CONTO: Sete Pares de Sapatos
Um rei tinha uma filha que rompia sete pares de sapatos todas as
noites.
Disse que quem descobrisse porque é que isso acontecia casaria com a princesa e ganharia metade do seu reino; mas quem tentasse e falhasse morreria. Muitos tentaram, mas sem sucesso.
Disse que quem descobrisse porque é que isso acontecia casaria com a princesa e ganharia metade do seu reino; mas quem tentasse e falhasse morreria. Muitos tentaram, mas sem sucesso.
Certo dia, um rapazinho pobre da cidade pediu à mãe que lhe
cozesse três pães para a viagem e partiu para tentar a sua sorte. A mãe pôs
veneno nos pães, pensando: "Prefiro que ele morra no caminho a que seja
cruelmente morto pelo rei".
No
caminho encontrou um homem que lhe pediu um pão e em agradecimento deu-lhe a
bênção de Deus. Era Santo António.
Depois encontrou uma mulher que lhe
pediu um pão e em agradecimento lhe deu uma capa que o tornava invisível. Era a
Virgem Maria.
E, por fim, encontrou um velhinho que
lhe pediu o último pão e que em agradecimento lhe deu um chicote. Era Deus.
O rei disse-lhe que dormisse nessa
noite num quarto ao lado do da princesa. Em vez disso, ele vestiu a capa que o
tornava invisível e em bicos de pés entrou no quarto da princesa.
Viu-a tirar seis pares de sapatos do guarda-fatos e sair, sorrateiramente, do quarto. Seguiu-a pela escadaria abaixo e depois saíram para a rua.
Viu-a tirar seis pares de sapatos do guarda-fatos e sair, sorrateiramente, do quarto. Seguiu-a pela escadaria abaixo e depois saíram para a rua.
Em seguida, viu-a dirigir-se a um
arbusto de ouro.
- Boa noite, arbusto de ouro!!, cumprimentou ela.
- Boa noite, princesa, e boa noite para o teu amigo! respondeu o
arbusto.
- Eu estou sozinha, disse a princesa.
Apanhou uma flor, prendeu-a ao casaco e o rapaz invisível fez o mesmo. A
seguir chegou a um arbusto de prata, depois a um de cobre e todas as vezes
repetia que estava sozinha e em cada arbusto, primeiro ela e depois o
companheiro invisível, apanhavam uma flor.
Saltou então para um cavalo branco e
atravessou um rio. O rapaz fez estalar o seu chicote e chegou à outra margem
antes dela. Chegaram a um palácio cheio de monstros que dançavam pela noite
fora. A princesa dançou uma valsa e gastou o primeiro par de sapatos; depois
dançou uma mazurca, uma música escocesa, uma morna, uma contradança, um tango e
uma sarabanda até gastar os sete pares de sapatos. Depois voltou a montar o
cavalo branco e regressou ao palácio do pai. O rapaz fez estalar o chicote e
chegou primeiro que ela. Correu para o quarto e deitou-se. A princesa espreitou
para dentro do quarto, viu o rapaz a dormir e pensou que o seu segredo estava
bem guardado. De manhã, o rei perguntou ao seu hóspede se sabia porque a
princesa gastava sete pares de sapatos todas as noites. Para seu espanto, o
rapaz respondeu:
- Sei sim! e para provar o que dizia
mostrou-lhe as flores dos arbustos de ouro, de prata e de cobre.
O rei prometeu que o casaria com a princesa.
- Não me caso com raparigas que dançam
com monstros, respondeu o rapaz "mas dê-me metade do seu reino e a minha
mãe e eu viveremos felizes o resto dos nossos dias!".
Uma
história clássica de Cabo Verde, publicada no "Terra do Nunca", Ano
IV, nº 296 - 03NOV2002
Grupo I
1 – Cópia do texto a expressão que explica por que razão
a mãe do rapazinho lhe deu três pães envenenados.
“Prefiro que ele morra
no caminho a que seja cruelmente morto pelo rei.”
2 – Qual é o papel/ função das figuras de Santo António,
a Virgem Maria e Deus neste texto? Porquê que apareceram?
-
Santo Antônio: Deu-lhe a benção de Deus.
- A
Virgem Maria: deu-lhe a capa.
-
Deus; deu-lhe o chicote.
Para evitar que o menino fosse porto pelo rei.
3 – Os presentes que o rapazinho recebeu em troca dos
pães foram-lhe muito úteis mais tarde. Explica como foi usado cada um deles.
- A benção de Deus. É a total proteção.
- A
capa que o tornaria invisível.
- O
chicote era para transporta-lo mais rápido de um lugar para outro.
4 – Lê o seguinte excerto retirado do texto e
explica o procedimento do príncipe. (Diz porque agiu deste modo.)
“…ele vestiu a capa que o tornava invisível e
em bicos de pés entrou no quarto da princesa.”
Para poder saber o que a princesa estava fazendo e tentar descobrir o
segredo.
5 – A princesa apanhou três flores antes de
chegar ao palácio dos monstros. Onde apanhou cada uma delas?
- Primeiro foi
pego no arbusto de ouro.
- Segundo foi pego no arbusto de prata.
- Terceiro foi pego no arbusto de cobre.
6 – Na tua opinião, porquê
que os arbustos aparecem no caminho da princesa por aquela ordem?
Resposta pessoal
do aluno.
7 – Enumera as danças que a princesa dançou no palácio
dos monstros.
“A
princesa dançou uma valsa e gastou o primeiro par de sapatos; depois dançou uma
mazurca, uma música escocesa, uma morna, uma contradança, um tango e uma
sarabanda até gastar os sete pares de sapatos.”
8 - Substitui as expressões sublinhadas por
outras com o mesmo valor.
a)“O rapaz fez estalar o seu chicote.”
“O
rapaz estalou o seu chicote.”
b)“… a minha mãe e eu viveremos felizes o
resto dos nossos dias!".
“... a minha mãe e eu seremos felizes para sempre.”
9 – Assinala com um (X) o expressão com
significado equivalente à seguinte:
“…deu-lhe a bênção de Deus”
¨ deu-lhe a palavra de Deus
¨ deu-lhe a cruz de Deus
¨ deu-lhe
graça de Deus
10 – Faz a correspondência de acordo com o texto
“…deu-lhe
a bênção de Deus”
|
1
|
3
|
Deus
|
|
“…deu
uma capa que o tornava invisível”
|
2
|
2
|
Virgem Maria
|
|
“…deu
um chicote.”
|
3
|
1
|
Santo António
|
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