quinta-feira, 22 de março de 2018

TEXTO: IMPACTO MÍNIMO - MARIA FERNANDA VOMENO - COM GABARITO

        TEXTO : IMPACTO MÍNIMO

        O turismo descontrolado leva à destruição do meio ambiente e altera o ecossistema. Mas como fazer para desfrutar da natureza sem degradá-la?
 O texto que você lerá a seguir fala de um local em que medidas de conservação foram adotadas e resultaram em grandes vitórias.

  
      Quem disse que o turismo traz necessariamente devastação! O Parque Ecológico Baía Bonita aposta no turismo sustentável, aliando pesquisa científica com conservação ambiental.
        É até lugar-comum chamar a nascente do rio Baía Bonita, também conhecida como Aquário Natural de Bonito de “pedaço do paraíso”. Mas não consigo encontrar descrição mais adequada. As águas transparentes escancaram a riqueza de espécies aquáticas. Enquanto os visitantes flutuam e se divertem com a dança dos peixes, é comum ouvir piados de diversas aves e descobrir um macaco-prego mais atrevido bisbilhotando os forasteiros. Quando o biólogo José Sabino visitou o aquário, como turista, encantou-se com o local. E mais: percebeu que ali era um ambiente propício para pesquisas que contribuiriam para a conservação da biodiversidade.
           Sabino começou assessorando os proprietários do Parque Ecológico Baía Bonita, onde se encontra a nascente e acabou contratado como gerente ambiental. Desde o início das pesquisas, em 1995, várias mudanças foram incorporadas na infraestrutura do parque e no passeio oferecido aos visitantes para diminuir o impacto do turismo. “Agregamos pesquisa e conservação à visitação, diz ele.
            Todas as trilhas passaram a ter calçamento de madeira reciclada para evitar o alargamento e a compactação do solo. Os turistas agora usam roupa de neoprene e coletes salva-vidas, que ajudam a flutuar e evitam que a areia e a vegetação do fundo sejam tocadas. E o hábito típico de visitante de dar milho aos peixes foi proibido para não alterar a cadeia alimentar. Regularmente, Sabino analisa os indicadores ambientais para medir o impacto do turismo.
            As pesquisas são realizadas graças ao convênio com a Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (Uniderp). “Com o conhecimento da biodiversidade local, valorizamos a região e geramos sustentabilidade”, diz o reitor da Uniderp, Pedro Chaves dos Santos Filho.
            Apesar dos 20 000 turistas que passaram pelo Aquário Natural em 2001, o impacto na natureza foi mínimo. As pesquisas realizadas levaram à descoberta de uma espécie de peixe e oito estudos estão em andamento. Só há um problema: o passeio pela nascente do Baía Bonita vicia. Impossível se contentar com uma visita só àquele pedaço do paraíso – palavra de repórter.

Maria Fernanda Vomeno. In: Superinteressante, ano 16, n.177.
São Paulo: Abril/junho/2002.


 Vocabulário:
 • neoprene → tipo de borracha sintética utilizado nas roupas de mergulho.

 Faça as questões propostas sobre o Texto .

01 -  A classe gramatical da palavra grifada é diferente das demais na opção:

  A – ( ) “As águas transparentes escancaram a riqueza de espécies aquáticas.”
       B – (X) “…um macaco-prego mais atrevido bisbilhotando os forasteiros.
       C – ( ) “…e acabou contratado como gerente ambiental.”
       D – ( ) “E o hábito típico de visitante de dar milho…”
       E – ( ) “Com o conhecimento da biodiversidade local…”

02 - A ideia de finalidade só não é encontrada na opção:
       A – (X) Quem viaja para o Parque Ecológico Baía Bonita não se contenta com apenas uma visita.
     B – ( ) O Aquário Natural de Bonito é um ambiente propício para pesquisas de conservação da biodiversidade.
     C – ( ) Várias mudanças foram feitas na infraestrutura do Parque Ecológico para diminuir o impacto do turismo.
   D – ( ) As trilhas passaram a ter calçamento de madeira para evitar a compactação do solo.
    E – ( ) Os turistas usam coletes e roupas especiais para flutuarem e não tocarem na vegetação do fundo do rio.

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