Texto: Percussão e outras famílias
Existem várias maneiras de classificar
instrumentos musicais. Uma das mais conhecidas e usadas é a de três categorias,
às vezes chamadas de famílias: a percussão, as cordas e s sopros.

Percussão:
instrumentos que são percutidos (batidos), chacoalhados ou raspados, sendo a
categoria mais numerosa. Pela ampla variedade de instrumentos, é subdividida em
membranofones (com alguma membrana que vibra) e ideofones (o corpo todo do
instrumento é usado para produzir sons).
Exemplos de membranofones: pandeiro,
surdo, tímpano, caixa etc.
Exemplos de ideofones: marimba.
Triângulo, reco-reco etc.
Cordas:
instrumentos que usam cordas par produzir o som. Também conhecidos como
cordofones.
Exemplos: violão, violino, rabeca etc.
Sopros:
instrumentos que produzem sons pela vibração do ar, soprando ou por mecanismos
para movimentá-lo. Também conhecidos como aerofones.
Exemplos: flauta, pífano, clarineta,
sanfona etc.
Atualmente, na música, é muito comum a
presença de instrumentos eletroeletrônicos, como guitarras elétricas ou
teclados eletrônicos. Esses instrumentos podem ser categorizados como
eletrofones.
Outras categorias ainda podem se
referir ao material dos instrumentos, como metais e madeiras; ou mecanismos
para tocá-los, como instrumentos de teclado.
Assim, os instrumentos podem se
encaixar em diferentes classificações. Por exemplo: o piano é um instrumento de
cordas ou cordofone (o que faz o instrumento soar), é de teclado (pela maneira
como é tocado) e também pertence à percussão (porque o teclado aciona um
mecanismo que bate nas cordas com um martelinho).
Ritmo
Como já foi visto, a música acontece no
tempo.
O
ritmo é a maneira como os sons se comportam durante um tempo e a relação que
criam entre si. Ele é intrínseco a toda e qualquer música, portanto existem
infinitas possibilidades rítmicas.
O conceito de ritmo pode ser utilizado
de várias maneiras e em diferentes áreas de conhecimento, sempre mantendo uma
ideia similar: a de movimento. É o ritmo que cria a percepção de velocidade
podendo ser lento, rápido, variado, agitado, tranquilo etc. por exemplo, a fala
tem um ritmo próprio. Quando falamos “bom dia” de maneira natural, a palavra
“bom” pode ter uma duração igual ou similar à palavra “dia”, mesmo a segunda
tendo duas sílabas. Obviamente há várias maneiras de falar essa frase: com
pressa ou lentamente, marcando cada sílaba de maneira periódica. Assim, o ritmo
é definido pela quantidade de tempo entre as sílabas. Cada pessoa, cada
situação e cada sotaque terá um ritmo particular.
Da mesma maneira que na fala, na música
variamos o ritmo para expressar diferentes ideias ou sensações. Embora haja uma
variedade infinita de ritmos, as músicas, em sua maioria, são construídas sobre
ciclos de tempo periódicos.
Pulso,
tempo e acento
O pulso é um dos elementos mais
importantes do ritmo. Ele é o responsável por criar a sensação cíclica no ritmo
das músicas. Considere o caso do andar, em que cada passo pode ser visto como
um ciclo. Podemos dizer que o andar tem um pulso, e assim cada pessoa cria um
ritmo próprio quando caminha. A música, inclusive, usa a palavra “andamento”
para se referir à velocidade e ao pulso específico de cada obra.
Existe sempre uma relação entre o pulso
e o tempo real. Por exemplo: 60 pulsos por minuto indicam um pulso de 1 segundo
de duração. Já 120 pulsos por minuto indicam uma maior velocidade, com 2 pulsos
por segundo.
Pulsos e tempos podem variar,
dependendo dos gêneros musicais e das culturas em questão. Por exemplo, nas
músicas feitas par dançar, é o pulso que direciona muitos dos movimentos das
pessoas.
Termos como “batida”, “pulsação” ou
“batimento” também costumam ser usados como sinônimos de pulso, mas nem sempre
esse uso é adequado.
A maior parte das músicas é feita de
ritmos com pulsos claros e marcados. Nelas, a periodicidade é um dos elementos mais
constantes. Por exemplo, a repetição das onomatopeias “tum tum pá..., tum tum
pá...” cria um ritmo com um pulso marcado e poderia ser usada como base rítmica
para construir uma música.
Ritmos aperiódicos (saem pulso claro)
são menos comuns, mas também existem na música e podem ser encontrados em
muitas manifestações culturais no mundo.
O “acento” é um termo que indica alguma
ênfase (normalmente, um aumento de intensidade) em determinado som. No ritmo,
ele é importante porque ajuda a criar diferentes dinâmicas entre sons.
Considere o exemplo do andar. Ao andar, os passos são iguais em intensidade.
Mas contando 1, 2, 1, 2 (pé direito, pé esquerdo) e acentuando o passo direito,
por exemplo, transforma-se o andar num tipo de marcha. Acentuando o número 2,
com o pé esquerdo, também se cria a marcha, mas muda-se a percepção do ritmo.
Isso porque mudou o acento, não o pulso.
Compasso
O compasso é um conceito da teoria
musical criado para organizar as notas musicais no tempo, isto é, cada compasso
é um ciclo de tempo que se repete durante toda a música e envolve certa
quantidade de pulsos (ou tempos). Assim, os compassos podem ser de 2, 3, 4 ou
mais tempos.
Considere o exemplo da marcha: pé
direito, pé esquerdo, 1, 2, 1, 2 e assim sucessivamente. Aqui o compasso é de
dois tempos. A leitura das sílabas do exercício anterior foi feita sobre um
compasso de quatro tempos.
Fonte: Arte em
Interação – Hugo B. Bozzano; Perla Frenda; Tatiane Cristina Gusmão – volume
único – Ensino médio – IBEP – 1ª edição – São Paulo, 2013. p. 72-76.
Entendendo o texto:
01 – Quais são as três
principais categorias de instrumentos musicais mencionadas no texto e como elas
são definidas?
As três
principais categorias, ou famílias, de instrumentos musicais mencionadas no
texto são: percussão, cordas e sopros.
Percussão:
Instrumentos que produzem som ao serem batidos (percutidos), chacoalhados ou
raspados. É a categoria mais numerosa e se subdivide em membranofones (com
membrana vibratória) e ideofones (o corpo do instrumento vibra para produzir
som).
Corda
(Cordofones): Instrumentos que utilizam cordas para produzir o som.
Sopros
(Aerofones): Instrumentos que geram sons pela vibração do ar, seja soprando
diretamente ou através de mecanismos que movimentam o ar.
02 – O texto apresenta uma
categoria adicional para instrumentos musicais modernos. Qual é essa categoria
e quais exemplos são dados?
O texto apresenta
a categoria dos eletrofones para instrumentos musicais modernos. Estes são
instrumentos eletroeletrônicos que se tornaram muito comuns na música atual.
Exemplos dados incluem guitarras elétricas e teclados eletrônicos.
03 – De que maneira um
instrumento pode se encaixar em diferentes classificações, como exemplificado
pelo piano?
Um instrumento
pode se encaixar em diferentes classificações devido às diversas maneiras de
classificá-los, que podem se referir ao material, ao mecanismo de toque ou à
forma como o som é produzido. O texto usa o piano como exemplo: ele é um
cordofone (as cordas produzem o som), é um instrumento de teclado (pela forma
de tocar) e também pertence à percussão (porque o teclado aciona um mecanismo
que percute as cordas com um martelinho). Isso demonstra a complexidade e a
sobreposição das categorias de classificação.
04 – Qual a definição de ritmo
apresentada no texto e como ele se manifesta na fala humana?
O ritmo é
definido no texto como a maneira como os sons se comportam durante um tempo e a
relação que criam entre si. Ele é intrínseco a toda e qualquer música,
oferecendo infinitas possibilidades. Na fala humana, o ritmo se manifesta na
percepção de velocidade e na duração das sílabas e palavras. O texto
exemplifica com a frase "bom dia", onde a duração de "bom"
pode ser similar à de "dia", mesmo com a diferença de sílabas. O
ritmo da fala é particular a cada pessoa, situação e sotaque, variando conforme
a pressa ou a forma de marcar as sílabas.
05 – Explique o conceito de
"pulso" no contexto musical e como ele se relaciona com o
"andamento" de uma obra.
O pulso é um dos
elementos mais importantes do ritmo e é o responsável por criar a sensação
cíclica na música, como os passos de uma caminhada. Ele estabelece uma base
regular e contínua para o ritmo. A música utiliza o termo "andamento"
para se referir à velocidade e ao pulso específico de cada obra musical, evidenciando
a conexão direta entre o pulso e a percepção de tempo e velocidade na música.
Há uma relação clara entre o pulso e o tempo real, como 60 pulsos por minuto
indicando um pulso de 1 segundo de duração.
06 – Qual a função do
"acento" no ritmo e como ele se diferencia do pulso?
O acento no ritmo
indica alguma ênfase, normalmente um aumento de intensidade, em um determinado
som. Sua função é crucial para criar diferentes dinâmicas entre os sons. O
texto diferencia o acento do pulso através do exemplo da caminhada: os passos
têm um pulso constante, mas ao acentuar um pé específico (por exemplo, o pé
direito ao contar "1, 2, 1, 2" e enfatizar o "1"), o andar
se transforma em uma marcha. Isso demonstra que a mudança no acento altera a
percepção do ritmo, mas não o pulso subjacente, que permanece constante.
07 – O que é um
"compasso" na teoria musical e como ele se relaciona com os conceitos
de pulso e tempo?
O compasso é um
conceito da teoria musical criado para organizar as notas musicais no tempo.
Ele representa um ciclo de tempo que se repete durante toda a música e envolve
uma certa quantidade de pulsos (ou tempos). Assim, os compassos podem ser de 2,
3, 4 ou mais tempos. Ele estrutura a música em segmentos regulares, definindo a
periodicidade e a forma como os pulsos são agrupados e percebidos dentro de um
ciclo temporal maior, como exemplificado pela marcha ("pé direito, pé
esquerdo" indicando um compasso de dois tempos).
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