segunda-feira, 5 de novembro de 2018

CRÔNICA: O MISTÉRIO DA CASA ABANDONADA - FERNANDO SABINO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: O mistério da casa abandonada
            Fernando Sabino

        Quando chegamos em frente à casa abandonada, ouvimos o sino da Igreja de Lourdes das pausadamente doze badaladas, meia-noite! [...]. Fazia frio e vi que Anairan tremia tanto quanto eu, mas ainda assim levamos em frente a nossa aventura.
        Não foi difícil transpor o portão: um ligeiro empurrão e ele se abriu, devagar, rinchando nas dobradiças. Fomos avançando por entre o mato do jardim. Alguma coisa deslizou junto a meus pés – um rato, certamente, ou mesmo um lagarto. Engoli em seco e prossegui a caminhada ao lado de minha companheira, seguido dos outros dois agentes.
        Ao chegar a varanda, ordenei a ambos que ficassem ali e nos esperassem. Não convinha entrarmos todos ao mesmo tempo. Alguém tinha de ficar de sentinela do lado de fora.
        Subimos os degraus de pedra em plena escuridão e tateamos pela parede à procura da porta. Tínhamos trazido conosco uma caixa de fósforos e uma vela, mas não era prudente acendê-la ali: poderíamos chamar a atenção de alguém na rua, algum guarda-noturno rondando por lá.
        Encontramos a porta e forçamos o trinco. Estava trancada por dentro, não houve jeito de abrir. Era tão fraca, a madeira parecia podre, e eu seria capaz de arromba-la com um pontapé, só que faria muito barulho. Preferimos forçar a janela que dava também para a varanda. Era só quebrar o vidro, meter a mão e puxar o trinco.
        Tirei o sapato e bati fortemente com o salto no vidro, que se espatifou num tremendo ruído. Assustando, Hindemburgo latiu no jardim, por sua vez nós assustando tanto, que nosso primeiro impulso foi fugir correndo.
        Como não acontecesse nada, ao fim de algum tempo resolvemos continuar a nossa missão. Aberta a janela, fui o primeiro a pular. Depois ajudei Anairan a entrar também. Só então, já dentro de casa, nos arriscamos a acender a vela.
        Era uma sala grande, onde não tinha nada, a não ser poeira e manchas de mofo pelas paredes forrados de papel estampado. A chama da vela, trêmula, projetava sombras que se mexiam, pelos cantos, ameaçadoras, enquanto avançávamos.
        Em pouco vimos que ali embaixo só havia uma cozinha, onde várias baratas fugiram correndo pelo chão de ladrilhos encardidos, um quartinho e com janelões dando para rua, mais nada.
        Restava subir as escadas e investigar o que havia nos quartos lá em cima.
        Subimos devagarinho, eu na frente, conduzindo a vela, a agente Anairan se agarrando na minha blusa. Procurava não fazer barulho, mas os degraus de madeira da escada, já meio podres, rinchavam, dando estalinhos debaixo de nossos pés.
        No segundo andar, empurramos a porta do primeiro quarto no corredor e entramos. Era um quarto grande, mas a vela não dava para ver nada, a não ser a nossa própria sombra, projetada na parede. Foi quando, de súbito, a luz acendeu e tudo se iluminou.
        No primeiro instante ficamos deslumbrados com aquela claridade e nós voltamos para ver quem tinha acendido a luz. Soltamos junto um grito de pavor – parado junto a porta estava um velho horrendo, alto barba suja, cabelos desgrenhados, a nos olhar, mãos na cintura:
        --- Que é que vocês dois estão fazendo aqui? Quem são vocês?
                                                                   Fernando Sabino.
Entendendo a crônica:
01 – Em: “O mistério da casa abandonada”, as ações das personagens e a maneira como elas são caracterizadas ajudam a compor o clima de suspense e de aventura da narrativa.
a)   Que ações do narrador-personagem e de seus companheiros ajudam na construção desse clima?
Que eles faziam parte de uma sociedade secreta e de encararem muitos mistérios.
b)   Qual é o papel assumido pelo narrador-personagem e por seus companheiros nessa aventura?
A de ir visitar uma casa que diziam ser mal assombrada.
02 – Uma missão secreta de investigação a uma casa abandonada é o tema da narrativa.
a)   Qual o termo usado, isto é, como era chamado, quando o narrador-personagem se refere:
- Ao grupo de amigos
- A  Mariana, Hindemburgo .
Agentes.

- Aos nomes Odnanref e Anairan.
Que Odnanref era o seu nome de guerra e Anairan era de Mariana.

- À casa abandonada.
A misteriosa casa na Avenida João Pinheiro.

b)   Encontre no texto o emprego de outros termos relacionados à situação de investigação e mistérios dessa narrativa.
O velho.

c)   Se você fosse escrever uma história, cujo tema fosse uma aventura na selva, que palavras escolheria para compor o clima de sua narrativa?
Escura, sombria, ar denso, plantas mortas e barulhos estranhos.

03 – De acordo com a narrativa, o casarão é tido como mal assombrado. A descrição que faz dele no texto destaca exatamente os aspectos sinistros do lugar.
a)   Releia o trecho em que o casarão é descrito e escreve as características de cada parte destacada
·        As paredes: Era estampada, tinha manchas de mofo, paredes descascando.
·        O portão: Rinchava nas dobradiças e se abria devagar, enferrujado.
·        A fachada: Hera subindo pela fachada.
·        A varanda: Teias de aranha.
·        O telhado: Morcegos vivam na frinchas do telhado.
·        As janelas: Apodrecidas e desconjuntadas.

b)   Na sua opinião, que impressões a descrição do casarão provoca no leitor?
Medo.

04 – Ao entrarem no primeiro quarto, no andar superior, algo surpreendeu os agentes secretos. Releia o trecho que corresponde a essa passagem – do 21° parágrafo ao 26° em voz alta, de maneira que o tom da fala da personagem seja coerente com a situação descrita e a intenção de surpreender, ameaçar, assustar as crianças.
a)   Para transmitir o tom ameaçador da personagem e aumentar a tensão da narrativa, que recurso foi empregado no texto?
O de usar palavras que indicasse coisas feias.

b)   Que outras informações sobre a personagem ajudam a transmitir a tensão no momento?
As suas caraterísticas.

c)   A aparência e a voz dessa personagem podem nos remeter a que outras personagens da história de ficção?
A de um cientista doido, a um mendigo, a um guarda, um bruxo.

05 – Por que será que as crianças ficaram quietas e sem se encontrarem no dia seguinte ao do episódio narrado? Levante hipóteses.
      Elas ficaram quietas e nem se encontraram para não causar suspeitas.

11 comentários:

  1. Queria um resumo pessoal deste texto

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  2. ALGUEM PELA MOR DE DEUS SABE O DESFECHO DISSO? N TENHO NEURONIO USUFICIENTE PRA RACIOCINAR UM DESFECHO DESCENTE PRA PODE MANDAR PRA PROF

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  3. No texto que você leu, quais palavras indicam que haverá um grande conflito no momento em que os agentes estão na casa? Qual é esse conflito?


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  4. Como acontece o desfecho desse misterioso conflito apresentado no texto?

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