domingo, 25 de fevereiro de 2018

POEMA: CÁRCERE DAS ALMAS - CRUZ E SOUSA - COM GABARITO

Poema: CÁRCERE DAS ALMAS
              Cruz e Sousa


Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do Mistério?!

                                       Cruz e Sousa. In: Cruz e Sousa. Obras completas.
                                                            Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961 p. 185.

Entendendo o poema:
01 – Assinale a característica que o trecho NÃO contém:
     a)     Transcendência simbolista.
     b)    Atmosfera poética simbolista: abstrações.
     c)     Emprego de maiúsculas alegorizantes.
     d)    Visão pragmática do mundo.
     e)     Questionamento como índice de busca aflitiva.

02 – Percebe-se que, ao fugir da realidade, o poeta utiliza-se do (a):
     a)     Sonho.
     b)    Alma.
     c)     Calabouço.
     d)    Mistério.
     e)     Céu.

03 – Os poetas simbolistas ficaram conhecidos como “decadentistas”. Que estrofe melhor representaria o campo semântico do pessimismo, por reunir o maior número de vocábulos com esse valor?
       3ª estrofe.

04 – Esclareça: qual é o “Mistério”? Quem é o “Chaveiro”?
       O “Mistério” é ter o conhecimento da própria existência, e “chaveiro” é a morte.



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