O
QUE É EDUCAÇÃO?
Claudino Piletti
Podemos começar a pensar sobre educação
analisando o seguinte fato histórico:
Por ocasião do tratado de Lancaster, na
Pensilvânia (Estados Unidos), no ano de 1744, entre o governo da Virgínia e as
seis nações indígenas, os representantes da Virgínia informaram aos índios que
em Williamsburg havia um colégio dotado de fundos para a educação de jovens
índios e que, se os chefes das seis nações quisessem enviar meia dúzia de seus
meninos, o governo se responsabilizaria para que eles fossem bem tratados e
aprendessem todos os conhecimentos do homem branco.
A essa oferta, o representante dos
índios respondeu:
“Apreciamos enormemente o tipo de
educação que é dada nesses colégios e nos damos conta de que o cuidado de
nossos jovens, durante sua permanência entre vocês, será custoso. Estamos
convencidos, portanto, de que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos
de todo o coração.
“Mas aqueles que são sábios reconhecem
que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os
senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a
mesma que a nossa.
“[...] Muitos dos nossos bravos
guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa
ciência. Mas, quando voltavam para nós, eles eram maus corredores, ignorantes
da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como
caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua
muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como
guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
“Ficamos extremamente agradecidos pela
vossa oferta e, embora não possamos aceita-la, para mostrar a nossa gratidão
oferecemos aos nobres senhores da Virgínia que nos enviem alguns dos seus
jovens que lhe ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens”.
(Extraído de um texto escrito por Benjamim Franklin.)
Claudino
Piletti. Didática geral. São Paulo: Ática, 1989. p. 10-1.
1 – O que o representante
dos índios entende por “educação” se assemelha à ideia que Rubem Alves tenta
transmitir com seu texto? Em quê?
Sim. Ambos pensam a educação como algo
natural, atrelado a um determinado contexto cultural, que faça sentido para o
educando e que tenha imediata aplicação em sua vida real.
2 – Como o representante dos
índios consegue recusar o convite sem ofender os brancos?
Ele elogia a iniciativa dos brancos, o
sistema de ensino deles e agradece pelo empenho do governo.
3 – Na sua opinião, os
brancos aceitariam a oferta dos índios? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal
do aluno.
4 – O que o representante
dos índios pretendia ao afirmar: “Mas aqueles que são sábios reconhecem que
diferentes nações têm concepções diferentes das coisas”.
Foi uma estratégia de convencimento.
Caso o governo se ofendesse com a recusa, seria a demonstração de que os
governantes não eram sábios.
5 – Rubem Alves tem uma
ideia do que seja um homem sábio. É a mesma ideia que está presente na resposta
do índio à oferta dos brancos?
Sim, ambos têm a mesma ideia. Para eles,
sábio é aquele que tem o discernimento para aceitar as razões do outro e usa o
conhecimento para tomar as decisões mais acertadas.
6 – Se você recebesse uma
resposta como essa, ficaria convencido e daria razão ao índio? Por quê?
Resposta pessoal
do aluno.
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