Texto: “Nosso Chão, Nossa Gente”
Com
a mão na massa, pela Solidariedade
Os adolescentes de Teresina
e também do interior do Estado deram exemplo de cidadania ao se engajarem na
campanha “Nosso Chão, Nossa Gente”, iniciada pelo Sistema Meio Norte.
Eu
faço a minha parte!
Não são calango, cacto e farinha os
únicos alimentos do povo que passa fome por causa da seca na região Nordeste.
Na falta de comida, qualquer que seja, é o próprio organismo que serve de
alimento. A situação chega a ficar trágica, pois as reservas energéticas do
corpo somem e as pessoas, também. Depois das denúncias dos meios de
comunicação, muitas campanhas estão tentando sanar, pelo menos temporariamente,
a fome dessa gente. Não só os adultos estão se preocupando. Os adolescentes
tomaram consciência do seu dever de ajudar e entraram na luta.
A maior prova da sensibilidade do jovem
foi a sua grande participação na campanha “Nosso Chão, Nossa Gente. O Piauí
contra a fome”, idealizada pelo Sistema Meio Norte. De todos os cantos da
cidade, centenas de adolescentes resolveram se empenhar e fazer parte da
corrente de solidariedade, que também atingiu, de forma marcante, as outras
áreas da sociedade.
Para Saulo Marinho Costa, de 14 anos, a
iniciativa de ajudar as pessoas através de campanhas é louvável, mas já deveria
ter acontecido há muitos e muitos anos. “Somente agora a gente vê todo o país
se mobilizando, mas o problema da seca é bem antigo. Mesmo assim, está sendo
uma maravilha ver todos ajudando”, afirma Saulo, acrescentando que fez questão
de participar e fazer a sua doação.
Com apenas 15 anos, o estudante do
primeiro ano do 2° grau Bruno Costa é exemplo de adolescente integrado com os
problemas sociais. Depois de ver o exemplo do colégio da irmã, o Gradus, que
promoveu uma campanha interna para arrecadação de alimentos para doar a “Nosso
Chão, Nossa Gente”, ele resolveu discutir com o diretor de sua escola, o Dom
Barreto, a possibilidade de também realizar algo parecido.
Bruno afirma que o apoio para as
pessoas que passam fome não está vindo de cima para baixo, ou seja, do governo
para a população. Graças a essa falha, ele diz que é papel da sociedade estar
totalmente integrada e ajudar cada vez mais. “A população tem que se mobilizar
e reagir, já que cobrar no Brasil não adianta nada, não é? Por isso, quem tem
que fazer alguma coisa somos nós”, argumenta.
Para Bruno, é um erro comum dos
brasileiros colocar a culpa de todos os seus problemas apenas no governo. Na
sua opinião, a sociedade não é representada pelos políticos e sim, pelas
próprias pessoas que a integram. “Se no nosso país eles não tomam a iniciativa,
somos nós que temos que encabeçar campanhas e tentar ajudar uns aos outros”,
diz.
A participação dos jovens é destacada
por Bruno, como sendo da maior importância, não só para tentar solucionar esse,
como outros problemas. “O jovem tem que se preocupar e estar consciente porque
a fome deve ser ruim. Não posso descrever direito pois nunca senti, mas suponho
a sua crueldade. Eu faço questão de sempre colaborar porque sei que os adultos
já estão completamente entregues ao capitalismo e não têm muito tempo para se
preocupar com as necessidades dos outros”, afirma contundente.
FLAGA!
Estudante vestem a camisa da campanha e
mobilizam o colégio inteiro para arrecadar alimentos, roupas e medicamentos
para os que passam necessidades no interior do Piauí. Durante o dia de
solidariedade, no sábado passado, vários carros como esses chegaram ao Auditório
Carlos Jansen carregados de donativos conseguidos através da mobilização teen.
Jornal Meio Norte (Teresina/PI).
Caderno For Teens, 21 maio 1998.
Entendendo o texto:
01 – Você já ouviu falar no
programa do governo federal chamado FOME ZERO? Que relação você percebe entre o
texto lido e o Fome Zero?
Resposta pessoal
do aluno.
02 – O que significa
“mobilização teen”?
Mobilização dos
jovens. Teen: terminação, em inglês, dos números entre treze e dezenove.
03 – Qual o sentido do
subtítulo “Com a mão na massa”?
Entrando em ação,
participando, agindo.
04 – Reescreva a frase “Eu
faço a minha parte”, substituindo o pronome eu por “Cada um” e fazendo as devidas concordâncias.
Cada uma faz a sua parte.
05 – Qual das opiniões
emitidas pelos jovens piauienses mais o impressionou? Por quê?
Resposta pessoal do aluno.
06 – Reescreva a frase a
seguir, substituindo o sujeito “Os adolescentes” pelo pronome “nós”, fazendo as
concordâncias necessárias:
“Os
adolescentes de Teresina deram exemplo de cidadania ao se engajarem na
campanha.”
Nós de Teresina
demos o exemplo de cidadania ao nos engajarmos na campanha.
07 – Reescreva a frase
usando o pretérito perfeito e depois o futuro do indicativo:
“Eu faço a minha parte!”
Eu fiz a minha parte!
Eu farei a minha parte!
08 – Reescreva a frase,
colocando “comida” no plural e fazendo as concordâncias:
“Na falta de comida,
qualquer que seja, é o próprio organismo que serve de alimento.”
Na falta de
comidas, quaisquer que sejam, é o próprio organismo que serve de alimento.
09 – Reescreva a frase,
usando o pronome “nós” como sujeito e fazendo as concordâncias:
“Não posso descrever a fome,
pois nunca senti, mas suponho a sua crueldade.”
Não podemos
descrever a fome, pois nunca sentimos, mas supomos a sua crueldade.
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