Poema: CÁRCERE
DAS ALMAS
Cruz e Sousa
Ah! Toda
a alma num cárcere anda presa,
Soluçando
nas trevas, entre as grades
Do calabouço
olhando imensidades,
Mares,
estrelas, tardes, natureza.
Tudo se
veste de uma igual grandeza
Quando a
alma entre grilhões as liberdades
Sonha e,
sonhando, as imortalidades
Rasga no
etéreo Espaço da Pureza.
Ó almas
presas, mudas e fechadas
Nas
prisões colossais e abandonadas,
Da dor no
calabouço, atroz, funéreo!
Nesses
silêncios solitários, graves,
Que
chaveiro do céu possui as chaves
Para
abrir-vos as portas do Mistério?!
Cruz
e Sousa. In: Cruz e Sousa. Obras completas.
Rio
de Janeiro: José Aguilar, 1961 p. 185.
Entendendo
o poema:
01 –
Assinale a característica que o trecho NÃO contém:
a) Transcendência
simbolista.
b) Atmosfera poética
simbolista: abstrações.
c) Emprego de
maiúsculas alegorizantes.
d) Visão pragmática
do mundo.
e) Questionamento
como índice de busca aflitiva.
02 –
Percebe-se que, ao fugir da realidade, o poeta utiliza-se do (a):
a) Sonho.
b) Alma.
c) Calabouço.
d) Mistério.
e) Céu.
03 – Os
poetas simbolistas ficaram conhecidos como “decadentistas”. Que estrofe melhor
representaria o campo semântico do pessimismo, por reunir o maior número de
vocábulos com esse valor?
3ª estrofe.
04 –
Esclareça: qual é o “Mistério”? Quem é o “Chaveiro”?
O “Mistério” é ter o conhecimento da própria existência, e “chaveiro” é a
morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário