quarta-feira, 15 de agosto de 2018

REPORTAGEM: BRASIL DIVIDIDO - OTTONI FERNANDES JR. - COM GABARITO

REPORTAGEM: Brasil Dividido
        Mais da metade dos trabalhadores brasileiros vive na informalidade

        Eles habitam um mundo de tons cinzentos. Procuram sobreviver no improviso, escapar das armadilhas da burocracia e do pagamento de impostos. São camelôs, barraqueiros, donos de fábricas de fundo de quintal. Alguns resvalam para a ilegalidade, vendem cigarros e remédios falsificados, CDs piratas ou badulaques. São também pessoas diplomadas que dão consultoria ou atuam como Personal Tainers. Tem de tudo no mundo da informalidade. O Brasil é um dos campeões nesse território. Nada menos do que 52,6% dos brasileiros que praticam alguma atividade remunerada gravitam em ambientes informais. Em 2002 eram 36,3 milhões de pessoas, entre 69,1 milhões de trabalhadores que recebiam algum tipo de pagamento. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O problema é crescente, especialmente nas regiões metropolita nas e, dentro delas, no setor de serviços.
        De acordo com os especialistas do Ipea, o crescimento da informalidade no Brasil resulta de uma reacomodação da economia, que ocorreu porque a indústria deu um salto de produtividade e assou a produzir mais com menos gente. Ao mesmo tempo, terceirizou atividades, muitas para empresas de serviços de limpeza, segurança ou alimentação.
        Os dados indicam que o setor industrial não apenas está empregando menos, também é nele que se registra o maior crescimento da informalidade.
        Um estudo da consultoria McKinsey revela que o maior grau de informalidade está no setor agropecuário. Ali, 90% da mão-de-obra não têm vínculo empregatício. O menor nível de informalidade é o do setor de veículos automotores, que ostenta um índice de apenas 9%.

        Um Problema Nacional

        A informalidade é um problema para o país por várias razões. Primeiro porque quem trabalha sem registro vive sem qualquer rede de proteção. Não tem direito a férias, 13° salário nem Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Depois, porque uma empresa não investe na capacitação de um trabalhador que não tem vínculo com seu negócio – o que, numa perspectiva mais larga, prejudica a competitividade da economia do país como um todo. Em terceiro lugar, porque empresas e pessoas que vivem na informalidade não pagam impostos – o que prejudica as contas públicas e dificulta investimentos necessários para o bem comum. E também porque, embora não contribuam, os trabalhadores informais têm direito à assistência médica e à aposentadoria – uma despesa que está sendo coberta por um número cada vez menor de trabalhadores e empresas formais.
        De acordo com o relatório da McKinsey, a opção pela informalidade está relacionada ao alto custo do cumprimento das leis, que estimula as empresas menos produtivas a permanecer nessas condições. É cada vez mais comum a opção pela informalidade para não cumprir exigências trabalhistas, previdenciárias ou relacionadas à segurança do trabalho. “O pequeno empresário não paga os encargos trabalhistas porque eles pesam relativamente mais em seu faturamento do que no de uma grande empresa”, diz Ricardo Tortorella, economista e consultor do Sebrae Nacional. O custo relativo da assistência à saúde e da segurança no trabalho também é muito pesado para as pequenas empresas. O trabalhador informal, por seu lado, tem acesso ao Sistema Único de Saúde. Deixa de ter direito ao seguro desemprego, ao seguro acidente de trabalho e ao seguro maternidade, mas não precisa abrir mão de uma parte de sua receita em favor da Previdência Social.
                      Ottoni Fernandes Jr. Publicado na revista Desafios do
                            Desenvolvimento, ano 1, n° 4, novembro de 2004.

Entendendo o texto:
01 – Qual o título do texto? E por que recebe este nome?
      Brasil Dividido. Porque mais da metade dos trabalhadores brasileiros vive na informalidade.

02 – Por que vivem nesta situação?
      Porque procuram sobreviver no improviso, e escapar das armadilhas da burocracia e do pagamento de impostos.

03 – Quais são os tipos de trabalhadores informais?
      São os camelôs, barraqueiros, donos de fábricas de fundo de quintal, como também pessoas diplomadas que dão consultoria ou Personal Trainers.

04 – Dentre tantos produtos, cite 03 itens, que são comercializados ilegalmente.
      São vários itens: venda de cigarros contrabandeados, remédios falsificados, CDs piratas, etc.
05 – Qual é a porcentagem de brasileiros que trabalham nesse território?
      Chega a nada menos que 52,6% dos brasileiros.

06 – De acordo com texto, em 2002 eram 36,3 milhões de pessoas, entre 69,1 milhões de trabalhadores que recebiam algum tipo de pagamento. De quem são estes dados?
      É da pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com informação do IBGE.

07 – De acordo com os especialistas do Ipea, qual é o motivo do crescimento de trabalhadores informal? E qual a parte de serviços que as Indústrias estão terceirizando?
      Porque as Indústrias foram reacomodando e produzindo mais com menos funcionários. E passaram a terceirizar a parte de serviços de limpeza, segurança ou alimentação.

08 – Conforme o texto, o maior grau de informalidade está no setor agropecuário e o menor grau é no setor de veículos. Quem deu as informações e qual é a porcentagem?
      O estudo foi feito pela consultoria McKinsey, onde ele informa que o setor agropecuário atinge a 90%, enquanto que o setor de veículos automotores chegam ao índice de 9%.

09 – Quais os problemas que a informalidade traz para o País?
      De acordo com o texto são quatro problemas:
·        Primeiro; porque quem trabalha sem registro, vive sem qualquer rede de proteção; como férias, 13° salários nem Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
·        Segundo; porque uma empresa não investe na capacitação de um trabalhador que não tenha vínculo com seu negócio.
·        Terceiro; porque empresas e pessoas que vivem na informalidade não pagam impostos, o que prejudica as contas públicas e dificulta investimentos necessários para o bem comum.
·        Quarto; porque embora não contribuam, os trabalhadores informais têm direito à assistência médica e à aposentadoria.

10 – Por quem é coberto todas as regalias utilizadas pelos trabalhadores informais?
      Esses direitos estão sendo coberto por um número cada vez menor de trabalhadores e empresas formais.

11 – Qual o motivo que estimula as empresas menos produtivas a permanecer nessas condições?
      De acordo com o relatório da McKinsey, a opção pela informalidade é a por causa da burocracia e o alto custo do cumprimento das leis.

12 – O que diz o economista e consultor do Sebrae Nacional, o Ricardo Tortorella, com relação as exigências trabalhista, previdenciárias ou relacionadas à segurança do trabalho?
      “O pequeno empresário não paga os encargos trabalhistas porque eles pesam relativamente mais em seu faturamento do que no de uma grande empresa”.

13 – Quais os direitos que o trabalhador informal, deixa de ter?
      O direito ao seguro desemprego, ao seguro acidente de trabalho e ao seguro maternidade, mas não precisa abrir mão de uma parte de sua receita em favor da Previdência Social.

     
     



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