assim cheia me levava pra morar no mundo
inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu, era só escolher e pronto, o
livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei
com essa troca tão gostosa que – no meu jeito de ver as coisas – é a
troca da própria vida; quanto mais eu buscava no livro, mais ele me dava.
Mas como a gente tem mania de sempre
querer mais, eu cismei de um dia alargar a troca: comecei a fabricar
tijolo pra em algum lugar uma criança juntar com outros, e levantar a casa onde
ela vai morar.
(Mensagem de Lygia Bojunga para o Dia Internacional do Livro
Infantil e Juvenil, traduzida e divulgada nos 64 países membros do IBBY).
Lygia Bojunga Nunes. Livro:
um encontro com Lygia Bojunga Nunes.
Rio de Janeiro, Agir,
1988. p. 78.
Entendendo o texto:
01 – A autora afirma que,
desde criança, os livros lhe deram casa e comida.
a)
Como era essa casa?
Era casa de brinquedo, feita com livros.
b)
O que quer dizer comida, nessa firmação?
Os livros alimentavam a imaginação da autora.
02 – Com o tempo, a autora
foi esquecendo de construir novas casas. Por quê?
Porque passou a
ler os livros.
03 – Como o livro pode levar
alguém a morar no mundo inteiro?
Através da
imaginação. O livro fala de lugares distantes e o leitor se imagina neles.
04 – Que tipo de tijolo a
autora passou a fabricar?
Os tijolos eram livros. Ela se tornou
escritora.
05 – “... quanto mais eu
buscava no livro, mais ele me dava”, diz a autora. E você, gosta de livros? O
que você busca neles?
Resposta pessoal do aluno.
06 – Podemos dizer que o
texto é uma narração de caráter dissertativo. Justifique essa firmação.
É uma narração
porque a autora narra fatos de sua vida. Tem também caráter dissertativo porque
a autora nos demonstra uma ideia: livro é vida.
07 – Mesmo sendo uma
narração de caráter dissertativo, a autora faz uso da linguagem conotativa, daí
podemos dizer que existe linguagem poética nesse texto em prosa. Lembrando que,
como você já viu, denotação
corresponde ao sentido de dicionário da palavra; conotação corresponde ao sentido figurado.
Destaque do texto “Livro – a
troca” duas frases conotativas:
·
“... e derrubei telhados com a
cabeça”.
·
“Todo dia a minha imaginação comia,
comia e comia”.
Obg ^^
ResponderExcluir😊
ExcluirMuito bom!!
ResponderExcluirtop!
ResponderExcluirVcs podem me ajuda
ResponderExcluirMuito obrigado me ajudaram muito sqn
ResponderExcluirmuito bom
ResponderExcluirme ajudou demais obg
ResponderExcluirvcs top
ResponderExcluir-_-
ResponderExcluir- -
Aqui nn tá assim não
ResponderExcluirNossa, muito bom!
ResponderExcluirLi o texto tive dificuldade em fazer comentários sobre o mesmo. Mas após ler essa interpretaçao minha mente abriu. tive incite.