POEMA: E AGORA, JOSÉ?
Carlos Drummond de Andrade
E agora, José?
A festa acabou,
A luz apagou,
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, José?
E agora, você?
Você que é sem nome,
Que zomba dos outros,
Você que faz versos,
Que ama, protesta?
E agora, José?
Esse
trecho é apenas a primeira estrofe do poema, mas será suficiente para
analisarmos as características da linguagem poética.
Como obra representativa do modernismo, as rimas desse poema não são rimas
tradicionais ou clássicas. Procure em livros de seu conhecimento estrofes que
apresentem rimas tradicionais.
a 1) Transcreva um poema ou, ao menos, uma estrofe, sublinhando a
última sílaba tônica (forte) de cada verso.
“Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
2) Compare o trecho transcrito de José. Por que consideramos que as
rimas desse poema não são clássicas?
Porque não há uma organização simétrica.
c 3) Por que, mesmo não tendo o padrão clássico de rimas poéticas, o
trecho de José pode ser considerado poético?
Porque tem algumas rimas, mas, sobretudo,
porque tem melodia e linguagem.
4) As repetições usadas no poema são comumente usadas em textos
escritos? Por que você acha que são usadas nesse poema?
Repetições não são recomendadas em textos
escritos; já na linguagem poética as repetições criam “musicalidade” e provocam
um jogo de palavras que lembra a oralidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário