domingo, 10 de agosto de 2025

TEXTO: O QUE É ARTE? - ARTE EM INTERAÇÃO - COM GABARITO

 Texto: O que é Arte?

        É difícil responder de forma objetiva o que é ou não arte. Provavelmente porque não exista somente um único jeito de se entender a vida e o mundo e se manifestar sobre eles. Cada sociedade, em épocas e lugares distintos, define seus padrões artísticos, e entende a arte de modos diferentes. O que é arte para uma cultura e época pode não ser para outras.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOmtggqW0qlHylLGcnsN4PH-agC18tr_EIBeLbdTgjA_4BfqzKPtF5GzAVcCYkNdgAhJ6m2E_bmUPlbHBFKfYZD46vghpIuY4YskVX13S1Q19mDNdb9Rr6GETNRj11fypJsSs3a3NwRyHZuSPV7rcC0VEMdyqjAL4rTOuUy0Q8cKa_AadjWwCPKX0oj0o/s320/maxresdefault.jpg
        Observe, a urna marajoara, pertence a um grupo humano que viveu na ilha de Marajó, no Pará, antes da colonização. Não é possível saber com absoluta certeza o significado da peça para a sociedade que a produziu, visto que é um objeto arqueológico. Não sabemos nem qual era a ideia de arte dessa cultura, ou se possuíam uma palavra equivalente a “arte” em seu vocabulário. Ao analisar sua forma, no entanto, pode-se perceber que é um objeto com alguma utilidade prática, lembra um grande vaso. Estudos arqueológicos indicam que é uma urna funerária, ou seja, objeto que servia para guardar os restos mortais de uma pessoa. Essa urna lembra a forma humana e possui desenhos geométricos em sua superfície. Quem a produziu preocupou-se, além de dar forma à função pretendia, em atribuir-lhe elementos que podem ser simbólicos. O que nos leva a pensar que, para essa sociedade, a arte devia ser importante no momento de atribuir um significado, possivelmente religioso, à morte.

        A arte pode apresentar diferentes funções em cada sociedade. Ela pode contar histórias, educar, provocar reflexão; pode representar a realidade, ou criticá-la; ser manifestação dos sentimentos do artista, do sonho, imaginação ou fervor religioso; e pode também não ter função alguma, bastando-se por si mesma. Quando entra em contato com o público, pode também gerar interpretações muito diferentes das pretendidas pelo artista. Mas pode-se dizer que, de forma geral, as manifestações artísticas possuem em comum seu caráter estético.

        A palavra estética atualmente é muito associada salões de beleza, tratamentos corporais, cirurgias, etc. Não é um uso errado, porque a palavra tem, de fato, relação com a ideia de beleza. Mas, para a arte, estética assume um significado muito mais amplo. Para aquele que entra em contato com uma obra de arte, por exemplo, costuma-se dizer que passa por uma experiência estética.

        Essa palavra vem do grego aisthésis, que quer dizer “percepção”. A percepção refere-se àquilo que nos chega pelos cinco sentidos. Mas perceber algo pelos sentidos gera reações além das sensações físicas, o que faz com que a experiência estética envolva também a interpretação feita pela mente, as memórias, a imaginação e as associações com o que se conhece. Uma mesma obra pode despertar experiências muito diferentes nas pessoas.

        A estética é também uma área de estudo da filosofia, que busca refletir sobre as experiências relacionadas à arte e também ao belo. Para várias culturas e épocas, a arte é entendida como a representação da beleza, por isso a associação é comum até hoje. Mas não é só a beleza que interessa à arte. O feio, o grotesco, o desagradável também provocam experiências estéticas. Entre as obras que você viu neste capítulo, por exemplo, há uma do artista espanhol Francisco de Goya (1746-1828) que é parte de uma série chamada “Os desastres da guerra”. Essa imagem pode ser perturbadora, em nada bonita ou agradável. Isso não diminui seu caráter artístico ou estético.

        A palavra estética também pode ser usada para se referir às características de uma obra de arte ou movimento artístico, ou seja, os elementos que os definem.

Fonte: Arte em Interação – Hugo B. Bozzano; Perla Frenda; Tatiane Cristina Gusmão – volume único – Ensino médio – IBEP – 1ª edição – São Paulo, 2013. p. 10-12.

Entendendo o texto:

01 – Por que o texto afirma ser difícil responder de forma objetiva o que é ou não arte?

      O texto explica que a dificuldade em definir a arte de forma objetiva reside no fato de que não existe uma única maneira de compreender a vida e o mundo. Cada sociedade, em diferentes épocas e lugares, estabelece seus próprios padrões artísticos e interpreta a arte de modos distintos. Assim, o que é considerado arte em uma cultura ou período pode não ser em outro, demonstrando a natureza subjetiva e culturalmente construída do conceito.

02 – De que forma a urna marajoara ilustra a complexidade da definição de arte para diferentes culturas?

      A urna marajoara exemplifica essa complexidade ao ser um objeto arqueológico cujo significado exato para a sociedade que a produziu é desconhecido. Não se sabe se essa cultura possuía sequer uma palavra para "arte". Contudo, ao analisar sua forma prática como urna funerária e a preocupação em adicionar elementos simbólicos e desenhos geométricos, o texto sugere que, para os marajoaras, a arte provavelmente tinha um papel significativo na atribuição de sentido, talvez religioso, à morte. Isso mostra como a função e o conceito de arte podem variar imensamente entre culturas e épocas.

03 – Quais são as diversas funções que a arte pode desempenhar em uma sociedade, de acordo com o texto?

      O texto elenca uma série de funções que a arte pode assumir em diferentes sociedades. Ela pode ser usada para contar histórias, educar, provocar reflexão, representar a realidade ou criticá-la. Além disso, a arte pode ser uma manifestação dos sentimentos do artista, de sonhos, da imaginação ou de fervor religioso. O texto também menciona que, por vezes, a arte pode não ter função alguma além de existir por si mesma.

04 – Como o texto diferencia o uso comum da palavra "estética" da sua aplicação no contexto artístico?

      Atualmente, a palavra "estética" é frequentemente associada a salões de beleza e tratamentos corporais, o que não está incorreto, pois tem relação com a ideia de beleza. No entanto, para a arte, o texto explica que a estética assume um significado muito mais amplo. Ao entrar em contato com uma obra de arte, a pessoa vivencia uma "experiência estética", que vai além da mera beleza física e envolve percepção, interpretação mental, memórias e associações pessoais.

05 – Explique a origem e o significado expandido da palavra "estética" no contexto da experiência artística.

      A palavra "estética" deriva do grego aisthésis, que significa "percepção". No contexto artístico, essa percepção vai além dos cinco sentidos. Uma experiência estética não se limita às sensações físicas; ela também engloba a interpretação que a mente faz, as memórias que são ativadas, a imaginação e as associações com o conhecimento prévio do indivíduo. Por isso, uma mesma obra de arte pode provocar reações e interpretações muito distintas em diferentes pessoas.

06 – Por que a estética, como área de estudo da filosofia, não se limita apenas à beleza, segundo o texto? Dê um exemplo.

      Embora a arte seja frequentemente associada à representação da beleza, o texto esclarece que a estética, como área da filosofia, vai além. Ela busca refletir sobre todas as experiências relacionadas à arte e ao belo, mas não se restringe a eles. O texto enfatiza que o feio, o grotesco e o desagradável também são capazes de provocar experiências estéticas. Um exemplo citado é a série "Os desastres da guerra" de Francisco de Goya, que, apesar de ser perturbadora e não ser considerada "bonita" ou "agradável", mantém seu caráter artístico e estético.

07 – Qual é o outro uso da palavra "estética" mencionado no final do texto, relacionado às obras e movimentos artísticos?

      Além dos significados já abordados, o texto aponta que a palavra "estética" também pode ser utilizada para se referir às características de uma obra de arte ou de um movimento artístico. Nesse sentido, ela descreve os elementos que definem e particularizam uma determinada produção artística ou um estilo, funcionando como um termo para categorizar e analisar suas qualidades formais e conceituais.

 

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