quinta-feira, 7 de agosto de 2025

NOTÍCIA: CALENDÁRIOS MAIAS - MORGANA GOMES - COM GABARITO

 Notícia: Calendários maias

        Mais do que um simples método de quantificar o tempo, os Maias tinham um sistema de calendário circular, cujo ciclo complexo era de 52 anos solares.

        Graças à exatidão dele, eles eram capazes de organizar suas atividades cotidianas e registrar simultaneamente a passagem do tempo, incluindo os acontecimentos políticos e religiosos que consideravam cruciais.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJeJRy1iwJx06W1Pag7_2tf5KnxX2QGTRP02YNvhttVRNGAhTBGn_XLUHA6yrwUklCmnL_pRcwaBSSHaRmb1XBmDv_5Voeg4Xtg7mEFD9sJ2ViyLzqdT9eiDqZFMcRleFp5R_xeKE1SE8OpflEkGLb2LM_i8BVtIdUkpv2lqftLPIWO9Xq_UXLlFpK7-4/s320/maia.gif


        Em si, esse calendário sincronizava dois calendários circulares. O referente ao ciclo equivalente a um ano solar era chamado de Haab. Com 365 dias e 1/5, ele tinha 18 meses de 20 dias, mais cinco dias sem nome, que eram considerados nefastos para a realização de qualquer empreendimento. Tido como o calendário das coisas e plantas, seu uso era aplicado às atividades agrícolas, notadamente na prescrição das datas de plantio, colheita, tratos culturais e previsão dos fenômenos meteorológicos. Já o calendário Tzolk’in tinha treze meses de vinte dias, cujo ciclo completo totalizaria 260 dias, e era usado para fins religiosos, entre os quais a escolha de datas propícias para cerimônias religiosas, atos civis e adivinhação. Quando sobrepostos, os dois calendários formavam a chamada roda ou calendário circular. Juntos, os anos de Haab e de Tzolk’in indicam ciclos – como as nossas décadas ou séculos – que tanto podem ser contados de 20 em 20 anos, quanto integrados por 52 anos.

      Para situar os acontecimentos em ordem cronológica, os Maias usavam o método da “conta longa”, a partir do ano zero, correspondente a 3113 a.C. A inscrição da data registrada o número de ciclos a partir do kin (dia), uinal (mês), tun (ano), katun (20 anos), baktun (400 anos) e alautun (64 milhões de anos), decorridos até a data considerada. Mas eles ainda acrescentavam informações sobre a fase da Lua e aplicavam uma fórmula de correção ao calendário que harmonizava a data convencional com a verdadeira posição do dia no ano solar.

        Entretanto, com a repetição dominava a linearidade, acontecimentos diferentes em datas anteriores de cada período de 20 ou 52 anos dificilmente são distinguidos com precisão, porque cada sequência sempre é exatamente igual à outra, passada ou futura, conforme ressalta o manuscrito Chilam Balam: “Treze vezes 20 anos e, depois, sempre voltará a começar”.

        De acordo com estudos realizados por especialistas, a grande importância dada a esse tipo de medição provém da concepção de que tempo e espaço tratam de uma só coisa, que flui circularmente em ciclos repetitivos. Tal conceito, chamado Najt, explica por que os Maias acreditavam que, conhecendo o passado e transportando as ocorrências para idêntico dia do ciclo futuro, os acontecimentos basicamente se repetiriam. Isso fazia com que eles também se sentissem capazes de prever o futuro e exercer poder sobre ele.

        Atualmente, pesquisadores também defendem que a observação da repetição cíclica das estações do ano e dos eventos climáticos, aliados aos ciclos vegetativos e reprodutivos das plantas e dos animais e sincronizados à repetição do curso dos astros, inspiraram a criação dos dois calendários, que se desenvolveram graças à necessidade de sistematizar os principais eventos. Considerando ainda que a matemática tinha base 20, o mês de 20 dias seria algo bem natural para a cultura Maia, tanto que, a cada katun (período de 20 anos), eles erigiam uma estela, monumento lítico decorado, no qual registravam as datas e principais eventos, que poderiam ser interpretados no futuro.

        Mas, como ainda há quem defenda que os Maias definiam o tempo como uma energia real ou força que existe em todo o universo, cuja frequência seria de 13:20, o calendário Tzolk’in provavelmente identificava o aspecto energético e espiritual do tempo de cada dia. Ponderando que o número 13 se referia às 13 lunações anuais (13X28 = 364), no qual o mês lunar tem 28 dias, que, multiplicado por 20 (base) resulta em 260 dias, teríamos um período próximo ao ciclo ovariano da reprodução humana, evento esse que indica um dos aspectos energéticos do homem.

        De um modo ou outro, essa repetição cíclica cria problemas para transpor as datas referentes à civilização Maia para nosso calendário, já que fica muito difícil identificar fatos parecidos em sequências diferentes. Entre eles, podemos citar a invasão Tolteca do século 10 que se confunde, nas crônicas Maias, com a invasão espanhola que ocorreu 500 anos depois. Esse fato explica por que os historiadores contemporâneos recorrem às profecias, tidas como uma forma de memória, para conhecer episódios do passado da sociedade Maia. Portanto, de acordo com o calendário Maia, o final do ciclo atual se dará em 22 de dezembro de 2012, época em que deve ocorrer o início de uma nova era.

Morgana Gomes. Os incríveis Maias. Revista Leituras da História. Disponível em: http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/46/artigo242659-2.asp. Acesso em: 24 mar. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 9º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 159-161.

Entendendo a notícia:

01 – O texto menciona dois calendários circulares principais dos maias. Quais são eles e para que cada um era usado?

      Os dois calendários são o Haab e o Tzolk'in. O Haab, com 365 dias, era usado para atividades agrícolas e a previsão de fenômenos meteorológicos. O Tzolk'in, com 260 dias, era utilizado para fins religiosos, cerimônias civis e adivinhação.

02 – O que era a "Roda do Calendário" maia e qual era a duração de seu ciclo completo?

      A Roda do Calendário era a sobreposição dos calendários Haab e Tzolk'in, formando um ciclo complexo. O ciclo completo dessa roda tinha a duração de 52 anos solares.

03 – Para que os maias utilizavam o método da "conta longa" e qual era o ano zero desse sistema?

      O método da "conta longa" era usado para situar acontecimentos em ordem cronológica. O ano zero desse sistema correspondia a 3113 a.C.

04 – O que significa o conceito maia de Najt, e como essa visão de tempo influenciava a civilização?

      Najt é a concepção de que tempo e espaço são uma só coisa que flui em ciclos repetitivos. Essa crença fazia com que os maias acreditassem que, conhecendo o passado, poderiam prever a repetição dos acontecimentos no futuro.

05 – Por que os historiadores modernos têm dificuldades para transpor as datas maias para o nosso calendário?

      A repetição cíclica do calendário maia torna difícil distinguir com precisão acontecimentos em datas passadas ou futuras de um mesmo período. O texto cita o exemplo de como a invasão tolteca do século 10 se confunde com a invasão espanhola, que ocorreu 500 anos depois.

06 – Qual a importância do número 20 na cultura maia, de acordo com o texto?

      A importância do número 20 está relacionada à base de sua matemática. Essa base explica o mês de 20 dias e também o fato de que a cada katun (período de 20 anos), eles erigiam uma estela para registrar eventos e datas importantes.

07 – Segundo o texto, quando estava previsto o fim do ciclo maia atual e o que se esperava que acontecesse nessa data?

      O fim do ciclo maia atual estava previsto para o dia 22 de dezembro de 2012. Nessa data, era esperado que ocorresse o início de uma nova era.

 

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