CRÔNICA: O preconceito racial - II
Augusto Modesto
Moro num prédio de classe média. Aos
nove anos, eu era o único negro. Três amigos meus viviam chamando meus pais de
“Café” e “King Kong”. Eu me sentia humilhado. O síndico dizia que lugar de
negro era na senzala. Aos onze anos, deixei de frequentar o playground. Ficava
em casa. Nunca mais brinquei no prédio. Mas não tem jeito. Se saio na rua cinco
vezes, em pelo menos uma sou insultado. No ano passado, ao voltar do colégio a
pé, o motorista de uma Kombi jogou o carro em cima de mim e gritou: “Vai pra
casa, macaco”. Na época em que me isolei dos garotos do prédio, todos os fins
de semana meus pais arrumavam programas fora de casa para mim. Num deles fomos
à Hípica e decidi aprender a montar. Comecei a competir. Em seis anos, ganhei
18 medalhas e 2 troféus. O hipismo me ajudou a superar o problema do
preconceito.
Augusto Modesto, 16
anos, estudante em São Paulo.
Fonte: Livro-
PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª
edição - Atual Editora – 2002 – p. 115-117.
Entendendo o texto:
01 – No texto, Augusto
sentia-se humilhado por causa do preconceito que sofria. O hipismo, porém,
mudou a vida dele. Por que você acha que isso aconteceu?
Resposta pessoal
do aluno. Sugestão: Porque o esporte melhorou a autoestima do garoto, isto é,
fez com que visse que ele tinha valor.
Nós apreciamos a crônica , pois retrata a realidade do preconceito vivido por Augusto com apenas 9 anos de idade e admiramos a forma na qual ele superou o racismo que sofreu , através do esporte.
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