Poema: SONETO
LXII
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros;
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico, e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia;
E o que te agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.
In: Péricles Eugênio da Silva
Ramos, org. Poemas de
Cláudio Manuel da
Costa. São Paulo: Cultrix, 1976. p. 63.
Entendendo o poema:
01 – O eu lírico do poema,
no 1° verso, em “Torno a ver-vos, ó montes”, menciona um regresso.
a) De
onde vem o eu lírico e onde ele se encontra de volta?
O eu lírico vem dos campos, onde ele afirma ter deixado os “gabões
grosseiros” para as cidades, onde passou a usar o “Traje da corte rico e fino”.
Ele se encontra novamente na área rural, nos campos, pois percebeu que ali ele
poderia descansar e livrar-se das correrias e dos problemas das cidades.
b) Logo,
o eu lírico é um homem urbano ou rural?
Portanto, o eu lírico é um homem rural. Porém, ele só permanece
rural atualmente porque já experimentou ser urbano, o que o corrompeu e o fez
voltar à vida nos campos que tinha.
c)
Como o eu lírico se sentia antes e como se
sente agora? Justifique sua resposta com palavras ou expressões do texto.
Ao citar: “... chega a ter mais preço e mais valia, que da cidade o
lisonjeiro encanto” e “E o que até agora se tornaria em pranto, se converta em
afetos de alegria”, o eu lírico demonstra como era sua situação nas cidades e
como ela é, atualmente, nos campos.
02 – De acordo com a visão
expressa pelo eu lírico, faça uma contraposição entre os dois espaços
mencionados no poema:
a)
Quanto ao aspecto material.
Material refere-se ao espaço urbano, apesar da riqueza material, há
pobreza em relação aos aspectos espirituais. Existe uma grande quantidade de
riquezas, mas é isso que corrompe o homem.
b)
Quanto ao aspecto espiritual.
Já no espaço rural, há pobreza em relação aos aspectos materiais,
mas é isso que faz com que as pessoas sejam ricas no espírito, isto é, sejam
felizes, humildes, caridosas, bondosas...
03 – O poema apresenta como temática:
a) o encanto que a vida na cidade produz.
b) a vida sofrida e cansativa no meio rural.
c) a superioridade do ambiente rural em relação
ao urbano.
d) a superioridade do ambiente urbano em relação ao
rural.
04 – O interlocutor do eu lírico é:
a) os
montes
b)
Corino
c) Almendro
d) os vaqueiros
05 – “Torno a ver-vos, ó
montes; o destino/Aqui me torna a pôr nestes oiteiros;” os versos destacados
revelam
a) saudade
b) regresso
c) arrependimento
d) decepção.
06 – De acordo com os versos do poema, o eu lírico:
a) lamenta sua saída da Corte.
b) expressa desprezo pela choupana.
c) planeja retornar a Corte.
d) valoriza a vida simples e natural.
07 – Segundo o texto, a vida na Corte para o eu lírico:
a) tem mais valia.
b) gerava infelicidade.
c) tinha mais afeto.
d) era cheia de alegria.
(☞゚ヮ゚)☞
ResponderExcluir