Texto: A história dos livros
Quando pensamos em um livro, geralmente
imaginamos um conjunto de folhas impressas em papel. Nossa ideia de livro está
associada a um tipo de material, o papel, e à técnica de impressão. Assim, não
nos referimos a livro quando lemos um texto escrito no computador nem quando o
texto é escrito à mão.
No entanto, a palavra
"livro", que vem da forma latina liber, designava a camada externa da
casca das árvores, o que nos dá uma pista de como se escrevia antigamente. Os
livros nem sempre tiveram o formato atual. Foi durante a Idade Média que
passaram a ter um aspecto parecido ao de hoje. Antigamente, como os livros eram
escritos à mão, eles não eram muito difundidos, porque havia poucos exemplares.
A partir da invenção da imprensa, no século XV, foi possível imprimir livros em
grande quantidade, tornando-os acessíveis a um maior número de pessoas.
No
ano de 1436, na Alemanha, um joalheiro chamado Johannes von Gutenberg inventou
a imprensa. Graças a essa invenção, puderam ser feitas muitas cópias de um
mesmo livro, não sendo mais necessário copiá-los à mão. Esses manuscritos,
anteriores à invenção de Gutenberg, são chamados códices. E os livros que foram
impressos na segunda metade do século XV, entre 1436 e 1500, são chamados
incunábulos.
Graças ao desenvolvimento de novas
tecnologias, atualmente não existem livros apenas de papel, mas também em
suporte informático, isto é, podem ser lidos na tela de um computador.
Quem
escrevia os livros?
Inicialmente, os homens escreviam para
anotar a quantidade de animais que tinham. Assim, podiam guardar a informação e
controlar os animais que eram vendidos, que se perdiam ou que morriam. O que se
escrevia na Antiguidade, portanto, não eram livros, mas breves anotações
comerciais.
Com exceção dos documentos comerciais,
apenas os sacerdotes podiam escrever livros, porque se acreditava que a escrita
era um dom concedido pelos deuses. Essas pessoas eram as únicas que tinham
permissão para ler os livros sagrados. Assim, durante a Idade Média, na Europa,
os monges foram encarregados de copiar tais obras, à mão.
Esses monges eram chamados copistas. Já
nos países do Oriente, como na Pérsia, por exemplo, os encarregados de copiar e
ilustrar livros não eram os monges, mas sim algumas famílias. E todos os
membros deviam se dedicar a esse trabalho.
Além de livros religiosos, também
começaram a ser escritos tratados científicos e filosóficos, que analisavam e
explicavam o universo, as leis da natureza e questões da existência humana, tal
como se pensava até então.
Graças à invenção da imprensa, foi
possível imprimir e divulgar cada vez mais livros. Atualmente, qualquer pessoa
pode escrever sobre os mais variados assuntos. A informática tem facilitado
ainda mais a atividade dos escritores.
Os
livros e os conflitos
Conhecemos, ao longo da história, muitos
episódios em que alguns povos, para dominar outros, destruíam ou pilhavam suas
bibliotecas. Dessa forma, eles não podiam preservar a sua história nem aprender
com a experiência dos seus antepassados, contida nos livros.
Um exemplo disso foi o que aconteceu
com a famosa Biblioteca de Alexandria, no Antigo Egito: quando os romanos
invadiram a cidade de Alexandria para conquistá-la, queimaram a sua imensa
biblioteca. Na Europa, no período da Inquisição, entre os séculos XV e XVI, a
Igreja Católica também ordenou a queima de livros considerados contra a fé
cristã. Quase em meados do século XX, durante a Segunda Guerra Mundial,
milhares de livros foram queimados em praça pública pelo regime nazista, por
serem considerados contrários ao sistema político.
Extraído de: Aprendendo Português. Conteúdos essenciais
para o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, de Cesar Coll e Ana Teberosky, São
Paulo, Ática, 2000, p. 113, 114 e 115.
Códice é o nome dado aos livros escritos à mão, antes da
invenção da imprensa. A maioria desses livros foi escrita por monges, chamados
escribas.
Incunábulo é o nome dado aos livros impressos entre 1436 e
1500.
Livro sagrado é um livro que reúne a história e os
ensinamentos de uma religião.
Copista era o homem que, na Idade Média, se dedicava a
copiar os livros, quando ainda não existia a imprensa e era necessário fazê-los
à mão.
Fonte: Programa de
Formação de Professores Alfabetizadores. Coletânea de textos – Módulo 1. p.
89-90.
Entendendo o texto:
01 – Qual a etimologia da palavra
"livro" e o que ela nos revela sobre os materiais de escrita antigos?
A palavra
"livro" vem do latim liber, que designava a camada externa da casca
das árvores. Isso revela que, antigamente, a casca de árvores era um dos
materiais utilizados para a escrita, antes do papel.
02 – Quando os livros
começaram a ter um formato semelhante ao atual e qual invenção revolucionou sua
produção?
Os livros começaram a ter um formato
parecido com o atual durante a Idade Média. A invenção da imprensa por Johannes
von Gutenberg na Alemanha, em 1436, revolucionou a produção, permitindo a
impressão em grande quantidade e tornando os livros mais acessíveis.
03 – Qual a diferença entre
"códices" e "incunábulos"?
Códices são os
livros que foram escritos à mão antes da invenção da imprensa por Gutenberg.
Incunábulos são os livros que foram impressos na segunda metade do século XV,
especificamente entre 1436 e 1500.
04 – Quem eram os primeiros a
escrever e ler livros na Antiguidade e na Idade Média, e qual era o propósito
inicial da escrita?
Inicialmente, os homens escreviam breves
anotações comerciais para controlar animais. Com exceção desses documentos, na
Antiguidade, apenas os sacerdotes podiam escrever e ler livros, pois a escrita
era vista como um dom divino. Na Idade Média, os monges copistas na Europa e
famílias específicas no Oriente (como na Pérsia) eram encarregados de copiar
obras, principalmente religiosas.
05 – Além dos livros
religiosos, que outros tipos de obras começaram a ser escritos?
Além dos livros
religiosos, também começaram a ser escritos tratados científicos e filosóficos.
Essas obras analisavam e explicavam o universo, as leis da natureza e questões
da existência humana, refletindo o conhecimento da época.
06 – Como a informática tem
influenciado a atividade dos escritores e o acesso aos livros atualmente?
Atualmente, a
informática facilitou a atividade dos escritores, permitindo que qualquer
pessoa escreva sobre diversos assuntos. Além disso, a tecnologia possibilitou o
surgimento de livros em suporte informático, ou seja, que podem ser lidos em
telas de computador, ampliando o acesso e a forma de consumo da leitura.
07 – De que forma os livros e
as bibliotecas foram alvos de destruição em momentos de conflito na história?
Cite exemplos
mencionados no texto. Os livros e as bibliotecas foram alvos de destruição para
dominar povos e impedir a preservação de sua história e conhecimento. Exemplos
incluem a queima da Biblioteca de Alexandria pelos romanos, a ordem da Igreja
Católica para queimar livros considerados contrários à fé cristã durante a
Inquisição (séculos XV e XVI), e a queima de milhares de livros pelo regime
nazista no século XX por serem contrários ao sistema político.
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