Texto: Os jovens e a violência: vítimas ou vilões?
A cada dia vemos crescer em nossas
cidades as estatísticas de jovens envolvidos em situações de violência. Basear
o julgamento sobre a violência cometida por jovens no que ocorre atualmente no
Rio de Janeiro – e em muitas outras cidades do Brasil – é, no mínimo, simplista
de nossa parte e acaba eximindo a todos de uma ação realmente eficaz para a
mudança de nossa realidade.
“Com justiça e igualdade acontecendo poderemos
tentar descobrir quem é vilão e quem é vítima”
Os jovens são, sim, vítimas, pois há
décadas o Estado priva a maior parte da população do acesso à saúde, educação,
cultura, saneamento básico e outros itens fundamentais à formação de um cidadão
de excelência. Noções de valores como respeito, educação, cordialidade, entre
outras, há muito tempo foram esquecidas ou menosprezadas. As cidades foram
segmentadas entre os que têm e os que não têm direito a itens fundamentais para
um desenvolvimento pleno e sadio. Foram divididas entre os que podiam tudo e os
que não podiam nada. Tudo de melhor estava em uma parte da cidade e o restante
ficava com o que sobrava. Quem tinha tudo esqueceu que a outra parte da
população crescia e, mesmo sem uma educação de qualidade, começava a ter noções
do que ocorria no resto do mundo graças à globalização e a difusão das
informações. Começaram a querer essas coisas também. E, se não podiam tê-las
pelas maneiras tradicionais, o fariam de alguma outra forma. Dariam um “jeito”,
mesmo errado. Enquanto uns baseavam o seu ser naquilo que tinham, outros o
fizeram através do poder, pela força bruta.
Podemos pensar que são também vilões se
lembrarmos que mesmo com tanta informação, bolsas, vagas gratuitas, cursos, um
jovem escolhe ficar nas ruas assaltando, roubando e matando. Se há tantos
exemplos de pessoas vencedoras que nasceram e cresceram em uma realidade de
violência diária, escolher entre a ilusão de poder de chefiar um grupo em sua
comunidade através da violência ou crescer na vida com esforço e trabalho
parece uma decisão simples.
E para quem nasceu com segurança, teve
uma educação formal razoável e uma estrutura psicológica e familiar sólida.
Porém, para quem cresceu e vive em total insegurança, em locais onde se dorme e
acorda ao som de tiros, estuda – isso quando o professor consegue chegar até a
escola – muitas vezes abaixado ou deitado no chão para se proteger de bala
perdida, tem de esperar horas para ter acesso a tratamento médico e é humilhado
por atendentes, seguranças e enfermeiros, no limite de suas condições humanas
por causa do estresse, entre outras diversas questões, é difícil tomar a
decisão mais correta e as escolhas feitas nem sempre são as melhores.
Hoje temos diversas bolsas de auxílio
para os jovens. Em cada comunidade há dezenas de projetos sociais que prometem
mudar a vida das pessoas. Vende-se uma www.acessaber.com.br falsa ideia de que
quem mora em uma favela tem direito a coisas que a classe média não tem. Claro,
há, sim, dezenas de oportunidades para qualquer indivíduo, seja ele de onde
for. Porém, nem todos cresceram em um ambiente que mostrasse o valor disso.
Muitos cresceram ouvindo promessas e experimentando atividades que iniciavam e
não acabavam, acostumaram-se a cursos e aulas dadas de qualquer maneira, sem
despertar o real interesse dos alunos. Quando aprendermos a tratar a todos da
mesma forma teremos uma sociedade mais justa e igualitária. Com justiça e
igualdade acontecendo aí, sim, poderemos tentar descobrir quem é vilão e quem é
vítima.
Marcelo Andriotti.
Entendendo o texto:
01 – De acordo com o texto,
a cada dia vemos crescer em nossas cidades as estatísticas de jovens envolvidos
em situações de violência, por que você acha que isso acontece?
Resposta Pessoal
02 – Marcelo Andriotti
apresenta dois pontos de vista em relação aos jovens serem vítimas ou vilões.
Explique com suas palavras os argumentos usados por ele para justificar porque
os jovens são vítimas.
Marcelo culpa o
Estado por privar a maior parte da população do acesso à saúde, educação,
cultura, saneamento básico e outros itens fundamentais à formação de um cidadão
de excelência. Ainda diz que noções de valores como respeito, educação,
cordialidade, entre outras, há muito tempo foram esquecidas ou menosprezadas. E
que as cidades foram segmentadas entre os que têm e os que não têm direito a
itens fundamentais para um desenvolvimento pleno e sadio. E também foram
divididas entre os que podiam tudo e os que não podiam nada.
03 – Explique os argumentos
que Marcelo Andriotti utiliza para embasar sua tese de que os jovens também são
vilões em relação aos atos de violência ocorridos no nosso país?
São vilões porque
não sabem aproveitar as boas oportunidades que surgem como bolsas em
universidades, vagas gratuitas, cursos, entre outros. E que escolhem ficar nas
ruas assaltando, roubando e matando ao invés de ter um mínimo de esforço para
vencer.
04 – Com qual ponto de vista
você concorda? O que afirma que os jovens são vilões ou o que afirma que eles
são vítimas? Por quê?
Resposta Pessoal
05 – Qual é a dica que
Marcelo Andriotti dá para que possamos descobrir quem é vilão ou vítima em
relação aos atos de violência ocorridos pelos jovens em nosso país?
Quando todos
formos tratados como “iguais” sem distinção de raça, cor ou credo. Poderemos
tentar descobrir quem é vilão e quem é vítima.
06 – Você acha que o sol
pode nascer para todos, ou seja, as boas oportunidades surgem para todos ou
apenas para pessoas que nasceram em uma vida estruturada financeiramente?
Explique.
Resposta Pessoal
07 – Você acha que a vida é
feita de escolhas ou quando nascemos Deus já traçou um destino para cada um de
nós? Comente.
Resposta Pessoal
08 – Será que o homem é
corrompido pela sociedade, por exemplo: se eu nasci no meio de pessoas
corruptas, invejosas, rancorosas, amargas, fingidas, ladras, vou aprender a ser
como elas ou não? Comente.
Resposta Pessoal
09 – O que é violência para
você? Explique.
Resposta Pessoal
10 – Você já presenciou,
viveu ou cometeu um ato de violência? Conte como foi.
Resposta Pessoal
11 – Esse texto é um artigo
de opinião. Qual é a sua opinião em relação a jovens se envolverem em atos de
violências, que muitas vezes acabam matando pessoas inocentes?
Resposta Pessoal
12 – Você acha correto
meninos ou meninas de 12 a 18 anos portarem revólveres ou armas brancas?
Comente.
Resposta Pessoal
13 – O problema de tanta
violência em nosso país está em quem? Na sociedade ou nos governantes? Comente.
Resposta Pessoal
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