Texto: CRIANÇA
E ESCOLA
É preciso oferecer aos educandos condições para que eles permaneçam na escola
até a conclusão, pelo menos, do ensino fundamental.
Todo e qualquer esforço despendido no sentido de ampliar e qualificar o sistema
nacional de educação, além de suas virtudes evidentes, responde a uma
necessidade inadiável dos novos tempos, que colocam o conhecimento a
consciência da cidadania ativa como premissas para que qualquer sociedade possa
acompanha-los com sucesso. Trata-se de uma questão de justiça reconhecer que,
neste sentido, o Brasil conseguiu em anos recentes superar diversos obstáculos
históricos, que o colocavam em uma posição desfavorável no cotejo com outros
países do Continente. Assim foi que na prática, há dois anos o país conseguiu
universalizar o ensino básico, cumprindo um preceito inscrito na Constituição,
que assegura a todas as crianças, na faixa etária dos 7 aos 14 anos, o acesso à
escola pública e gratuita. Foi resgatada uma dívida com o futuro da nação e da
sua infância. Trata-se de uma vitória que merece ser festejada. Mas nem por
isso ela é completa.
Não basta apenas garantir a escola para as crianças, é preciso também oferecer
aos educandos condições para que eles permaneçam na escola até a conclusão,
pelo menos, do ensino fundamental. A média de escolaridade dos brasileiros é de
apenas cinco, sete anos, enquanto atinge oito anos em países como o Uruguai,
Argentina e Chile, e sobe para dez anos nos países industrializados. Entre os
motivos deste baixo desempenho avulta a evasão escolar, cujas causas são
socioeconômicas e se ligam diretamente à perversa exclusão social a que é
submetida parcela majoritária da população.
Santa Catarina, que pode se orgulhar da qualidade eficiência de seu sistema
educacional, cujos padrões sempre estiverem à frente da média nacional, também
ressente-se da evasão escolar. De cada 100 crianças que se matriculam na
primeira série do ensino fundamental, apenas 46 concluem a oitava. Os números
do Estado servem para avaliar a extensão nacional do problema, que agora começa
a ser encarado de frente por meio de várias iniciativas como o Programa
Bolsa-Escola do governo federal, que este ano vai investir R$ 1,7 bilhão para
manter nas salas de aula 10,7 milhões de crianças no país, e o Programa
Estadual de Combate à Evasão Escolar em Santa Catarina, que soma os esforços
das famílias, das escolas e das promotorias da Infância e Juventude do
Ministério Público. São iniciativas que merecem aplauso e todo o apoio da
sociedade no seu papel fiscalizador e no exercício da cidadania ativa.
Jornal
de Santa Catarina, 12 maio 2001.
Entendendo o texto:
01 –
Segundo o texto, qual é a atual situação das crianças que cursam o ensino
fundamental nas escolas públicas, no Brasil?
Muitas
crianças começam a cursar a primeira série do ensino fundamental,
matriculam-se, mas não tem condições de concluir a oitava série, por falta de
recursos.
02 – Que
avanço o país conquistou há dois anos segundo o texto?
Procurou-se assegurar que qualquer criança de sete aos quatorze anos tenha seu
estudo garantido nas escolas públicas, com inteira gratuidade.
03 –
Apesar dessas medidas, por que a média de escolaridade no Brasil ainda é
inferior a de outros países como o Chile, a Argentina e o Uruguai e, sobretudo,
em relação aos países industrializados?
Ainda
ocorre uma grande evasão escolar.
04 – Por
que Santa Catarina se tornou um exemplo para os outros estados, no que se
refere à Educação?
Santa Catarina conquistou padrões de qualidade na educação Superiores à média
nacional.
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