quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

TEXTO: DEZ RAZÕES PARA NÃO "COLAR" NA ESCOLA! - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

TEXTO: DEZ RAZÕES PARA NÃO “COLAR” NA ESCOLA!
 
               
     A mania de colar tornou-se quase universal entre nossos alunos e estudantes. Há um consenso coletivo favorável à cola, do primário à universidade. Penso que não podemos nos acomodar ao mal nem perder a esperança de encontrar solução para os problemas. Apresento a seguir algumas razões pelas quais não se deve colar:
        Primeira: porque é feio e deselegante chegar à universidade sem o gosto de estudar. Quem cola não tem amor à cultura nem senso do dever e responsabilidade pelo bem comum. Quem passa colando é uma pessoa despreparada, irresponsável e até perigosa socialmente. A cola é a ética do jeitinho e do levar vantagem em tudo em nível escolar.
        Segunda: porque a cola é uma mentira, isto é, apresento uma coisa como minha, mas na verdade é de outrem. Estou dizendo sim para uma coisa que na verdade deveria dizer não. É próprio da inteligência tender para a verdade. A cola é uma ofensa à inteligência e à verdade. É uma das tantas corrupções já internalizadas na consciência estudantil.
        Terceira: porque a cola é um roubo, apresento como meu e como minha sabedoria aquilo que é esforço do outro. Acostumar-se a colar é acostumar-se a usar o que é dos outros. A infidelidade nas coisas pequenas prepara a infidelidade nas grandes, como: infidelidade à palavra dada, infidelidade à consciência. Não posso ter mérito nem diploma quando sei que não estudei e, portanto, não mereço credibilidade, porque não sei a matéria e o tema exigido.
        Quarta: porque a cola fomenta a “lei do menor esforço” e a preguiça. O esforço e o sacrifício são necessários para a formação de uma personalidade sadia, pois quem semeia vento colhe tempestades. Devemos nos educar para a fidelidade e não para a facilidade.
        Quinta: porque a cola é um perigo social e contra o bem comum. O engenheiro que passa colando pode ser a causa do desabamento de um prédio, de um ponte, etc. Ninguém quer ser operado por um médico que passou colando, nem aceita como advogado aquele ou aquela que foi incapaz de defender sua real ignorância colando dos outros.
        Sexta: porque a cola leva ao desperdício do tempo. A psicologia do colador é esta: posso divertir-me, ver televisão à vontade, jogar futebol, namorar, ficar na internet, etc., porque na prova saberei dar um “jeitinho”. Com isso se esbanja a preciosidade do tempo, consagra-se a mediocridade e justifica-se desde cedo a desonestidade.
        Sétima: porque a cola aumenta a já calamitosa superficialidade e ignorância cultural. O nível de estudo e cultura só tende a diminuir e com ele aumenta a falta de cultura que é um perigo social. A cola nos desobriga a pensar. A cola é uma alienação cultural, um atraso.
        Oitava: porque a filosofia da cola impede o avanço cultural do povo, favorece o analfabetismo. Pelo costume da cola, a “massa jovem” continua alienada, desligada e sem a ciência e a cultura que revolucionou um povo.
        Nona: porque a cola vem confirmar a tese dos que dizem ser a escola uma instituição alienante. A mania de colar pode ser sintoma de uma filosofia educacional decadente e falaz. É preciso rever a modalidade de avaliação de nossas escolas.
        Décima: porque o professor que incentiva ou aprova a cola não é um educador. Tal comportamento é desonesto e contra a ética profissional. Religiosamente falando, a cola é um pecado de mentira, preguiça, roubo, irresponsabilidade.

                                       Dom Orlando Brandes é bispo de Joinville.                                                                           
Entendendo o texto:

01 – Releia o primeiro parágrafo e diga qual a posição defendida pelo autor do texto
      Encontrar uma solução para o problema.
       
02 – Relacione as frases abaixo com as razões pelas quais não se deve colar. Veja um exemplo:
A cola fomenta a preguiça. Quarta razão.
A cola promove a alienação. Segunda razão.
Impede o avanço cultural do povo: Oitava razão.
Quem cola é uma pessoa despreparada: Primeira razão.
Ela não merece credibilidade: Terceira razão.
A cola é antiética: Décima razão.
Quem incentiva ou aprova é desonesto: Décima razão.

03 – Apesar do texto apresentar dez razões para não colar, podemos resumi-las em seis. Quais são? Cite-as.
      Primeira, segunda, terceira, quarta, oitava e décima.

04 – No último parágrafo, o autor utiliza um argumento religioso. Que argumento é este?
      Religiosidade falando, a cola é um pecado de mentira, preguiça, roubo, irresponsabilidade.


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