Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as eternas frases feitas.
"A vida é um fardo" - isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E acrescentar impunemente: "disse Bias". Bias não faz mal a ninguém, como aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte séculos já se queixava Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele, Plutarco. Mas, para o grego comum da época, deviam ser a delícia e a tábua de salvação das conversas.
Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições. Ninguém é levado a sério com ideias originais.
Já não é a primeira vez, por exemplo, que um figurão qualquer declara em entrevista:
"O Brasil não fugirá ao seu destino histórico!"
O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível, embora o leitor semidesperto possa desconfiar que isso não quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma barata esmagada.
01.O autor ironiza a citação de um argumento
de autoridade no trecho “E acrescentar impunemente: ‘disse Dias, Bias não faz
mal a ninguém, (...)”. Isso significa que a menção de um nome famoso.
a. Despertará desconfiança
no leitor semidesperto.
b. Será suficiente
para conduzir o leitor ao lugar-comum.
c. Será suficiente
para convencer o leitor dorminhoco.
d. Despertará o interesse
de um leitor atento.
02.Mário Quintana
propõe que quem escreve não deve despertar o leitor. Se compararmos o título
com o parágrafo final do texto, percebe-se que, para a autor, o leitor
semidesperto.
a. Considera que
Plutarco é um grego chato que se acha sábio.
b. Concorda com Plutarco
que o Brasil não fugirá ao seu destino histórico.
c. Gosta das ideias
originais, mesmo que nem sempre digam coisa alguma.
d. Gosta das frases
feitas, mesmo que nem sempre digam coisa alguma.
03. Considerando o
trecho “Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto.
Apenas as eternas frases feitas”, o que assusta o leitor é:
a. Empregar frases
originais.
b. Citar frases de
pessoas famosas.
c. Questionar os
sábios da Grécia.
d. Repetir, com êxito,
grandes “tiradas”.
04. Defina, com suas palavras, um leitor dorminhoco.
O leitor dorminhoco é aquele que lê, mas não faz uma reflexão da leitura para saber se o que ele leu está certo ou errado, tem preguiça de raciocinar. O Texto "Não despertemos o leitor", é um texto dissertativo, pois segundo consulta ao livro de Othon Moacir Garcia Comunicação e Prosa Moderna 26 ed.
O leitor atento lê e pesquisa para ver se o que leu é verdade.
06. Plutarco poderia se considerar um grego comum? Por quê?
Não. Porque Plutarco achava que os sete sábios eram chatos.
07. Por que os sete sábios da Grécia deviam ser a tábua de salvação das conversas?
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