segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): PODRES PODERES - CAETANO VELOSO - COM GABARITO

Música(Atividades): Podres Poderes

                                      Caetano Veloso
Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Motos e fuscas avançam
Os sinais vermelhos
E perdem os verdes
Somos uns boçais

Queria querer gritar
Setecentas mil vezes
Como são lindos
Como são lindos os burgueses
E os japoneses
Mas tudo é muito mais

Será que nunca faremos senão confirmar
A incompetência da América católica
Que sempre precisará de ridículos tiranos
Será, será, que será?
Que será, que será?
Será que esta minha estúpida retórica
Terá que soar, terá que se ouvir
Por mais zil anos

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Índios e padres e bichas
Negros e mulheres
E adolescentes
Fazem o carnaval

Queria querer cantar afinado com eles
Silenciar em respeito ao seu transe num êxtase
Ser indecente
Mas tudo é muito mau

Ou então cada paisano e cada capataz
Com sua burrice fará jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades
Caatingas e nos gerais

Será que apenas os hermetismos pascoais
E os tons, os mil tons
Seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão
Dessas trevas e nada mais

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais

Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo
Daqueles que velam pela alegria do mundo
Indo e mais fundo
Tins e bens e tais

Será que nunca faremos senão confirmar
Na incompetência da América católica
Que sempre precisará de ridículos tiranos
Será, será, que será?
Que será, que será?
Será que essa minha estúpida retórica
Terá que soar, terá que se ouvir
Por mais zil anos

Ou então cada paisano e cada capataz
Com sua burrice fará jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades
Caatingas e nos gerais

Será que apenas
Os hermetismos pascoais
E os tons, os mil tons
Seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão
Dessas trevas e nada mais

Enquanto os homens
Exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais

Eu quero aproximar
O meu cantar vagabundo
Daqueles que velam
Pela alegria do mundo
Indo mais fundo
Tins e bens e tais!
Indo mais fundo
Tins e bens e tais!
Indo mais fundo
Tins e bens e tais!

Entendendo a canção:
01 – O título da música, se refere a que?
      Refere-se aos modelos políticos vigentes.

02 – Nos versos:
      “Queria querer gritar
       Setecentas mil vezes
       Como são lindos
       Como são lindos os burgueses
       E os japoneses
       Mas tudo é muito mais.”
O que seria esse “muito mais”?
      Para o tropicalista, a política deveria ser vista para além do aparente. A história precisaria ser reavaliada agora também por uma análise estética e cultural.

03 – Qual é a crítica feita nesses versos: “Será que nunca faremos senão confirmar/A incompetência da América Católica?”
      Neste sentido a ética católica é criticada por influenciar na cultura uma tolerância as ditaduras. Tal tolerância parece ajudar a naturalizar a corrupção “São tantas vezes, gestos naturais.” Pelo feito, a solução da corrupção está muito associada a aspectos culturais.

04 – Quando ele nos fala:
      "...morrer e matar de fome
       De raiva e de sede
       São tantas vezes
       Gestos naturais".
O que o eu poético quer dizer?
      Hoje há gente morrendo de fome, matando pra sobreviver, e os homens do poder? estão construindo mansões para seu próprio benefício e conforto, e o conforto do povo? só existe caixas de papelão e restos de comidas das latas de lixo.

05 – Como poderia ser interpretada a música?
      Como uma leitura do tradicionalismo presente na resistência estética do brasileiro influenciando toda política Latino-Americana, região em que a maioria dos países era uma ditadura na época.

06 – O que o eu poético, quer dizer com “estúpida retórica”, no verso abaixo:
      “Será, será, que será?
       Que será, que será?
       Será que esta minha estúpida retórica
       Terá que soar, terá que se ouvir
       Por mais zil anos.”
      Ao que parece, o eu poético, sutil e sagazmente apresenta um ponto de vista de política bem diferente do entendimento era orientado por uma lógica de cotônica e maniqueisto. Era forte a ideia de Bem x Mal; O Feio x Bonito; Burguesia x Proletariado.

07 – No texto: “Queria querer cantar afinado com eles.”, que tipo de mudança ele se refere?
      Neste sentido, a sociedade brasileira só mudará seus aspectos políticos mais profundos a partir de mudança na cultura.

08 – De acordo com os versos:
      “Será que apenas os hermetismos pascoais
       E os tons, os mil tons
       Seus sons e seus dons geniais
       Nos salvam, nos salvarão
       Dessa trevas e nada mais.”
Qual é a solução apresentada pelo eu poético?
      Pelo jeito, as incertezas do eu poético, trazem consigo certo pessimismo que só não se torna absoluto por conta da esperança na arte e na música.

09 –Não podemos cruzar os braços e silenciar diante do apelo que nos faz essa realidade. O eu poético ao compor esta música “podres poderes”, ele faz uma crítica a quem?
      Ele nos fala sobre a realidade do nosso país onde os homens do poder não fazem praticamente nada pra mudar o nosso país, como investir em educação, saúde e outros.

10 – Por que o eu poético diz que nosso país é um país pacifico mais de um povo pobre?
      Porque muitos de nós, fingimos de cegos para não vermos nossas crianças morrendo de fome, os nossos idosos morrendo de fome e solidão.

11 – No título “Podres Poderes” podemos encontrar que figura de linguagem?
      Metáfora.

12 – O eu poético na primeira estrofe mostra o quê?
      Mostra a podridão dos políticos se reflete na sociedade.

13 – Que figuras de linguagem podemos encontrar nos seguintes versos:
a)   “Motos e fuscas”.
Metonímia.

b)   “... gritar setecentas mil vezes.”
Hipérbole.

c)   “Índios e padres e bichas e mulheres e adolescentes fazem o carnaval.”
Metonímia e polissíndeto.

14 – Analisando a terceira estrofe, algumas frases ditas pelo autor da música, a que elas se referem?
a)   “América Católica”.
América do Sul.

b)   “América Protestante.”
América do Norte.

c)   “Ridículos tiranos”.
Estados Unidos.

d)   “Incompetência.”
Importação de valores e cultura e submissão financeira (FMI, etc.)

15 – Já na quinta estrofe o autor constata o quê?
      Constata a alienação total da sociedade brasileira.




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