sexta-feira, 18 de março de 2022

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - VI - CRISTINA AKISINO - COM GABARITO

CRÔNICA: O preconceito racial VI

            Cristina Akisino

        Numa das aulas de um curso de pós-graduação, fui incumbida pela professora de observar a apresentação de alguns trabalhos de colegas da sala e fazer um comentário avaliativo.

        Depois de Concluída minha exposição, a professora comentou: "O debate foi tão intenso que a 'japoronga' até arregalou os olhos!". Nesse momento, me senti paralisada pela crueldade das palavras. Não consegui fazer nada, a não ser esboçar um sorriso sem graça e sentar-me quieta. Fui embora com um sentimento de tristeza tão grande, pensando que mesmo no meio universitário ainda teria que ouvir comentários pejorativos como esse.

        Entender que atitudes e palavras como essas, ainda que sutis, são expressões de preconceito foi um processo doloroso para mim, que me acompanhou por toda a vida e em todos os lugares.

Cristina Akisino, brasileira, neta de japoneses, pesquisadora iconográfica em São Paulo.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 116-7.

Entendendo o texto:

01 – Na situação vivida por Cristina Akisino em sala de aula.

a)   Você acha que a intenção da professora era magoar a aluna, debochando dela perante a classe?

Resposta pessoal do aluno.

b)   O comentário da professora revela preconceito racial ou não? Por quê?

Sim, porque, além de empregar “japoronga” – termo geralmente usado de forma pejorativa –, a professora se referiu a características raciais da aluna, sem que houvesse nenhuma necessidade naquela situação.

 

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