sábado, 24 de fevereiro de 2018

REPORTAGEM: PROFETAS DO SERTÃO MIRAM HORIZONTES PARA FAREJAR CHUVA - FLÁVIA MARREIRO - COM GABARITO

REPORTAGEM:

PROFETAS DO SERTÃO MIRAM HORIZONTES PARA FAREJAR CHUVA


 Encontro no Ceará reúne “meteorologistas naturais”
       “E aí, seu Chico Leiteiro, chove?”. Do alto da árvore. Francisco dos Santos mostrou: “Cupim com asa, sinal de chuva”.
  Era domingo sem nuvens – “descascado” –, pouco mais do meio-dia, e Chico Leiteiro (o apelido vem da ordenha e distribuição de leite que faz), 66, alcançara com agilidade o cupinzeiro, um dos elementos que usa para prever o “inverno” (a época das chuvas) na região de Quixadá, das mais secas do Ceará.
        No dia anterior, sábado, último dia 10, mesma roupa, chinelos e meio-sorriso, apesar de menos à vontade por falar ao microfone para quase cem pessoas, ele apresentou a previsão no encontro de Profetas Populares: a reunião que une em janeiro, desde 1996, meteorologistas profissionais e amadores, geógrafos e, em média, 20 “profetas da chuva” da região no auditório da associação de lojistas da cidade.
        Os “profetas”, convidados pelos organizadores entre os reconhecimentos por saber se vai ser ano de fartura ou seca, vieram, na edição de 2004, de quatro cidades: Quixadá, Banabuiú, Ibaretama e Camocim.
        Na plateia alguns agricultores, secretários municipais gente da cidade e uma dúzia de repórteres de jornais da TV e de rádios.
        Ao lado dos cupins de Leiteiro, as observações do horizonte, do comportamento dos animais e das pedras de sal ao ar livre (ver “experiências” em quadro) – métodos passados de pai para filho ou desenvolvidos ao longo do tempo –, sem contar predições em sonhos e visões.
        [...] As rádios da região e até os jornais, [...], acabam, ao final dos encontros, reproduzindo uma espécie de placar (ou a “profecia mais frequente”). O de 2004 ficou assim: 18 previsões para boas chuvas, contra 02 para tempo “desmantelado” (sem regra).
        [...]
        Foi em Quixeramobim, cidade da qual Quixadá se desmembrou, que nasceu Antônio Conselheiro (1830-1897), o profeta mais famoso do Nordeste.
        [...]
        Nesse cenário, a repercussão e a força dos “profetas” chegam a ser mais que curiosas. “Pela necessidade, na primeira chuva, o pequeno agricultor planta. Ele precisa comer. Se a previsão tiver sido ruim, ele reza para que ela esteja errada”, diz o meteorologista da Funceme, Namir Mello.
        As “experiências” dos profetas ainda não foram confirmadas cientificamente. Mas há indicativos, dizem os meteorologistas, de que o comportamento de animais pode sim, ajudar na previsão.
        [...].
                                            
Flávia Marreiro. Folha de São Paulo. 18 jan. 2004.

Entendendo o texto:
01 – Imagine que você é um dos agricultores presentes ao encontro e, ao ouvir as previsões dos profetas, fosse anotando os resultados num pedaço de papel, para poder lembrar depois.
      Resposta pessoal. Espera-se que sejam anotações rápidas e truncadas, contendo somente a informação relevante a ser lembrada.

    02 – Ainda como agricultor, você precisa mandar um bilhete urgente para casa, contando para os familiares as previsões do ano, explicando a situação.
      Resposta pessoal. Espera-se, no entanto, que seja um bilhete informal para uma audiência conhecida, que entre outros assuntos comunique sobre as profecias mais frequentes.

     03 – Imagine agora que a Fundação Cearense de Meteorologia esteja fazendo um levantamento dos agricultores interessados em receber informações diariamente, via rádio comunitária, sobre o tempo no sertão. Crie um formulário que poderia ser utilizado nessa situação.
      Espera-se que você siga modelos existentes de formulários, contendo dados pessoais; profissão; se lavrador, quais produtos planta. Se criador, quais animais cria. Em quais épocas acha mais importante receber informações meteorológicas. Espaço para observações.

    04 – Se você fosse um repórter e resolvesse enviar um cartão postal para uma amiga? Qual seria o texto?
      Porém, o texto teria que ter informações sobre o que anda fazendo além do trabalho, por exemplo, para se divertir e descansar.

     05 – Escreva um outro cartão, porém, desta vez, para o seu chefe.
      Porém pensa-se que se deveria comentar sobre aspectos da viagem, das acomodações, do trabalho na reunião e a preparação da reportagem.

     06 – Imagine que você precisará ficar mais alguns dias para completar a pesquisa. Escreva um breve relato sobre o desenvolvimento de seu trabalho na reunião, pedindo para estender sua estadia. A correspondência poderia ser enviada por fax, carta ou e-mail.
      O texto deveria seguir uma descrição das atividades desenvolvidas a fim de escrever a matéria. Importante notar que tipo de suporte estará usando para enviar o relatório com a requisição.

     07 – Desde o primeiro dia em que chegou à cidade, você estaria reclamando no hotel de que o ar refrigerado não estava funcionando bem. Os funcionários informaram que o gerente estaria viajando mas que chegaria de madrugada. Pediram então que você escrevesse uma carta explicando o defeito para que ele tome as providências necessárias.
      Espera-se, no entanto, que a queixa seja mais formal e se atenha a relatar o acontecimento, pedindo que providências sejam tomadas.

    08 – No texto final, imagine que você é um parente de um colega do jornalista de São Paulo e seu parente ligou pedindo que você acompanhasse o colega numa visita às belezas da região. Você não encontrou o jornalista no hotel e resolveu deixar um recado com seu contato.
      Mas como as pessoas em questão não se conhecem, seria esperado que você se apresentasse fizesse o convite talvez mencionando que é a região onde Antônio Conselheiro nasceu e deixando os contatos para que o jornalista marque o passeio.



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