LENDA: O gafanhoto
Lenda árabe
desvenda, em ricas parábolas, a magia das diferenças.
Georges Bourdoukan
Conta-se, mas Allah sabe mais, que há
muitos e muitos anos vivia no oásis de Bukra um povo cuja bondade nem o tempo
conseguia medir. Esse povo era guardião do Kitab-ul-Kutub (Livro dos
Livros) que deveria servir de guia para a humanidade e de forma alguma poderia
cair em mãos erradas, sob o risco de despertar o Incontrolável. Na
capa, letras circundavam a figura de um gafanhoto onde se lia:
Ser
humano é entender que a
Diversidade leva à unidade,
Que a unidade leva à solidariedade,
Que a solidariedade leva à igualdade,
Que a igualdade leva à liberdade,
Que a liberdade leva à diversidade.
Diversidade leva à unidade,
Que a unidade leva à solidariedade,
Que a solidariedade leva à igualdade,
Que a igualdade leva à liberdade,
Que a liberdade leva à diversidade.
Nas páginas internas, desenhos de animais vinham acompanhados de parábolas.
A do cavalo dizia: "Vivemos num
eterno círculo, onde as retas não têm fim"; a do camelo apregoava:
"Impossível e nunca são palavras que não devem ser pronunciadas porque a
natureza humana não suporta limites"; a da gazela ensinava: "A
sabedoria é como a água, quem não tem sede não sente prazer em beber"; a
da águia alertava: "Nenhuma coisa pode ser vista se não se souber como vê-la";
a do touro lamentava: "Quem pensa somente no futuro é um insensato;
afinal, o que o futuro lhe trouxe?"; a do escorpião instruía: "Fuja
do hábito ou ele acabará anulando sua vida"; a da serpente proclamava:
"Imortal, a humanidade jamais terá fim, pois Deus precisa do homem para
existir".
Na página central, ao lado da imagem do
gafanhoto, um texto esclarecia: "O gafanhoto reúne a natureza e a forma
dos sete viventes primordiais. Tem a cabeça do cavalo, o pescoço do touro, as
asas da águia, os pés do camelo, a cauda da serpente, o ventre do escorpião e
os chifres da gazela. Se você chegou até aqui e não entendeu a mensagem, não
prossiga. Observe e aprenda que os animais são mais generosos que os homens,
pois nunca se viu um leão escravo de outro leão, nem cavalo de outro
cavalo".
Não se sabe o que aconteceu com o povo
de Bukra nem com o livro. Beduínos da tribo dos Bani-Nujum deixaram relatos de
que eles teriam se ocultado para proteger o livro do Al-Dajal, trazido pelo
vento norte. E que um dia reapareceriam para que a humanidade pudesse entender
o significado do círculo.
Georges
Bourdoukan é jornalista e escritor, autor de A incrível e
fascinante história do capitão mouro, O peregrino, Vozes do deserto e O
apocalipse.
Extraído da revista
Caros Amigos, n.º 85, ano 2004.
Entendendo o texto:
01 – Qual é o título? E qual
o subtítulo?
·
O Gafanhoto.
·
Lenda árabe desvenda, em ricas
parábolas, a magia das diferenças.
02 – De acordo cm a lenda,
quem morava no oásis de Bukra?
Era um povo cuja
bondade nem o tempo conseguia medir, e eram O Guardião do Kitab-ul-Kutub
(livros dos livros).
03 – Para que deveria servir
o Kitab-ul-Kutub?
Deveria servir de
guia para a humanidade, e jamais poderia cair em mãos erradas, sob o risco de
despertar o Incontrolável.
04 – Qual a mensagem que a
figura do gafanhoto trazia na capa do livro?
“Ser humano é entender que a
Diversidade leva à unidade,
Que a unidade leva à solidariedade,
Que a solidariedade leva à igualdade,
Que a igualdade leva à liberdade,
Que a liberdade leva à diversidade.”
Diversidade leva à unidade,
Que a unidade leva à solidariedade,
Que a solidariedade leva à igualdade,
Que a igualdade leva à liberdade,
Que a liberdade leva à diversidade.”
05 – Nas páginas internas,
desenhos de animais vinham acompanhados de parábolas. Quais são os animais e as
parábolas?
·
Cavalo: "Vivemos num eterno
círculo, onde as retas não têm fim".
·
Camelo: "Impossível e nunca
são palavras que não devem ser pronunciadas porque a natureza humana não
suporta limites".
·
Gazela: "A sabedoria é como a
água, quem não tem sede não sente prazer em beber".
·
Águia: "Nenhuma coisa pode ser
vista se não se souber como vê-la".
·
Touro: "Quem pensa somente no
futuro é um insensato; afinal, o que o futuro lhe trouxe?".
·
Escorpião: "Fuja do hábito ou
ele acabará anulando sua vida".
·
Serpente: "Imortal, a
humanidade jamais terá fim, pois Deus precisa do homem para existir".
06 – Na página central, ao
lado da imagem do gafanhoto, o que esclarecia o texto?
Dizia: "O gafanhoto reúne a natureza
e a forma dos sete viventes primordiais. Tem a cabeça do cavalo, o pescoço do
touro, as asas da águia, os pés do camelo, a cauda da serpente, o ventre do
escorpião e os chifres da gazela. Se você chegou até aqui e não entendeu a
mensagem, não prossiga. Observe e aprenda que os animais são mais generosos que
os homens, pois nunca se viu um leão escravo de outro leão, nem cavalo de outro
cavalo".
07 – O que aconteceu com o
povo de Bukra e com o livro?
Beduínos da tribo
dos Bani-Nujum deixaram relatos de que eles teriam se ocultado para proteger o
livro do Al-Dajal, trazido pelo vento norte.
08 – Qual era a esperança
das tribos?
Que um dia reapareceriam para que a
humanidade pudesse entender o significado do círculo.
09 – Na lenda o que
significa “círculo”?
Significa que a mensagem inicia com a
palavra diversidade e termina com a mesma palavras, como se fosse um círculo.
10 – De onde foi extraído
este texto? E por quem?
Foi extraído da Revista Caros Amigos, n°
85, ano 2004. Pelo Escritor Georges Bourdoukan.
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