FILME(ATIVIDADES): "O
ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS"
Ficha Técnica
Direção: Cão Hamburger
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2006
O filme se passa no ano de 1970. Mauro
é um garoto mineiro de 12 anos, que adora futebol e jogo de botão. Um dia sua
vida muda completamente, já que seus pais saem de férias de forma inesperada e
sem motivo aparente para ele. Na verdade, os pais de Mauro foram obrigados a
fugir por formarem um casal militante de esquerda e serem perseguidos pela
ditadura militar no Brasil, tendo que deixá-lo com o avô paterno (Paulo
Autran). Porém, o avô enfrenta problemas e algo inesperado ocorre com ele, o
que faz com que Mauro tenha que ficar com Shlomo, um velho judeu solitário que
é seu vizinho. Enquanto aguarda um telefonema dos pais, Mauro precisa lidar com
sua nova realidade, vivendo momentos de tristeza pela situação em que vive e
também de alegria, ao acompanhar o desempenho da seleção brasileira na Copa do
Mundo do México. A paixão pelo futebol, o desenvolvimento de sua sexualidade,
novas amizades e a vivência em um mundo completamente diferente do qual até
então vivia são algumas pautas abordadas no enredo. Toda a história se
desenvolve com as inesperadas férias que os pais do garoto “usufruem”, sendo o
encrudescimento da ditadura e os jogos do Brasil no México, rumo ao título de
1970, o pano de fundo para a narração dos conflitos vividos por Mauro.
Em O Ano em que Meus Pais Saíram de
Férias, a Copa do Mundo de 1970 monta o cenário e a ditadura militar no Brasil
é o ponto de partida pelo qual o enredo discorrerá. A história do filme é toda
baseada nas transformações que ocorrem na vida do protagonista, Mauro, de
apenas 11 anos. Essas transformações são decorrentes da mudança que Mauro é
obrigado a passar já que quando seus pais saem de férias sem data certa para
voltar, o garoto (de Belo Horizonte) é obrigado a conviver com seu avô em São
Paulo.
A história que se passa em 1970 narra
as aventuras e descobertas do jovem protagonista, todas elas diretamente
relacionadas com a fuga que seus pais são obrigados a realizar para se livrarem
da perseguição do governo militar. O jovem casal militante da esquerda política
deixa o filho no Bairro do Bom Retiro em São Paulo para que procurasse o avô
buscando moradia e cuidados durante as forçadas férias dos pais. Pelo
oportunismo do destino, o avô de Mauro morre e o menino acaba acolhido por um
vizinho, um judeu solitário e ranzinza com quem o garoto pouco a pouco vai
desenvolvendo uma relação de amizade e confiança.
Durante todo o filme, boa parte das
atuações referentes à ditadura militar no Brasil é amenizada pelo forte
relacionamento que o menino tem com o futebol. A Copa do Mundo de 1970, e os
jogos do Brasil a todo o tempo permeiam os fatos narrados no filme, desviando
bastante a atenção das perseguições realizadas pelos militares. Mesmo com
grande crítica por tratar a ditadura militar no Brasil apenas como pano de
fundo, para um espectador mais atento é possível pensar a obra como uma ficção
criada em cima de uma das inúmeras consequências que o regime militar provocou
na vida dos brasileiros.
Em meio ao desaparecimento de pessoas,
mortes, prisões, deposições, condenações e vários exilamentos, a fuga dos pais
de Mauro das perseguições que sofreram é mais uma consequência. O pequeno
trecho de vida de Mauro, narrado na obra, o sofrimento de seu personagem e as
aventuras e desavenças pelas quais o menino passa são todas ocasionadas pelas
inesperadas férias de seus pais, ou seja, frutos da intransigência política
vigente na década de 70, quando sob o governo do general Ernesto Garrastazu
Médici o Brasil conheceu um dos momentos mais obscuros da ditadura.
O drama de Mauro é, segundo o diretor
Cão Hamburguer, o drama de muitas pessoas que sofreram com a ditadura militar,
mas acima de tudo o drama de um garoto em fase de transição da infância para a
adolescência, que se vê obrigado a se virar sozinho no mundo sem a presença dos
pais. Com as palavras do diretor pode-se entender o filme como um drama leve,
produzido para toda a família, longe de qualquer intenção de denunciar a ação
militar no Brasil, mas passível de aproximá-la a muitos jovens da mesma faixa
etária de Mauro, proporcionando uma reflexão sobre o tema.
Com
diálogos curtos, excelente caracterização indumentária e um cenário muito bem
construído e apresentado, o filme peca ao priorizar algumas brincadeiras
pueris, quando poderia dar sequência a atuação das organizações de militantes
de esquerda, alcançando, no mínimo, a mesma dinâmica conquistada com as cenas
cômicas sem, no entanto, perder o elo original pretendido pelo diretor.
O filme mistura momentos de tensão,
ocasionados pela ação dos militares na vida dos personagens, à momentos de alegria
proporcionados por exemplo pelas vitórias alcançadas pela seleção brasileira de
futebol, na Copa do Mundo do México. Devido ao enredo, fica difícil compreender
a finalidade pela qual o filme foi produzido, mas sem dúvida sua história é
elaborada para abarcar diferentes nichos da sociedade.
É interessante perceber que o roteiro é
trabalhado a partir do elemento mais lembrado por pessoas que passaram pela
ditadura militar no Brasil sem, no entanto, carregar marcas expositivas. O
tricampeonato do Brasil no México é lembrado por todos os jovens que viveram a
década de 70 como um “possível” bom momento da ditadura no país.
A tomada de ângulos ao longo das cenas
varia muito pouco, fato que pode ser conjugado, no enredo, com a inércia que o pequeno
Mauro vive. Apesar dos novos sentimentos que a vida lhe apresenta através das
novas amizades e momentos de descontração vivenciados com os colegas de bairro,
o protagonista está sempre à espera do retorno de seus pais.
Título
Original: O ano em que meus pais saíram de férias (Brasil)
Gênero:
Drama Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de
Lançamento: 2006
Entendendo
o filme:
01 –
Quais são os personagens centrais desse filme?
Mauro, Daniel e Bia
02 –
Porque o personagem Mauro pode ser considerado protagonista?
Com
doze anos de idade, Mauro (Michel Joelsas) já sabe que a profissão de arqueiro
é a mais solitária dentro de campo. A responsabilidade é tremenda. Transcorre
1970, ano de Copa, e os pais de Mauro saem de férias. Esse é o eufemismo para
dizer que a ditadura forçou o casal a se esconder. O garoto é deixado em São
Paulo com o avô. O que os pais não esperavam é que o velho falecesse de
repente. Mauro está prestes a experimentar um pouco da responsabilidade - e da
solidão - de ser um goleiro nesse jogo da tenebrosa e incerta época da
repressão.
03 –
Quais são as características desse personagem?
Garoto mineiro de 12 anos que adorava
futebol e jogo de botão.
04 – Qual
foi a primeira e difícil surpresa que Mauro teve ao chegar em São Paulo?
Na
verdade, os pais de Mauro foram obrigados a fugir da perseguição política,
tendo que deixá-lo com o avô paterno (Paulo Autran). Porém o avô enfrenta
problemas de saúde, e vem a falecer.
05 – Qual
foi a solução encontrada para que Mauro pudesse continuar na cidade?
O que faz com que Mauro tem que ficar com
Shlomo (Germano Haiut), um velho judeu solitário que é vizinho do avô de Mauro.
06 – Essa
solução foi confortável para as personagens envolvidas situação?
O Shlomo
age como um fantasma que some e ressurge sem que Mauro possa identificar seus
movimentos. Tudo age contra ele. As férias dos pais que nunca terminam e as
ações do velho Shlomo às vezes brutais.
07 – As amizades
feitas pelo menino o ajudam se adaptar à nova vida temporária? Em sua opinião
porque isso aconteceu?
Resposta Pessoal.
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