TEXTO : IMPACTO MÍNIMO
O turismo descontrolado leva à destruição do meio ambiente e
altera o ecossistema. Mas como fazer para desfrutar da natureza sem degradá-la?
O
texto que você lerá a seguir fala de um local em que medidas de conservação
foram adotadas e resultaram em grandes vitórias.
Quem disse que o turismo traz necessariamente devastação! O Parque Ecológico
Baía Bonita aposta no turismo sustentável, aliando pesquisa científica com
conservação ambiental.
É até lugar-comum chamar a nascente do rio Baía Bonita, também conhecida como
Aquário Natural de Bonito de “pedaço do paraíso”. Mas não consigo encontrar
descrição mais adequada. As águas transparentes escancaram a riqueza de
espécies aquáticas. Enquanto os visitantes flutuam e se divertem com a dança
dos peixes, é comum ouvir piados de diversas aves e descobrir um macaco-prego
mais atrevido bisbilhotando os forasteiros. Quando o biólogo José Sabino
visitou o aquário, como turista, encantou-se com o local. E mais: percebeu que
ali era um ambiente propício para pesquisas que contribuiriam para a
conservação da biodiversidade.
Sabino começou assessorando os proprietários do Parque Ecológico Baía Bonita,
onde se encontra a nascente e acabou contratado como gerente ambiental. Desde o
início das pesquisas, em 1995, várias mudanças foram incorporadas na
infraestrutura do parque e no passeio oferecido aos visitantes para diminuir o
impacto do turismo. “Agregamos pesquisa e conservação à visitação, diz ele.
Todas as trilhas passaram a ter calçamento de madeira reciclada para evitar o
alargamento e a compactação do solo. Os turistas agora usam roupa de neoprene e
coletes salva-vidas, que ajudam a flutuar e evitam que a areia e a vegetação do
fundo sejam tocadas. E o hábito típico de visitante de dar milho aos peixes foi
proibido para não alterar a cadeia alimentar. Regularmente, Sabino analisa os
indicadores ambientais para medir o impacto do turismo.
As pesquisas são realizadas graças ao convênio com a Universidade para o
Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (Uniderp). “Com o conhecimento
da biodiversidade local, valorizamos a região e geramos sustentabilidade”, diz
o reitor da Uniderp, Pedro Chaves dos Santos Filho.
Apesar dos 20 000 turistas que passaram pelo Aquário Natural em 2001, o impacto
na natureza foi mínimo. As pesquisas realizadas levaram à descoberta de uma
espécie de peixe e oito estudos estão em andamento. Só há um problema: o
passeio pela nascente do Baía Bonita vicia. Impossível se contentar com uma
visita só àquele pedaço do paraíso – palavra de repórter.
Maria
Fernanda Vomeno. In: Superinteressante, ano 16, n.177.
São
Paulo: Abril/junho/2002.
Vocabulário:
• neoprene →
tipo de borracha sintética utilizado nas roupas de mergulho.
Faça
as questões propostas sobre o Texto .
01 - A classe gramatical da palavra grifada é diferente das demais na opção:
A – ( ) “As águas transparentes escancaram a riqueza de espécies aquáticas.”
B – (X)
“…um macaco-prego mais atrevido bisbilhotando os forasteiros.”
C – ( ) “…e acabou contratado como gerente ambiental.”
D – ( ) “E o hábito típico de visitante de dar milho…”
E – ( ) “Com o conhecimento da biodiversidade local…”
02 - A
ideia de finalidade só não é encontrada na opção:
A – (X) Quem viaja para o Parque Ecológico Baía Bonita não se contenta com
apenas uma visita.
B – ( ) O Aquário Natural de Bonito é um ambiente propício para pesquisas de
conservação da biodiversidade.
C – ( ) Várias mudanças foram feitas na infraestrutura do Parque Ecológico para
diminuir o impacto do turismo.
D – ( ) As trilhas passaram a ter calçamento de madeira
para evitar a compactação do solo.
E – ( ) Os turistas usam coletes e roupas especiais para flutuarem
e não tocarem na vegetação do fundo do rio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário