sábado, 24 de março de 2018

POEMA: TRISTEZA DO INFINITO - CRUZ E SOUSA - COM GABARITO


Poema: TRISTEZA DO INFINITO


Anda em mim, soturnamente,
Uma tristeza ociosa,
Sem objetivo, latente,
Vaga, indecisa, medrosa.

Como ave torva e sem rumo,
Ondula, vagueia, oscila
E sobe em nuvens de fumo
E na minh`alma se asila.
Uma tristeza que eu, mudo,
Fico nela meditando
E meditando, por tudo
E em toda a parte sonhando.



Tristeza de não sei onde,
De não sei quando nem como...
Flor mortal, que dentro esconde
Sementes de um mago pomo.

Certa tristeza indizível,
Abstrata, como se fosse
A grande alma do Sensível
Magoada, mística, doce.

Ah! Tristeza imponderável,
Abismo, mistério aflito,
Torturante, formidável...
Ah! Tristeza do infinito?

                                                                                CRUZ E SOUSA

Entendendo o poema:
01 – Um dos temas mais constantes da poética simbolista é a dor existencial. O texto realiza essa temática. Explique por quê.
       O texto aborda a temática da existencial, desde o momento em que o eu lírico expressa o seu pessimismo, a sua profunda tristeza de viver, e que não sabe explica-los.

02 – Há nos estilos de época de tendência subjetiva o interesse pelas abstrações, no qual se insere a busca do infinito. Transcreva do poema vocábulos que, semanticamente, projetam essa manifestação poética.
       Vagueia / Sobe / Sonhando / Mística.

03 – Na terceira estrofe ocorre a expressão de momento continuado da postura do eu lírico. De que recurso se utilizou o poema para projetar essa situação?
       Repetição de palavra.





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