terça-feira, 4 de junho de 2019

POEMA: PRIMEIRO MOTIVO DA ROSA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

Poema: Primeiro Motivo da Rosa
             Cecília Meireles

Vejo-te em seda e nácar,
e tão de orvalho trêmula,
que penso ver, efêmera,
toda a Beleza em lágrimas
por ser bela e ser frágil.

Meus olhos te ofereço:
espelho para a face
que terás, no meu verso,
quando, depois que passes,
jamais ninguém te esqueça.

Então, de seda e nácar,
toda de orvalho trêmula,
serás eterna. E efêmero
o rosto meu, nas lágrimas
do teu orvalho... E frágil.

Cecília Meireles. Antologia Poética. Rio de Janeiro:
Editora Nova Fronteira, 2001. Obra poética. cit. p. 232.
Entendendo o poema:
01 – De acordo com o poema, qual o significado das palavras abaixo:
·        Efêmero: de pouca duração, passageiro, transitório.

·        Nácar: substância branca, com reflexos irisados, que se encontra no interior das conchas.

02 – Compare a estrutura formal do poema – métrica, seleção vocabular, construção sintática, sonoridades – à dos poemas modernistas da primeira geração. Em que elas se diferenciam?
      O poema apresenta versos regulares (metrificados) e preocupação vocabular e formal em geral, características ausentes da poesia da geração de 22.

03 – De acordo com a 1ª estrofe do poema de Cecília Meireles, que atributos tema rosa para simbolizar a efemeridade das coisas?
      A beleza e a fragilidade.

04 – Identificado com a condição da rosa, o eu lírico busca um meio para eternizar a flor. Qual é esse meio?
      A poesia.

05 – A identificação com a condição da rosa revela uma profunda inquietude do eu lírico perante a força avassaladora do tempo.
a)   Destaque da última estrofe do poema elementos que comprovem, além da identificação, a transferência dos atributos da rosa para o eu lírico.
Como a rosa, o eu lírico também se sente efêmero e frágil (“efêmero / o rosto meu”. “É frágil”).

b)   Se a rosa pode alcançar a imortalidade, levante hipóteses: Por que meio o eu lírico também pode eternizar-se?
Pelo seu canto poético. Cada vez que lemos um poema, de Cecília Meireles ou de qualquer outro poeta já falecido, é como se seu autor estivesse vivo. 


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