sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

POEMA: CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA: CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO
                 Carlos Drummond de Andrade

Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
Vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
É doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
Este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
Este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
Este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!

             ANDRADE, Carlos Drummond de. Confidência do itabirano.
                                In:_____. Obra completa. 2. ed. Rio de Janeiro,
                                                                       Aguilar, 1967. p. 101-2.


Porosidade: caráter do que é poroso; a qualidade de ter poros; permeabilidade.

Entendendo o poema:

 

01 – Como o autor caracteriza Itabira, sua terra natal

       Como uma tranquila e monótona cidade interiorana.

 

02 – Em que verso o poeta manifesta o orgulho de ser itabirano? Transcreva-o.

       “Principalmente nasci em Itabira.”

 

03 – O que o poeta herdou de Itabira?

       Sua tristeza, seu orgulho, sua vontade de amar e seu hábito de sofrer.

 

04 – Houve uma mudança na vida profissional do poeta. Transcreva o verso que comprova essa afirmativa.

       “Hoje sou funcionário público.”

 

05 – “Mas como dói!”. Qual é a causa dessa dor?

 

       O fato de Itabira só existir na lembrança do poeta e ser apenas um retrato na parede.

06 – Tendo em vista que o poema contém referências a aspectos geográficos e históricos determinados, considere as seguintes afirmações:

I – O poeta é “de ferro” na medida em que é nativo da região caracterizada pela existência de importantes jazidas de minério de ferro, intensamente exploradas.

II – O poeta revela conceber sua identidade como tributária não só de uma geografia, mas também de um história, que é, igualmente, a da linhagem familiar a que pertence.

III – A ausência de mulheres de que fala o poeta refere-se à ampla predominância de população masculina, na zona de mineração intensiva de que é originário.

 

Está correto o que se afirma em:

a)   I, somente.

b)   III, somente.

c)   I e II, somente.

d)   II e III, somente.

e)   I, II e III.

 

07 – No poema, o eu lírico:

a)   Considera sua origem itabirana como causadora de deficiências que ele almeja superar.

b)   Revela-se incapaz de efetivamente comunicar-se, dado o caráter férreo de sua gente.

c)   Ironiza a si mesmo e satiriza a rusticidade de seu passado semirrural mineiro.

d)   Dirige-se diretamente ao leitor, tomando assim patente o caráter confidencial do poema.

e)   Crítica, em chave modernista, o bucolismo da poesia árcade mineira.

08 – Na última estrofe, a expressão que justifica o uso da conjunção sublinhada no verso: “Mas como dói!” é:

a)   “Hoje”.

     b) “Funcionário público”.

         c) “Apenas”.

         d) “Fotografia”.

         e) “Parede”.

09 – Tendo em vista que o poema contém referências a aspectos geográficos e históricos determinados, considere as seguintes afirmações:

I – O poeta é “de ferro” na medida em que é nativo da região caracterizada pela existência de importantes jazidas de minério de ferro, intensamente exploradas.

II – O poeta revela conceber sua identidade como tributária não só de uma geografia, mas também de um história, que é, igualmente, a da linhagem familiar a que pertence.

III – A ausência de mulheres de que fala o poeta refere-se à ampla predominância de população masculina, na zona de mineração intensiva de que é originário.

Está correto o que se afirma em:

a)   I, somente.

b)   III, somente.

c)   I e II, somente.

d)   II e III, somente.

e)   I, II e III.

10 – No poema, o eu lírico:

a)   Considera sua origem itabirana como causadora de deficiências que ele almeja superar.

b)   Revela-se incapaz de efetivamente comunicar-se, dado o caráter férreo de sua gente.

c)   Ironiza a si mesmo e satiriza a rusticidade de seu passado semi -rural mineiro.

d)   Dirige-se diretamente ao leitor, tomando assim patente o caráter confidencial do poema.

e)   Crítica, em chave modernista, o bucolismo da poesia árcade mineira.

11 – Na última estrofe, a expressão que justifica o uso da conjunção sublinhada no verso: “Mas como dói!” é:

a)   “Hoje”.

b)   “Funcionário público”.

c)   “Apenas”.

d)   “Fotografia”.

e)   “Parede”.

12 – Assinale o verso que melhor o explica o título do poema:

a)   “Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro”.

b)   “Noventa por cento de ferro nas calçadas”.

c)   “Este São Benedito do Velho Santeiro Alfredo Duval”.

d)   “De suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes”.

13 – Assinale a alternativa que melhor expressa uma relação de causa e consequência:

a)   “Alguns anos Alguns anos vivi em Itabira. / Principalmente nasci em Itabira.”

b)   “Itabira é apenas uma fotografia na parede. / Mas como dói!”

c)   “Oitenta por cento de ferro nas almas. / E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.”

d)   “Tive ouro, tive gado, tive fazendas. / Hoje sou funcionário público.”

14 – Assinale a única alternativa correta:

a)   No poema, delineia-se o impulsivo erótico que é, no entanto, reprimido.

b)   O orgulhoso faz com que o poeta renegue sua terra natal.

c)   O poeta, ao se tornar funcionário público, abandona a postura crítica.

d)   O poeta expressa seu entusiasmo por ser Itabirano.

 

 

 

 

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