Precipitação
A precipitação responde por muitos
males que afligem o homem. Um comportamento ansioso leva a estados de
perturbação, geradores de sofrimentos perfeitamente evitáveis. Sob o estigma da
ansiedade as atitudes são incorretas, fomentando resultados inadequados à
edificação interior.
O exercício da calma, por isso mesmo,
faz-se imprescindível para uma jornada harmônica face às perplexidades que a
vida moderna impõe. A calma ensina a esperar pelos resultados de qualquer
realização, que não podem ser antecipados.
O ritmo do tempo é inalterável, razão por que
os acontecimentos sucedem naturalmente dentro de espaços que não podem ser
modificados. À instância da precipitação o homem ouve e vê mediante óptica
deformada, que mais o perturba, desde que obnubilandolhe o discernimento,
precipita-o em despenhadeiros de infortúnio.
Há tempo de semear, sendo, portanto,
compreensível que chegará o tempo de segar. Inutilmente se pretenderá com êxito
precipitar os fenômenos da vida, entre a germinação e a frutescência do grão.
No campo moral, o mecanismo é equivalente. Cada fase tem um período próprio;
cada ocorrência seu instante azado.
Reúne as tuas forças morais na
disciplina do equilíbrio, não precipitando sucessos que devem seguir o seu
curso normal. Consciente de que somente te ocorrerá o que esteja na tua
programação cármica, não sofras por antecipação, propiciando estados de
ansiedade e amargura, que poderiam ser evitados. Quando suceder que o
sofrimento desabe sobre ti, enfrenta-o com nobreza, sabendo que o mesmo se te
faz necessário, como forma de crescimento para a vida e de recuperação pessoal,
na contabilidade dos valores espirituais...
Fixa-te nos ideais da beleza e do
amor, sem te preocupares com as excentricidades em voga e acende a esperança
nas almas, conduzindo as tuas aspirações superiores ao encontro da tua
ressurreição ditosa. Nas ciladas que se te apresentem na senda, assume a
atitude de fé e ora, prosseguindo com destemor, na certeza da vitória
inquestionável que conseguirás.
Disse Jesus: Somente caem as folhas
das árvores pela vontade de Deus, demonstrando que toda ocorrência está
subordinada a leis que comandam todos os fenômenos do Cosmo. Da mesma forma,
sucedem no teu universo pessoal, acontecimentos a que fazes jus e de que
necessitas.
Tem, portanto, paciência e não te
precipites nunca. Arrepender-te-ás pela decisão arroubada, ansiosa, e nunca por
aquela que nasce da reflexão e da calma. Se parecer-te impossível suportar em
paz os problemas que te angustiam, recorre à oração e deixa-te acalmar pela
blandícia do intercâmbio entre ti, que rogas, e a Divindade que te responde,
asserenando-te e poupando-te à precipitação.
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