sexta-feira, 18 de março de 2022

CRÔNICA: O PRECONCEITO RACIAL - II - AUGUSTO MODESTO - COM GABARITO

 CRÔNICA: O preconceito racial - II

           Augusto Modesto

        Moro num prédio de classe média. Aos nove anos, eu era o único negro. Três amigos meus viviam chamando meus pais de “Café” e “King Kong”. Eu me sentia humilhado. O síndico dizia que lugar de negro era na senzala. Aos onze anos, deixei de frequentar o playground. Ficava em casa. Nunca mais brinquei no prédio. Mas não tem jeito. Se saio na rua cinco vezes, em pelo menos uma sou insultado. No ano passado, ao voltar do colégio a pé, o motorista de uma Kombi jogou o carro em cima de mim e gritou: “Vai pra casa, macaco”. Na época em que me isolei dos garotos do prédio, todos os fins de semana meus pais arrumavam programas fora de casa para mim. Num deles fomos à Hípica e decidi aprender a montar. Comecei a competir. Em seis anos, ganhei 18 medalhas e 2 troféus. O hipismo me ajudou a superar o problema do preconceito.

Augusto Modesto, 16 anos, estudante em São Paulo.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 115-117.

Entendendo o texto:

01 – No texto, Augusto sentia-se humilhado por causa do preconceito que sofria. O hipismo, porém, mudou a vida dele. Por que você acha que isso aconteceu?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque o esporte melhorou a autoestima do garoto, isto é, fez com que visse que ele tinha valor. 

 

Um comentário:

  1. Nós apreciamos a crônica , pois retrata a realidade do preconceito vivido por Augusto com apenas 9 anos de idade e admiramos a forma na qual ele superou o racismo que sofreu , através do esporte.

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