CRÔNICA : O preconceito racial - I-
Cinthya Rachel
No ano passado, eu passeava num
shopping de Curitiba com minha mãe, quando gostei de uma blusa.
Entrei na loja. Vi o preço. Era
Caríssima. Mesmo assim, quis experimentar.
Mas ninguém me atendia. As vendedoras
me olhavam de cima para baixo.
Olhavam e faziam que não me viam.
Fiquei nervosa e fui embora. Disse à minha mãe o que tinha acontecido. Decidi,
então, voltar. Entrei e Contei até dez. Todos continuavam a me ignorar. Aí
explodi. "Será que tenho de abrir minha bolsa e mostrar meu cartão de
crédito?" Virei as costas e saí. A gerente então correu atrás de mim.
Tentou me explicar que não podia adivinhar que eu tinha dinheiro para comprar a
blusa. Não quis ouvi-la, não. Poxa, só porque sou negro não posso ter dinheiro?
O preconceito existe, sim. [...]
Cynthia Rachel, 18
anos, a Biba do Castelo Rá-Tim-Bum. (Veja, 24/06/1998.).
Fonte: Livro-
PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição
- Atual Editora – 2002 – p. 114-7.
Entendendo o texto:
01 – Cinthya
conta a experiência que teve ao querer comprar uma blusa. Releia a explicação
que a gerente deu a Cinthya.
a) Na sua opinião, os funcionários da loja agiriam da mesma forma com uma pessoa branca, mas vestida com roupas simples?
Provavelmente sim, pois pareceu que o procedimento normal é não
atender quem supostamente não têm condições de comprar.
b) O preconceito manifestado pelas pessoas dessa loja é social, racial ou dos dois tipos?
É primeiramente social: contudo, pode ser também racial, pois a
vendedora, pelo fato de a cliente ser negra, achou que ela não tivesse dinheiro
para comprar a blusa.
Nós não aprovamos a forma com que a gerente tratou a cliente, pois ocorreu a discriminação social e racial, tratou a cliente com descaso por conta de seu tom de pele e aparência.
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