sexta-feira, 18 de março de 2022

POEMA: TÊNIS - GUILHERME DE ALMEIDA - COM GABARITO

          Poema:   Tênis

        Guilherme de Almeida

A titia

borda e espia

o gato branco, enroscado

no feltro verde da mesa

e acordado,

com certeza.

 

Um novelo

cai. E ao vê-lo

o gato bate na bola

e a bola, branca de neve,

pula e rola,

fofa e leve…

 

Silenciosa,

vagarosa,

— uma duas angolinhas…—

a bola solta uma lenta,

longa linha

que se aumenta.

 

Pouco a pouco,

no mais louco

desnorteante corrupio,

a bola desaparece.

Mas o fio

Cresce… cresce…

ALMEIDA, Guilherme de. Tênis. In: LISBOA, Henriqueta. Poemas para a infância. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, [s.d.].

Faraco, Carlos Emílio Língua portuguesa : linguagem e interação / Faraco, Moura, Maruxo Jr. -- 3. ed. -- São Paulo : Ática, 2016.p.10/11.

 Entendendo o texto

01.               Observando a forma desse texto, é possível identificar uma característica de sua organização. Que característica é essa?

Tratar-se de um texto verbal escrito em versos.

      02. Responda:

a)   Que sequência textual predomina nele?

A sequência narrativa.

b)   Qual é o tema central?

A brincadeira do gato.

c)   Quem seria o leitor suposto desse poema?

Trata-se de um poema para crianças.

d)   Tente explicar o título do poema.

A brincadeira do gato se assemelha ao jogo de tênis.

03. Releia o poema, agora em voz alta. Observe sua forma mais uma vez.

a) Quatro estrofes compõem o poema. Analise a estrutura interna de cada estrofe (métrica dos versos, ritmo, rima). O que você pode observar?

       Cada estrofe tem a mesma estrutura interna: 6 versos, sendo: 2 versos trissílabos, 2 versos redondilha maior, 2 versos trissílabos. O esquema de rimas é idêntico em todas as estrofes: AABCBC (rimas emparelhadas no início da estrofe e cruzadas no fim), a cesura também segue o mesmo esquema em todos os versos paralelos.

b) O ritmo de cada estrofe e o desenho que os versos formam no papel procuram imitar um dos elementos centrais que compõem a história. Explique que elemento é esse e a importância desse jogo de imitação que ocorre no poema, tendo em vista que se trata de um poema para crianças.

Resposta pessoal.

Possível resposta: Cada estrofe forma um desenho aproximadamente circular. As quatro estrofes em sequência podem representar as marcas que uma bola quicando deixaria no solo. O ritmo também traduz esse movimento: rápido e estacado nos versos trissílabos, e mais lento e melodioso nas redondilhas maiores. Essa alternância, por harmonia imitativa, pode mimetizar os movimentos do gatinho que “joga tênis” com o novelo de lã.

04. Uma história é contada no poema.

a) Quem é a personagem principal e que tipo de “brincadeira” ela faz?

A personagem central é um gato, que brinca com um novelo de lã.

b) Que relação essa brincadeira tem com o nome do esporte que nomeia o poema?

A relação é de similitude: o jogo do gato lembra o jogo de tênis.

c) Num dos versos do poema, cita-se o trecho de uma parlenda declamada durante um jogo infantil: “– uma duas angolinhas...,–” (verso 15). Mesmo que você não conheça a parlenda nem a brincadeira infantil em que ela é recitada, tente explicar a relação entre os possíveis sentidos do poema e as brincadeiras infantis.

Pela sua estrutura rítmica do poema, simula do ponto de vista sonoro o ritmo marcado de uma parlenda. A parlenda “Uma, duas angolinhas” remete a um jogo conhecido como “jogo do beliscão”, popular entre as crianças brasileiras nos séculos XVIII e XIX (segundo a explicação de Gilberto Freyre, no livro - FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. 28. ed. Rio de Janeiro: Record, 1992. p. 249.)

 

RECEITA/TEXTO INSTRUCIONAL: BOLO DE ACHOCOLATADO - COZINHA FÁCIL - COM GABARITO

 Receita: Bolo de Achocolatado


Preparo: 20 min.

Cozimento: 45 min.

Rendimento: 12 porções.

Ingredientes

Para a massa:

05 ovos.

200g de manteiga.

2 xícaras de açúcar.

2½ xícaras de farinha de trigo.

12 colheres de sopa de achocolatado.

1 colher de chá de bicarbonato de sódio.

1 pitada de sal.

½ colher de chá de essência de baunilha.

1 xícara de leite coalhado (esprema o suco de um limão no leite fervente).

Para a cobertura:

1 xícara de achocolatado.

100g de manteiga.

1 xícara de leite.

2 xícaras de açúcar.

1 pitada de sal.

Modo de fazer:

        Em uma tigela, bata os ovos até espumarem. Em outro recipiente, bata a manteiga e o açúcar, junte os ovos e reserve.

        Peneire a farinha, o achocolatado, o bicarbonato e o sal. Junte a baunilha, o creme de ovos e o leite coalhado. Misture.

        Unte uma forma de abrir de 20 cm de diâmetro e despeje a massa. Leve ao forno moderado (170°C) preaquecido, por 45 minutos ou até que espetando um palito ele saia limpo. Deixe amornar e desenforme.

        Misture os ingredientes da cobertura e leve ao fogo até atingir a consistência de mingau firme. Espalhe ainda quente sobre o bolo. Corte em fatias e sirva.

Cozinha fácil, n° 14.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 237-9.

Entendendo a receita:

01 – A receita é um tipo de texto usado em mais de uma área do conhecimento. Na medicina, por exemplo, pode ser uma fórmula para a preparação de um medicamento ou a indicação por escrito de remédios que o paciente deve tomar.

a)   A que área do conhecimento diz respeito a receita “Bolo de achocolatado”?

À da culinária.

b)   Qual é a finalidade dessa receita?

Ensinar a preparar um bolo com achocolatado.

02 – Essa receita tem duas partes bem-definidas: ingredientes e modo de fazer.  A primeira parte relaciona os ingredientes e indica as quantidades necessárias para fazer o bolo. Nessa receita, em que medidas as quantidades vêm indicadas?

      Em gramas, xícaras, colheres, pitadas.

03 – Uma receita indica minunciosamente a quantidade de ingredientes e ensina, passo a passo, como preparar um prato. No modo de fazer, observe o emprego dos verbos.

a)   O que eles expressam: uma ordem ou uma dúvida?

Uma ordem.

b)   Na sua opinião, por que na receita os verbos empregados expressam isso?

Porque, para alcançar o resultado esperado, a pessoa deve seguir à risca a receita.

04 – Observe a linguagem da receita. Que tipo de variedade linguística foi empregada: a variedade padrão da língua ou uma variedade não padrão?

      A variedade padrão.

05 – Além dos ingredientes e do modo de fazer, uma receita pode apresentar outras informações.

a)   Se quisermos servir esse bolo no lanche da tarde, às 15hs e 30 min. Até que hora deveremos começar a prepara-lo?

Até as 14h e 25 min. Pois são necessários 20 minutos para o preparo e 45 minutos para o cozimento.

b)   Se quisermos servir o bolo para quatro crianças, quantas fatias caberão a cada uma?

Três.

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - VI - CRISTINA AKISINO - COM GABARITO

CRÔNICA: O preconceito racial VI

            Cristina Akisino

        Numa das aulas de um curso de pós-graduação, fui incumbida pela professora de observar a apresentação de alguns trabalhos de colegas da sala e fazer um comentário avaliativo.

        Depois de Concluída minha exposição, a professora comentou: "O debate foi tão intenso que a 'japoronga' até arregalou os olhos!". Nesse momento, me senti paralisada pela crueldade das palavras. Não consegui fazer nada, a não ser esboçar um sorriso sem graça e sentar-me quieta. Fui embora com um sentimento de tristeza tão grande, pensando que mesmo no meio universitário ainda teria que ouvir comentários pejorativos como esse.

        Entender que atitudes e palavras como essas, ainda que sutis, são expressões de preconceito foi um processo doloroso para mim, que me acompanhou por toda a vida e em todos os lugares.

Cristina Akisino, brasileira, neta de japoneses, pesquisadora iconográfica em São Paulo.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 116-7.

Entendendo o texto:

01 – Na situação vivida por Cristina Akisino em sala de aula.

a)   Você acha que a intenção da professora era magoar a aluna, debochando dela perante a classe?

Resposta pessoal do aluno.

b)   O comentário da professora revela preconceito racial ou não? Por quê?

Sim, porque, além de empregar “japoronga” – termo geralmente usado de forma pejorativa –, a professora se referiu a características raciais da aluna, sem que houvesse nenhuma necessidade naquela situação.

 

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - V - JOSÉ DE PAULA NETO (NETINHO - NEGRITUDE JÚNIOR) - COM GABARITO

CRÔNICA: O preconceito racial V

                  José de Paula Neto

        Nossa raça ficou muito tempo no escuro, mas agora somos uma sensação. A revolução começou pela estética. O negro, hoje, se acha bonito, se veste melhor. Sou um modelo para os meninos que, como eu, foram criados na pobreza das periferias. Zelando pela minha imagem, me cuidando, sei que posso melhorar a autoestima dessa garotada e servir de exemplo para eles. Não bebo, não fumo, não curto drogas. [...] Precisamos crescer com consciência, seguir uma ideologia, promover ações solidárias. Nossos pais eram aplaudidos quando deixavam a escola para trabalhar. Nossos avós pensavam “que bom, meu filho não é vagabundo”. Resultado: ficaram burros. Não tínhamos cultura para nos relacionar com o branco, que por sua vez não sabia como tratar o negro. A minha geração também começou a trabalhar cedo, mas não largou os estudos. Meus pais sempre disseram que eu devia ser melhor que eles. Que eu tinha de trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Por isso, a luta contra o preconceito é mais eficiente.

José Paulo Neto, o Netinho, vocalista do Negritude Júnior.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 116-7.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o depoimento do cantor Netinho, a revolução entre os negros começou pela estética. Mas o texto acaba revelando outro tipo de revolução.

a)   O que o cantor quer dizer com a palavra estética?

Ele se refere ao reconhecimento da beleza do negro pelo próprio negro. Antes o negro se depreciava, hoje ele se acha bonito.

b)   Qual é o outro fator importante que acabou dando mais condições aos negos de se destacarem socialmente? Por que ele é importante?

Os estudos, pois, de acordo com o cantor, com cultura o negro fica mais preparado para se relacionar com o branco e combater o preconceito.

02- No depoimento do Netinho, o cantor emprega a palavra autoestima.

a)   O que significa essa palavra?

Significa estimar a si mesmo.

b)   Compare o sentido das palavras autoestima, autodidata e autocontrole. Conclua: O que significa a partícula auto-?

Significa “si mesmo”.

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - IV - MARCELINHO CARIOCA - REVISTA VEJA - COM GABARITO

CRÔNICA: O preconceito racial - IV

Marcelo Pereira Surcin      

        Desde os 12 anos, coloquei na minha cabeça que eu poderia me dar bem no futebol. Era um sonho, eu sabia. Então, por segurança, estudava para ser torneiro mecânico. Enquanto eu vendia pastéis em feiras livres, meus dois irmãos capinavam o jardim dos vizinhos. Mamãe oferecia tapetes nas ruas e papai era gari da prefeitura. A vida era difícil. Refrigerante e frango, só aos domingos. Na escola, como eu não tinha dinheiro para comprar doces na hora da merenda, meus amigos diziam: “Também, teu pai é preto e lixeiro”. Até hoje me lembro de um garoto branco, o Marcos. Ele era muito rico para os nossos padrões, mas era o único que não se incomodava com a minha cor. Era meu melhor amigo. Trocávamos as roupas e ele deixava eu usar as dele, muito mais caras e bonitas do que as minhas. Eu nunca ia às festas boas do meu bairro. Tinha medo da discriminação. Sei que os grã-finos me olhavam de maneira diferente, então procurava o povão em bailes funk. Tudo isso era triste para mim, mas a pior decepção foi quando me apaixonei pela filha de um marinheiro. Ele não admitia vê-la ao lado de um negro com cabelo black power. E esse racista arruinou tudo.

Marcelo Pereira Surcin, o Marcelinho Carioca, jogador de futebol. (Veja, 24/06/1998.)

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 115-7.

Entendendo o texto:

01 – No depoimento do jogador Marcelinho Carioca, há exemplos de pessoas preconceituosas e exemplos de pessoas sem preconceito.

a)   Quais são os exemplos de pessoas sem preconceito?

O amigo Marcos e a namorada branca.

b)   De acordo com o texto, a ausência de preconceitos pode aproximar as pessoas? Justifique sua resposta.

Sim. A amizade entre Marcelinho e Marcos mostra justamente que, quando não há preconceito, podem acontecer relações verdadeiras entre as pessoas.

c)   Pelo que conta o jogador, o preconceito leva a vítima ao isolamento? Por quê?

Sim, porque a vítima fica com medo de se expor e sofrer novas agressões, conforme mostra o exemplo das festas de grã-finos do bairro.




TEXTO: O PRECONCEITO RACIAL III - ZEZÉ MOTA - COM GABARITO

 Texto: O preconceito racial III

               Zezé Mota

        Em 1968, [a atriz Zezé Mota], aos 25 anos, com o Teatro de Arena, estreou uma temporada no Harlem, reduto dos negros pobres de Nova York. O movimento black power ainda não havia eclodido com toda a sua força, mas os negros americanos já procuravam substituir o sentimento de humilhação por um tipo de orgulho barulhento da raça. Zezé apareceu usando uma peruca no estilo Chanel – cabelos lisos, escorridos. “Os americanos perguntaram a Boal (Augusto Boal, diretor do grupo) por que eu usava um cabelo que não era de negro se eu era negra”, lembra a atriz. Zezé arrancou a peruca. Mas seus cabelos de verdade continuavam a não ser os de uma negra. Estavam alisados. “Voltei para o hotel, lavei o cabelo e assumi meu lado negro”, conta. “Foi um batismo.”

Zezé Mota. Cantora e atriz.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 115-117.

Entendendo o texto:

01 – A atriz Zezé Mota conta que contato com os negros americanos, em 1968, foi para ela uma espécie de batismo. Que sentimento tem essa palavra nesse contexto?

        A atriz dá a entender que, a partir dessa experiência, ela se assumiu como negra, iniciou uma fase nova em sua vida, agora com uma identidade negra.

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - II - AUGUSTO MODESTO - COM GABARITO

 CRÔNICA: O preconceito racial - II

           Augusto Modesto

        Moro num prédio de classe média. Aos nove anos, eu era o único negro. Três amigos meus viviam chamando meus pais de “Café” e “King Kong”. Eu me sentia humilhado. O síndico dizia que lugar de negro era na senzala. Aos onze anos, deixei de frequentar o playground. Ficava em casa. Nunca mais brinquei no prédio. Mas não tem jeito. Se saio na rua cinco vezes, em pelo menos uma sou insultado. No ano passado, ao voltar do colégio a pé, o motorista de uma Kombi jogou o carro em cima de mim e gritou: “Vai pra casa, macaco”. Na época em que me isolei dos garotos do prédio, todos os fins de semana meus pais arrumavam programas fora de casa para mim. Num deles fomos à Hípica e decidi aprender a montar. Comecei a competir. Em seis anos, ganhei 18 medalhas e 2 troféus. O hipismo me ajudou a superar o problema do preconceito.

Augusto Modesto, 16 anos, estudante em São Paulo.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 115-117.

Entendendo o texto:

01 – No texto, Augusto sentia-se humilhado por causa do preconceito que sofria. O hipismo, porém, mudou a vida dele. Por que você acha que isso aconteceu?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque o esporte melhorou a autoestima do garoto, isto é, fez com que visse que ele tinha valor. 

 

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - I - CINTHYA RACHEL - REVISTA VEJA - COM GABARITO

 CRÔNICA : O preconceito racial - I- 

           Cinthya Rachel

        No ano passado, eu passeava num shopping de Curitiba com minha mãe, quando gostei de uma blusa.

        Entrei na loja. Vi o preço. Era Caríssima. Mesmo assim, quis experimentar.

        Mas ninguém me atendia. As vendedoras me olhavam de cima para baixo.

        Olhavam e faziam que não me viam. Fiquei nervosa e fui embora. Disse à minha mãe o que tinha acontecido. Decidi, então, voltar. Entrei e Contei até dez. Todos continuavam a me ignorar. Aí explodi. "Será que tenho de abrir minha bolsa e mostrar meu cartão de crédito?" Virei as costas e saí. A gerente então correu atrás de mim. Tentou me explicar que não podia adivinhar que eu tinha dinheiro para comprar a blusa. Não quis ouvi-la, não. Poxa, só porque sou negro não posso ter dinheiro? O preconceito existe, sim. [...]

Cynthia Rachel, 18 anos, a Biba do Castelo Rá-Tim-Bum. (Veja, 24/06/1998.).

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 114-7.

Entendendo o texto:

01 – Cinthya conta a experiência que teve ao querer comprar uma blusa. Releia a explicação que a gerente deu a Cinthya.

a)   Na sua opinião, os funcionários da loja agiriam da mesma forma com uma pessoa branca, mas vestida com roupas simples?

Provavelmente sim, pois pareceu que o procedimento normal é não atender quem supostamente não têm condições de comprar.

b)   O preconceito manifestado pelas pessoas dessa loja é social, racial ou dos dois tipos?

É primeiramente social: contudo, pode ser também racial, pois a vendedora, pelo fato de a cliente ser negra, achou que ela não tivesse dinheiro para comprar a blusa.

HISTÓRIA: O NAVEGADOR SOLITÁRIO - FAMÍLIA SCHURMANN - COM GABARITO

 História: O navegador solitário

             Família Schurmann

        Estávamos atracados na marina de Rodney Bay, Santa Lúcia. O ano era 1987. Chovia muito, ainda assim ouvirmos barulho de velas: era um pequeno barco chegando. David e Wilhelm ajudaram o recém-chegado nas manobras. Uma vez atracado, o navegador solitário perguntou se viviam a bordo. Com a resposta positiva, perguntou se não podiam dar uma olhada no seu barco, enquanto ia em terra providenciar os documentos. Curiosos, os meninos perguntaram de onde vinha.

        -- Das Falklands – respondeu. – Vocês sabem onde fica?

        -- Sim, nós somos do Brasil – explicaram as crianças.

        -- Ah, sim? Já estive lá. Comi feijoada com farinha e até ganhei uma figa!

        Wilhelm deixou David conversando com o homem e veio nos contar do navegador que mal chegara das Falklands e já ia partir para Nova York. Esperamos que terminasse o trâmite dos seus papéis e o convidamos para um café. A conversa tornou-se longa e agradável, quando nos contou sua história.

        Chamava-se James Hatefield, era inglês. Desde pequeno adorava o mar, e sempre sonhou em navegar pelo mundo. Mas, quando tinha apenas dezesseis anos, teve sérios problemas cardíacos e precisou ser operado. Aos 28 anos, foi submetido a outras seis operações cardíacas. Os médicos não lhe deram muitas chances de sobrevivência, uns poucos meses que deveriam ser bem aproveitados.

        Assim, no pouco tempo de vida que tinha, resolvera realizar seu sonho: velejar pelo mundo, em contato com a natureza e com o mar. Já tinham se passado três anos, ele agora estava com 31, e continuava mais vivo do que antes.

        Saiu da Inglaterra em 1984 com um pequeno veleiro de 24 pés, o Cornisch Crabbes, com bolina e calado de apenas setenta centímetros. Levou 101 dias para chegar ao Rio, outros 42 até Cape Town e mais 63 até Perth. Deu a volta pelo sul do continente australiano e foi até Auckland. De Auckland seguiu rumo ao cabo Horn. Estava no meio do caminho, no paralelo 45°, quando ouviu um terrível barulho de colisão. Subiu ai convés e não viu nada, só a escuridão ao seu redor. No interior, a água já alcançava os paneiros. Mas o instinto de sobrevivência falou mais alto. Procurou ver o que tinha acontecido, descobriu ter perdido o leme. Tirou água do barco com balde e com a bomba de porão. Contatou seus amigos radioamadores que acompanhavam sua rota e lançou seu pedido de socorro.

        -- Imagine – dizia ele – se meu médico me visse daquele jeito, balde na mão, trabalhando sem parar, mal alimentado, quase sem descanso, tentando me salvar. Eu que, de acordo com seus prognósticos, já deveria ter morrido!

        Depois de seis dias e um trabalho insano, os amigos radioamadores conseguiram encontrar um cargueiro que navegava mais ou menos próximo e ele foi resgatado. O veleiro, infelizmente, naufragou.

        -- Quase morri do coração! – falou emocionado. – Não de doença, mas de tristeza!

        O cargueiro deixou-o na Nova Zelândia. No Hospital do Coração, souberam de sua desventura e se interessaram por ele. Cotizaram-se e deram-lhe um novo veleiro, de 29 pés, batizado com o nome de British Heart. As pessoas e empresas que colaboraram na construção do novo barco tiveram seus nomes registrados na borda do veleiro. Ganhou velas, mastros, roupa, equipamentos, alimentos. Em troca, um compromisso: velejar ao redor da Nova Zelândia, fazendo palestras em escolas, clínicas e hospitais, arrecadando fundos para o Hospital do Coração.

        -- Não sei como agradecer a este povo tão hospitaleiro, que me deu carinho e me alimentou por todo este tempo – dizia emocionado. Confessou também ter sido difícil a despedida, pois era grande a emoção dos amigos ao vê-lo partir.

        De Wellington fez o percurso até o cabo Horn em 42 dias, numa média de 133 milhas diárias, enfrentando muito mar e correntes. Passou pelas ilhas Falklands e depois, sem escalas, velejou diretamente para o Caribe, em Santa Lúcia.

        Permaneceu ao nosso lado apenas dois dias, tempo necessário para abastecer, lavar a roupa, trocar montanhas de livros com outros barcos ancorados e seguir direto até Nova York. Perguntamos-lhe por que não ficava mais um pouco.

        -- Oh, não – respondeu. – Gosto do que faço, estou bem e sou feliz. E o meu coração pertence ao mar!

Diário de uma aventura, Dez anos no mar. Record, 1995. p. 143-145.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p. 207-210.

Entendendo a história:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Atracado: preso ao cais do porto.

·        Marina: lugar onde se guardam os barcos.

·        Trâmite: procedimento para conseguir algo.

·        Cardíacas: do coração.

·        Bolina: peça de veleiro, cabo que puxa vela.

·        Calado: parte do barco que fica sob a linha d’água.

·        Colisão: choque, trombada.

·        Convés: assoalho do barco.

·        Posseiro: bancada à ré dos pequenos barcos, destinada aos passageiros.

·        Prognósticos: previsões.

·        Cotizaram-se: reuniram-se para contribuir para uma despesa comum.

·        Insano: que faz mal à saúde.

02 – Observe a importância de algumas pequenas palavras, como a do exemplo abaixo, e explique em seu caderno que ideias elas acrescentam às frases.

        tinham se passado três anos, ele agora estava com 31, e continuava mais vivo do que antes”. O uso do estabelece o pressuposto de que o tempo presente estava além do esperado.

a)   Chovia muito, ainda assim ouvimos barulho de velas...

O uso de ainda indica que, como chovia, era de se esperar que não se ouvisse nada.

b)   Mal chegara das Falklands e ia partir para Nova York.

O pressuposto era de que ele ia partir antes do que se esperava.

c)   Assim, no pouco tempo de vida que tinha, resolvera realizar seu sonho.

A palavra assim estabelece uma relação de continuidade entre esse momento e o vivido anteriormente.

d)   No interior, a água alcançava os paneiros.

Acrescenta uma circunstância de tempo: nesse momento, então.

03 – Qual é o significado da frase: “Quase morri do coração! – falou emocionado. – Não de doença, mas de tristeza!”?

      Fiquei muito triste. O coração aqui é utilizado como o centro dos sentimentos, das emoções e não como órgão do corpo simplesmente

04 – Em que circunstâncias de tempo e espaço os Schurmann encontraram James Hatefield?

      Eles encontraram com o navegador solitário em Rodney Bay, Santa Lúcia, em 1987.

05 – Quais são as características pessoais de James Hatefield?

     É um inglês que teve dos dezesseis aos vinte e oito anos sérios problemas cardíacos.

06 – Por que James começou a viajar?

      Ele foi praticamente desenganado pelos médicos e resolveu aproveitar o pouco tempo de vida que lhe restava realizando um sonho: navegar pelo mundo.

07 – Como o inglês escapou do naufrágio do Cornisch Crabbes?

      Durante seis dias James retirou água do barco e pediu ajuda aos amigos radioamadores que acompanhavam sua rota. Um cargueiro mais ou menos próximo o resgatou.

08 – Como James foi recebido na Nova Zelândia?

      Foi muito bem recebido. Cuidaram da saúde dele e deram-lhe um novo barco bem equipado.

09 – Por meio de suas atitudes o inglês revelou algumas qualidades interiores. Quais são elas? Justifique suas afirmações.

      Ele é inteligente, pois sabe se orientar no mar. Ama o mar e tem muita coragem. É um homem que está de bem com a vida. “Gosto do que faço, estou bem e sou feliz.”

10 – O que há de extraordinário na história de James Hatefield?

      Ele foi considerado sem saúde, deram-lhe pouco tempo de vida. Depois disso, viveu três anos no mar, navegando, solitário, enfrentando um trabalho insano. Com isso, seu problema cardíaco desapareceu.

11 – Por que o navegador inglês ficou apenas dois dias em terra?

      Porque ele ama estar no mar.

12 – Respondendo a estas perguntas, você estará resumindo o texto:

·        Quem? James Hatefield.

·        O quê? Navega solitário no mar.

·        Onde? Pelo mundo.

·        Por quê? Deram-lhe pouco tempo de vida devido a problemas cardíacos.

HISTÓRIA: BRINQUEDO LEGO - MARIA CRISTINA VON ATZINGEN - COM GABARITO

 História: Brinquedo LEGO

        Em 1932, na Dinamarca, um marceneiro chamado Ole Kirk Christiansen começou um pequeno negócio fabricando tábuas de passar roupa, escadas portáteis e brinquedos de madeira.

        Seu filho de 12 anos, Godtfred, o ajudava.

        Dois anos depois, com seis funcionários, deu à sua empresa o nome de LEGO, juntando as primeiras letras das palavras Leg Godt que significavam “boa brincadeira”.

        Seu lema era “Só o melhor é bom o suficiente”. Em 1949, criou o brinquedo LEGO, tijolinhos de plástico que juntos podiam se transformar em casas, carros e em tudo o mais que a imaginação permitisse. Para se ter uma ideia, com seis tijolinhos pode-se obter 102.981.500 combinações diferentes.

        Ole Kirk Christiansen morreu em 1958, aos 67 anos, e seu filho Godtfred assumiu a companhia.

        Hoje o Grupo LEGO emprega mais de 9400 pessoas, em 140 países, ocupando a posição de líder mundial no segmento de brinquedos.

        Os brinquedos LEGO atendem a crianças de três meses a dezesseis anos, que, além de brincar com os famosos tijolinhos, podem conhecer os parques temáticos Legoland localizados na Dinamarca, Inglaterra e Estados Unidos, construídos com milhões de peças. [...]

Maria Cristina Von Atzingen. A história dos brinquedos – Para as crianças conhecerem e os adultos se lembrarem. São Paulo: Alegro, 2001. p. 153-4.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 228-9.

Entendendo a história:

01 – De que se trata esse texto?

      Conta a história da criação do brinquedo LEGO.

02 – Por quem foi criado este brinquedo? Qual era sua profissão?

      Foi criado em 1932, por Ole Kirk Christiansen. Era marceneiro.

03 – Quem ajudava ele no começo? Qual era a sua idade?

      Seu filho Godtfred. Tinha 12 anos de idade.

04 – Quantos empregados possui o Grupo LEGO? E em quantos países ele ocupa a posição de líder?

      Hoje possui mais de 9.400 pessoas. E está em 140 países.

05 – Leia esta oração:

        “Em 1932, um marceneiro dinamarquês começou um pequeno negócio.”

a)   Identifique o sujeito da oração.

Um marceneiro dinamarquês.

b)   Destaque o núcleo do sujeito.

Marceneiro.

c)   Qual é a classe gramatical das palavras que acompanham o núcleo do sujeito?

Um: artigo; Dinamarquês: adjetivo.

06 – Observe o predicado da mesma oração.

a)   Qual é o objeto do verbo começar?

Um pequeno negócio.

b)   Identifique o núcleo do objeto e a classe gramatical a que ele pertence.

Negócio; substantivo.

c)   Identifique a classe gramatical a que pertencem as palavras que acompanham o núcleo do objeto.

Um: artigo indefinido; Pequeno: adjetivo.

07 – Compare:

        Um marceneiro dinamarquês começou um pequeno negócio.

        Marceneiro começou negócio.

        Que papel têm as palavras que acompanham os núcleos do sujeito e do objeto nessa orações?

      Elas determinam, indeterminam e qualificam os núcleos.