Texto: O
trabalhador se organiza
A consciência de classe do trabalhador,
ou seja, a consciência crítica em relação à sua realidade e de que faz parte de
um grupo com uma identidade comum, ao menos em termos econômicos, só começa a
surgir na primeira metade do século XIX.
Foi na Inglaterra, o primeiro país a
iniciar a Revolução Industrial, que surgiram as primeiras organizações
operárias em torno de sindicatos.
Os sindicatos se dedicavam apenas à
luta por melhores salários, num primeiro momento. Essas reivindicações foram
superadas pela radicalização do movimento operário, sobretudo o francês, devido
aos dois anos de más colheitas agrícolas na década de 40 do século XIX.
Em 1848 foi publicado por Karl Marx e
Friedrich Engels o Manifesto comunista, que estabelece que a luta de classes é
o que movimenta a história e provocará, inevitavelmente, o desaparecimento do
capitalismo e sua superação pelo comunismo.
A luta de classes consiste nos
conflitos e antagonismos entre as classes sociais. Pode se manifestar pela
disputa do poder por meio do processo eleitoral, chegando até a luta armada.
Esse antagonismo entre as classes
sociais levou à formação de um sindicalismo socialista baseado em quatro
aspectos:
·
Uma
atitude: Hostilidade ao capitalismo.
·
Uma
técnica: O uso de quaisquer métodos para atingir o adversário (o
capitalista), inclusive a destruição das máquinas.
·
Uma
estratégia: Ampliar a consciência de classe de todo o proletariado
por meio das greves.
· Uma
esperança: A construção de uma sociedade igualitária após a
derrubada do capitalismo.
O movimento operário europeu obteve
algumas conquistas ao longo do século XIX. Por exemplo: ocorreu uma diminuição
da carga horária de trabalho da população adulta. Observe:
·
1780 – Carga horária calculada em torno de 80
horas por semana.
·
1820 – 67 horas por semana.
·
1860 – 53 horas por semana.
Além das relações de trabalho, mudaram
os modelos administrativos, como o chamado taylorismo, desenvolvido por
Frederick Winslow Taylor (1856-1915). Ele buscou organizar o trabalho de acordo
com uma sequência e um tempo pré-programados, eliminando, assim, o desperdício.
Seguindo os passos de Taylor, o
empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company,
desenvolveu o que ficou conhecido como fordismo, método de produção
caracterizado pela produção em série.
Na fabricação de veículos, as peças
eram colocadas numa esteira. Os automóveis eram passados de um operário a
outro, para que cada um fizesse uma etapa do trabalho. O operário virava
especialista em sua função e trabalhava imóvel. As peças chegavam até ele sem
que fosse necessário sair do lugar.
Na segundo metade do século XX, com o
surgimento de novas tecnologias, os estrategistas foram obrigados a repensar o
papel do operário dentro da empresa. Isso ocorreu principalmente no Japão, onde
havia grande disponibilidade de mão de obra não especializada.
Essa nova estratégia ficou conhecida
como toyotismo. Nesse novo contexto, a mão de obra não podia ser especializada
em funções únicas e restritas, como a fordista. Por isso, os japoneses
investiram na duração e qualificação de sua mão de obra. Assim, o toyotismo, em
vez de avançar na tradicional divisão do trabalho, seguiu um caminho inverso:
incentivou o trabalhador a exercer várias funções dentro da empresa. Isto é
chamado de flexibilização.
Coleção
Tempo de Aprender. Edimar Araújo Silva
José Wagner de Melo Costa Souza.
Entendendo o texto:
01 – Dos objetos abaixo,
qual é o objeto de controle do tempo de serviço?
a) Roda.
b) Bicicleta.
c) Relógio.
d) Carro.
02 – Quem teve a ideia de
usar esse tipo de controle no processo de organização da produção industrial?
Com qual finalidade?
Frederick Taylor, para estabelecer um
tempo predeterminado para a execução do trabalho.
03 – Copie as palavras
abaixo em ordem sequencial, tendo como critério a evolução técnica.
MANUFATURA
– INDÚSTRIA – ARTESANATO.
Artesanato –
manufatura e indústria.
04 – Qual nome é atribuído à
sociedade criada com base no consumo ilimitado de bens, principalmente os
desnecessários à sobrevivência?
Sociedade de
consumo.
05 – O que impulsionou o
surgimento dessa sociedade?
A industrialização.
06 – Qual foi a consequência
do desenvolvimento industrial, na primeira fase da Revolução Industrial, para
os agricultores sem terra e os artesãos?
Os agricultores
foram expulsos do campo e os artesãos se transformaram em artífices, empregados
dos donos dos meios de produção.
07 – Você se sente parte de
alguma classe social? Qual? Por quê?
Resposta pessoal do aluno.
08 – O que é consciência de
classe?
A percepção que
um indivíduo tem de fazer parte de um grupo com uma identidade comum, ao menos
em termos econômicos.
09 – Qual é a principal
característica do taylorismo? E do fordismo? E do toyotismo?
Pré-programação, produção em série e não
especialização, respectivamente.
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