Música(Atividades): Paratodos
Chico Buarque
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antônio Brasileiro
Foi Antônio Brasileiro
Quem soprou esta toada
Que cobri de redondilhas
Pra seguir minha jornada
E com a vista enevoada
Ver o inferno e maravilhas
Nessas tortuosas trilhas
A viola me redime
Creia, ilustre cavalheiro
Contra fel, moléstia, crime
Use Dorival Caymmi
Vá de Jackson do Pandeiro
Vi cidades, vi dinheiro
Bandoleiros, vi hospícios
Moças feito passarinho
Avoando de edifícios
Fume Ari, cheire Vinícius
Beba Nelson Cavaquinho
Para um coração mesquinho
Contra a solidão agreste
Luiz Gonzaga é tiro certo
Pixinguinha é inconteste
Tome Noel, Cartola, Orestes
Caetano e João Gilberto
Viva Erasmo, Ben, Roberto
Gil e Hermeto, palmas para
Todos os instrumentistas
Salve Edu, Bituca, Nara
Gal, Bethania, Rita, Clara
Evoé, jovens à vista
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro.
Dorival
Caymmi: cantor e compositor baiano.
Enevoada:
pouco clara, com dificuldade de enxergar.
Fel:
amargo, sentido figurado: palavras de ódio, amargas.
Jackson
do Pandeiro: cantor alagoano, compositor de forró e
samba, ritmista.
Redimir
(redime): livrar de culpa, libertar-se.
Redondilhas:
tipo de verso.
Toada:
cantiga popular de melodia simples.
Entendendo a canção:
01 – Na letra da canção, o
que descobrimos sobre as origens do compositor
Chico Buarque
mostra que tem origem múltipla, resultado de familiares originados de
diferentes lugares do Brasil.
02 – O que esse fato deixa evidente sobre a origem dos
brasileiros?
Somos um povo de múltiplas origens,
resultado de miscigenação.
03 – Ao citar Antônio
Brasileiro, o compositor refere-se a Tom Jobim, de quem lemos um depoimento
neste capítulo.
a)
De que forma o compositor se refere a ele?
Chico usa a expressão “Meu maestro soberano”.
b)
O que esse tratamento revela sobre o que o
compositor sente por Tom Jobim?
Ao usar esse tratamento percebe-se o respeito e a admiração do
compositor por Tom.
04 – Em determinado trecho o
eu lírico diz seguir sua jornada.
a)
De que maneira o eu lírico segue sua jornada?
Copie o trecho da canção que comprove sua resposta.
O eu lírico segue com a vista turva, conturbada. “E com a vista
enevoada”.
b)
No verso seguinte ele confessa o que vê. Que
verso é esse?
“Ver o inferno e maravilhas.”
c)
Essa expressão mistura dois elementos
opostos. Explique essa oposição.
Quando o eu lírico refere-se a inferno, cita algo ruim. Ao
referir-se a maravilhas, cita algo bom.
d)
Conclua: por que o compositor usaria essa
oposição ao referir-se ao que vê?
Ele vê coisas ruins e boas, tudo junto.
05 – A quem o eu lírico
chama de ilustre cavalheiro?
Ao ouvinte da
canção.
06 – Que conselho é dado
pelo eu lírico a quem encontrar pelo caminho “fel, moléstia, crime”?
O eu lírico aconselha a usar Dorival
Caymmi e Jackson do Pandeiro. Os verbos são use e vá.
07 – A linguagem, nesse trecho,
está empregada no sentido figurado ou no sentido real? Justifique.
A linguagem está
no modo figurado. O verbo usar é utilizado, em geral, para objetos, não para
pessoas.
08 – Levando-se em conta
quem é Dorival Caymmi e Jackson do Pandeiro, explique de que maneira é possível
atender à recomendação dada.
A ideia é a de
ouvir músicas de Dorival e Jackson para enfrentar situações difíceis. Essas
canções serveriam para compensar os momentos ruins.
Lá nos anos 1990,,,começo dele,,,meu filho me perguntou eu tinha entendido a letra...Expliquei o que entendi...Hoje não tenho como repassar esta que é uma obra prima de Chico Buarque...Meu filho virou Anjo...vou tentar uma comunicação mental...vou gravar e "chamar" os Anjos para tal "evento"...
ResponderExcluirNo texto qual o sentido dessa palavra em solidão agreste
ResponderExcluirPara aqueles que vivem fechados dentro de si mesmo o que é caracterizado mesquinho. E vivem por opção, morando isolado no meio do mato. Ouvindo esses mestres poderão tomar um rumo.
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