quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

POEMA: SE NÃO HOUVESSE MONTANHAS! CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

POEMA: SE NÃO HOUVESSE MONTANHAS!
                CECÍLIA MEIRELES


Se não houvesse montanhas!
Se não houvesse paredes!
Se o sonho tecesse malhas
E o braços colhessem redes!
Se a noite e o dia passassem
Como nuvens, sem cadeias,
E os instantes da memória
Fossem vento nas areias!


Se não houvesse saudade,
Solidão nem despedida...
Se a vida inteira não fosse,
Além de breve, perdida!
Eu tinha um cavalo de asas,
Que morreu sem ter pascigo.
E em labirintos se movem
Os fantasmas que persigo.

                         MEIRELES, Cecília. Se não houvesse montanhas!   
                              In:_______. Obra poética. 1. ed. Rio de Janeiro,
                                                                         Aguilar, 1958. p. 905.

Entendendo o poema:

01 – Que conotações teriam, no contexto do poema, os substantivos “montanhas” e “paredes”?
       Esses substantivos poderiam conotar os obstáculos, os empecilhos que a vida oferece.

02 – Cecília Meireles costuma ser apontada pela crítica como escritora neo-simbolista, principalmente no início de sua carreira. Que elementos do Simbolismo podem ser encontrados na segunda estrofe?
       Transparece nessa estrofe um clima vago, indefinido, que é conseguido principalmente pelo emprego do substantivo nuvens e da expressão vento nas areias.

03 – São temas frequentes na poesia de Cecília Meireles a efemeridade da vida e a inutilidade da existência. Transcreva da terceira estrofe dois versos que comprovam essa afirmativa.
       “Se a vida inteira não fosse,
        Além de breve, perdida!”

04 – O que poderia conotar o “cavalo de asas”?
       A fantasia, a imaginação ou até mesmo a liberdade.

05 – Já que seu cavalo alado morreu, o que lhe resta fazer?
      Só lhe resta perseguir os seus fantasmas.


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