QUESTÕES DO ENEM -
1 – Entende-se por literatura informativa no Brasil:
a) O conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a
natureza e o homem brasileiros.
b) A história dos jesuítas que aqui
estiveram no século XVI.
c) As obras escritas com a finalidade de
catequese do indígena.
d) Os poemas do Padre José de Anchieta.
e) Os sonetos de Gregório de Matos.
2 -
Texto 1
“De ponta a ponta, é tudo praia...
muito chã e muito formosa. Nela, até agora, não podemos saber que haja ouro nem
prata... porém a terra em si é de muitos bons ares, assim frios e temperados...
Águas são muitas; infindas.”
Texto 2
“Então estiraram-se de costas na alcatifa,
a dormir, sem buscarem maneira de encobrir suas vergonhas.”
Sobre o autor dos fragmentos acima é correto afirmar que:
a)
Escreveu documentos oficiais.
b) É festejado representante da prosa
modernista.
c) Criou vasta obra romanesca.
d) Concedeu textos com finalidade
pedagógica.
e) Não propaga em sua obra a fé cristã.
3 – (UFPA) A gênese da nossa formação literária encontra-se
no século XVI. Dela fazem parte:
a) As obras produzidas pelos degregados
que eram obrigados a se instalar no Brasil.
b) Os escritos que os donatários das
capitanias hereditárias faziam ao rei de Portugal.
c)
Os relatos dos cronistas e viajantes.
d) As produções arcádicas.
e) As poesias de Gregório de Matos.
4 – Quanto ao sentimento nativista das primeiras
manifestações literárias feitas no Brasil:
a) É um sentimento de apego aos valores
culturais portugueses, conforme se vê nos poemas de Anchieta.
b) Consiste na propagação da mentalidade
colonial portuguesa, sobre o que giram os poemas de Gregório de Matos.
c) A obra dos cronistas viajantes
representa o apogeu deste sentimento.
d)
É um sentimento tênue de apego à terra brasileira que, mais tarde,
irá desaguar no nacionalismo do Romantismo.
e) Só se observa nos poetas árcades
devido ao seu envolvimento na inconfidência Mineira.
5 –
“Se suas cartas não apresentam valor
literário reconhecível, os demais aspectos da obra do missionário – um
representado por criações literárias com objetivo pedagógico em relação à
catequese, outro por criações desinteressadas – devem ser literariamente
valorizadas, sobretudo o teatro em verso”.
O texto
refere-se aos textos produzidos no século XVI por:
a)
José de Anchieta.
b) Pero Vaz de Caminha.
c) Antônio Vieira.
d) Bento Teixeira.
e) Manuel da Nóbrega.
6 – Quanto às manifestações literárias brasileiras
aparecidas durante o período colonial:
a) Refletiam a grandeza da Literatura
Portuguesa da época.
b) Não havia obras escritas, existia,
pois, como manifestação oral.
c)
Eram ainda incipientes, apesar de escritas, pois a metrópole não
incentivava este tipo de produção.
d) O expressivo número de escritores que
apareceram obreiam-se com os maiores vultos da literatura universal.
e) Representa o esplendor das tendências
literárias do medievalismo português.
7 – A “literatura jesuítica”, nos primórdios de
nossa história:
a) Tem grande valor informativo.
b) Marca nossa maturação clássica.
c)
Visava à catequese do índio, à instrução ao colono e sua assistência
religiosa e moral.
d) Estava a serviço do poder real.
e) Tem fortes doses nacionalistas.
8 – Sabe-se que
a literatura brasileira do século XVI não primava pelo valor estético, mas se
destacava pelo caráter informativo. Dentre os autores daquele período, podemos
citar, com respectiva obra:
a) Bento Teixeira, com História do
Brasil.
b) Frei Vicente Salvador, com
Prosopopeia.
c)
Pero Magalhães Gândavo, com Tratado da Terra do Brasil.
d) Nuno Marques Pereira, com Compêndio
narrativo do peregrino da América.
e) Manoel Botelho de Oliveira, com
Música do Parnaso.
9 –
“Meu bem, meu amor,
Meu esposo, meu senhor,
Meu amigo, meu irmão,
Centro do meu coração,
Deus e pai!
Pois com entranhas de mãe
Quereis de mim ser comigo
Roubais todo o meu sentido,
Para vós!”
José de Anchieta.
Assinale a
alternativa que corresponde ao texto:
a) Trata-se de um poema barroco, por
causa do jogo de antíteses.
b) Pertence à fase do Romantismo, como
revela o intenso sentimento religioso.
c) Percebe-se, pelo desejo de exaltação,
que é um poema épico do período quinhentista.
d) Expressa a religiosidade nos padrões
simbolistas.
e)
Trata-se de um poema lírico do Quinhentismo.
10 – Aponta a alternativa incorreta sobre o “Sermão
da Sexagésima”:
a) O autor desenvolve dialeticamente a
seguinte tese: “A semente é a palavra de Deus”.
b) O estilo é barroco e privilegia a
corrente conceptista de composição.
c) O orador discute no sermão cinco
causas possíveis que não permitiram a entrada da palavra de Deus no coração dos
homens.
d) Vieira baseia-se em parábolas
bíblicas, e sua linguagem se vale de estruturas retóricas clássicas.
e)
Pela sua capacidade de argumentação, Vieira consegue, neste sermão,
convencer os indígenas a se converterem.
11 – Assinale o texto que, pela linguagem
e pelas ideias, pode ser considerado como representante da corrente barroca.
a) “Branco e meigo sorriso se deslizava
em seus lábios; os negros caracóis de suas belas madeixas brincavam, mercê do
zéfiro, sobre suas faces... e ela também suspirava.”
b) “Estiadas amáveis iluminavam
instantes de céus sobre ruas molhadas de pipilos nos arbustos dos squares. Mas
a abóbada de garoa desabava os quarteirões.”
c) “Os sinos repicavam numa impaciência
alegre. Padre Antônio continuou a caminhar lentamente, pensando que cem vezes
estivera a cair, cedendo à fatalidade de herança e a influência do meio que o
arrastavam para o pecado.”
d) “De súbito, porém, as lancinantes
incertezas, as brumosas noites pesadas de tanta agonia, de tanto pavor de
morte, desfaziam-se, desapareciam completamente como os tênues vapores de um
letargo...”
e)
“Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural irregularidade!
A vossa bruteza é melhor que o meu alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis a
Deus com as palavras; eu lembro-me, mas vós não ofendeis a Deus com a memória;
eu discorro, mas vós não ofendeis a Deus com o entendimento; eu quero, mas vós
não ofendeis a Deus com a vontade.”
12 –
“Entre os semeadores do Evangelho há uns
que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os
que vão pregar à índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair são os que
se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua
conta. Aos que tem a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão
buscar a seara tão longe, hão-lhe de contar os passos. Ah! Dia do Juízo! Ah!
Pregadores! Os de cá, achar-vos-ei com mais paço; os de lá, com mais passos...”
A passagem
acima é representativa de uma das tendências estéticas da prosa seiscentista, a
saber:
a) O sebastianismo, isto é, a celebração
do mito da volta de D. Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de
Alcácer-quibir.
b) A busca do exotismo e da aventura
ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas de viagem.
c) A exaltação do heroico e do épico,
por meio das metáforas grandiloquentes da epopeia.
d) O lirismo trovadoresco, caracterizado
por figuras de estilo passionais e místicas.
e)
O conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos
da dialética.
13 – Leia o texto:
Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trata a toda ligeireza,
E imprime em toda flor sua pisada.
Ó não aguardes, que a madura idade,
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra,
em nada.
Gregório de Matos.
Os tercetos acima ilustram:
a) O caráter de jogo verbal próprio da
poesia lírica do século XVI, sustentando uma crítica à preocupação feminina com
a beleza.
b)
O jogo metafórico próprio do Barroca, a respeito da fugacidade da
vida, exaltando o gozo do momento.
c) O estilo pedagógico da poesia
neoclássica, ratificando as reflexões do poeta sobre as mulheres maduras.
d) As características de um texto
romântico, porque fala de flores, terras, sombras.
e) Uma poesia que fala de uma existência
mais materialista do que espiritual, própria da visão do mundo nostálgico
cultista.
14- A respeito de Padre Antônio Vieira, pode-se
afirmar:
a) Embora vivesse no Brasil, por sua
formação lusitana não se ocupou de problemas locais.
b)
Procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava.
c) Dada sua espiritualidade, demonstrava
desinteresse por assuntos mundanos.
d) Em função de seu zelo para com Deus,
utilizava-o para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais.
e) Mostrou-se tímido diante dos
interesses dos poderosos.
15 –
“Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma
barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim
é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder
faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres... O ladrão que furta para
comer não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que levam, de que eu
trato, são os outros – ladrões de maior calibre e de mais alta esfera... os
outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam
debaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros se furtam, são
enfocados, estes furtam e enforcam.”
Padre Vieira. Sermão do Bom Ladrão.
Em relação ao estilo empregado por Vieira neste trecho
pode-se afirmar:
a) O autor recorre ao cultismo da
linguagem com o intuito de convencer o ouvinte e por isto cria um jogo de
imagens.
b) Vieira recorre ao preciosismo da
linguagem, isto é, através de fatos corriqueiros, cotidianos, procura converter
o ouvinte.
c)
Padre Vieira emprega, principalmente, o conceptismo, ou seja, o
predomínio das ideias, da lógica, do raciocínio.
d) O pregador procura ensinar preceitos
religiosos ao ouvinte, o que era prática comum entre os escritores gongóricos.
16 – Considere-se as seguintes afirmações sobre o
Barroco brasileiro:
I – A arte Barroca caracteriza-se por apresentar dualidades,
conflitos, e contrastes, que convivem tensamente na unidade da obra.
II – O conceptismo e o cultismo, expressões da poesia
barroca, apresentam um imaginário bucólico, sempre povoado de pastoras e
ninfas.
III – A oposição entre Reforma e Contra Reforma expressa, no
plano religioso, os mesmos dilemas de que o Barroco se ocupa.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d)
Apenas I e III.
e) I, II e III.
17 –
“Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com
os Pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que
façam na terra, o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando
a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela, que têm
ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? ou é porque
o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não
salga, e os Pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se
não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina, que lhes dão, a
não querem receber; ou é porque o sal não salga, e os Pregadores dizem uma
cousa, e fazem outra, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes
querem antes limitar o que eles fazem, que fazer o que dizem: ou é porque o sal
não salga, e os Pregadores se pregam a si, e não a Cristo; ou porque a terra se
não deixa salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem a seus
apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal”.
Pe. Antônio Vieira.
A – O autor aponta como causa da corrupção na terra:
a) A doutrina pregada é fraca ou os
homens não lhe são receptivos.
b) Os pregadores pregam uma falsa
doutrina ou a doutrina é ineficiente.
c) Os homens não são receptíveis à
doutrina, porque ela é verdadeira.
d)
A ação dos pregadores não testemunha o que eles pregam.
e) Os homens tentam imitar os
pregadores, seguindo lhes a doutrina.
B – São características do autor e da época, presentes no
textos:
a) Recursos às antíteses, como suporte
das ideias.
b)
Argumentação construída através de jogo de ideias conduzindo a uma
resposta.
c) Visão negativa do caráter do homem.
d) Nilismo temático encobrindo o vazio
de ideias.
e) Abordagem da dualidade inerente à
condição humana.
Repostas muito útil!👍🏽
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