Texto: O preconceito racial III
Zezé Mota
Em 1968, [a atriz Zezé Mota], aos 25
anos, com o Teatro de Arena, estreou uma temporada no Harlem, reduto dos negros
pobres de Nova York. O movimento black power ainda não havia eclodido com toda
a sua força, mas os negros americanos já procuravam substituir o sentimento de
humilhação por um tipo de orgulho barulhento da raça. Zezé apareceu usando uma
peruca no estilo Chanel – cabelos lisos, escorridos. “Os americanos perguntaram
a Boal (Augusto Boal, diretor do grupo) por que eu usava um cabelo que não era
de negro se eu era negra”, lembra a atriz. Zezé arrancou a peruca. Mas seus
cabelos de verdade continuavam a não ser os de uma negra. Estavam alisados.
“Voltei para o hotel, lavei o cabelo e assumi meu lado negro”, conta. “Foi um
batismo.”
Zezé Mota. Cantora e
atriz.
Fonte: Livro-
PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª
edição - Atual Editora – 2002 – p. 115-117.
Entendendo o texto:
01 – A atriz Zezé Mota conta
que contato com os negros americanos, em 1968, foi para ela uma espécie de batismo. Que sentimento tem essa
palavra nesse contexto?
A atriz dá a entender que, a partir
dessa experiência, ela se assumiu como negra, iniciou uma fase nova em sua
vida, agora com uma identidade negra.
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