Chico
Bento: HQ “Chico no Shopping”
Imagine um caipira como o Chico Bento
indo a um shopping center pela primeira vez? É garantia de boas risadas na
certa. Essa história "Chico no shopping" é superdivertida e
mostra todas as confusões que o Chico aprontou em visita a um shopping,
publicada originalmente em 'Chico Bento Nº 215 ' (Ed. Globo, 1995).
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Capa de 'Chico Bento Nº
215' (Ed. Globo, 1995)
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Ela começa com o Chico Bento e o primo
Zeca caminhando até o shopping da cidade e o Chico reclamando que teve que usar
botina porque achava que eles estavam indo visitar um outro primo distante
deles, que na cabeça do Chico se chamava "Chopi". Aí o Zeca explica
que não estavam indo à casa de ninguém e mostra o shopping center ao Chico.
Eles entram e o Chico fala que o
shopping é maior que o celeiro do Nhô Toneco e já começa a dar vergonha ao
primo dizendo alto que o povo da cidade é burro, com maior Sol lá fora,
resolvem criar teto para depois colocar luz artificial em tudo que é canto. O
primo cheio de vergonha o chama de bicho-do-mato e o Chico fala para não falar
assim que é ele que passa vergonha.
No momento em que eles estão passeando,
o cadarço da botina do Chico desamarra e quando ele consegue amarrar, percebe
que se distanciou do primo, sendo que o Chico acha que é o primo que se perdeu
dele, e não o contrário. E aí enquanto procura o primo passa a falar sozinho
que o shopping é sem graça, já que só tem gente e loja.
Ele encontra uma escada rolante
pensando que é uma escada normal (afinal, nunca tinha visto uma escada rolante
na vida) e resolve subir na escada que desce. Com isso, faz força para subir e
nunca consegue chegar até o 2º andar, logicamente. Sobe, sobe e continua no
mesmo lugar. Cansado, Chico resolve parar, aí cai e pensa que o cara que estava
na frente o empurrou. O homem dá bronca informando que era para ir na escada
que sobe, aí que o Chico percebe que a escada movimenta e leva um susto. Então,
o segurança explica que ele tem que ficar parado no degrau na escada que sobe
que ela leva sozinha até lá em cima.
O Chico adorou a novidade, mas achou
que o nome não devia ser "escada rolante" porque ela não rola. Só que
ele se descuida, já que não sabe que tem que ficar atento no final da escada e
acaba caindo e a sua botina acaba presa na escada, a ponto da escada ir para
manutenção. E na cabeça dele, conclui que tem que ir ao shopping de botina para
não perder o dedão.
Com isso, ele joga a outra botina fora
no lixo pra ficar à vontade e reclama que a professora ensinou tudo errado na
escola, já que ele não entende o que está escrito nos letreiros das lojas que
informam o nome delas. Enquanto ele caminha, um vendedor da loja de sapatos o
chama para vê calçado e o Chico pergunta se é o marido da calçada. O vendedor
fala que é sapato e o Chico entra na loja à força. Lá, mostra os sapatos, mas o
Chico não deixa que o vendedor toque nos pés dele. Então, ele experimenta e
aceita levar pensando que o vendedor deu o sapato, indo embora tranquilamente
sem pagar.
O vendedor pergunta cadê o dinheiro e
ele diz que está duro e que o dinheiro do ônibus está com o primo. O vendedor
chama o segurança, que correm atrás dele. Então, o guarda fala pra devolver os
sapatos e o Chico joga na cabeça dele.
Com a correria Chico sente calor e
encontra uma fonte. Então, ele tira a roupa e resolve tomar banho nela como se
fosse o ribeirão da Vila Abobrinha e mergulha. Nisso, um casal estava de
passagem e queriam namorar admirando a fonte, quando de repente eles olham a
bunda do Chico nela e fazem escândalo dizendo que tem um tarado na fonte.
Nessa hora, o primo Zeca, que já estava
procurando o Chico há um tempão, ouve no alto-falante informando que tem um
louco nadando na fonte e ele corre até lá já sabendo que se tratava do Chico.
Cheio de gente e seguranças em volta, Chico vê o primo e sai da fonte falando
que o primo não tinha juízo, como se fosse ele é quem estava perdido. E ainda
fala que o Zeca deve ter aprontado muito pra atrair tanto guarda.
No final, com o Chico já no sítio
nadando no ribeirão, o Zé da Roça pergunta como é o shopping da cidade. Aí, ele
começa a falar mal que era muito sem graça, que as lojas ficavam debaixo de um
forro iluminado com Sol lá fora, que tinha uma escada que come botina, e um lago
mixuruca sem peixe e falou que o primo nunca mais queria pisar em um shopping
de novo depois que saíram de lá. E deseja que o povo da cidade crie juízo e
imita o pessoal da roça, mostrando nessa hora um lindo cenário da roça.
Com certeza essa história é
sensacional. Tem 14 páginas, muito engraçada, cheia de "gags". Sempre
que a leio racho de rir, e não foi diferente enquanto eu escrevia a postagem.
Ela mostra um Chico ingênuo, lerdo, que leva tudo ao "pé da letra", e
porque não dizer meio retardado para visão da gente, já que ele não sabia o que
era calçado, que tem que pagar um produto quando vai a uma loja, etc. Engraçado
ver o primo Zeca cheio de vergonha e perdendo a paciência. E tem várias
situações politicamente incorretas, como falar a palavra "bunda"
tranquilamente, sem restrição nenhuma, além do Chico e Zé da Roça aparecerem
pelados, só para citar uma.
Na verdade adoro histórias do Chico
Bento com o primo Zeca, esse contraste da roça com a cidade sempre rendem
ótimas histórias como essa. Costumam ter histórias do Zeca na roça e do Chico
na cidade. Mas, sem dúvida, as histórias que o Chico está na cidade são muito
mais hilárias. É de rachar de rir, com histórias do tipo "Chico no
elevador" (CHB # 45- Ed. Globo, 1988), "Chico no
Restaurante" (CHB # 51 - Ed. Globo, 1988), "Apertem os
cintos, o Chico subiu!" (Chico no avião - CHB # 166 - Ed. Globo,
1993), dentre várias outras desse nível.
Interessante também nessa
história "Chico no Shopping", o Chico Bento invertendo as
posições, como se fosse que ele que se perdeu e diz que foi o primo quem se
perdeu, ou é o primo que apronta muito e é o Chico que passa vergonha. Muito
louco. Sem contar que apesar dessas loucuras todas, a história não deixa de ter
uma lição de moral no fim, para o pessoal se estressar menos e dar valor às
coisas simples. E mesmo na sua ingenuidade, ele não deixa de ter razão em
certas frases, como escada rolante não ser chamada assim.
Os traços muito bons, bem
característico dos anos 90 e na postagem a coloquei completa. Por curiosidade,
essa história virou desenho animado que dá para vê-la no youtube. Mas lendo nos
quadrinhos é bem melhor. Enfim, "Chico no Shopping" um
excelente clássico que sempre vale a pena ser lembrada.
Chico Bento, Editora
Globo, Histórias
Entendendo a história:
01 – Na história, Chico
Bento passa por situações que, por viver em um ambiente rural, são inusitadas
para ele.
a)
Que aspectos (elementos) do shopping chamam a
atenção de Chico Bento?
A escada rolante e os nomes das lojas.
b)
Como as pessoas que se encontram no shopping
reagem diante das ações de Chico Bento?
Ficam bastante assustadas, pois as atitudes de Chico Bento não são
normais para as pessoas da cidade e sim para ele.
c)
Na sua opinião, o que leva as pessoas a
reagirem dessa forma diante das ações de Chico Bento?
Pois essas ações na fazenda são comuns, e já para as pessoas da
cidade é muito estranho o jeito delas.
02 – As ações da personagem
no shopping além de divertir o leitor, trazem uma crítica subentendida. Deduza
as críticas que estão “por trás” dos comentários que Chico Bento faz:
a)
Em relação ao shopping.
Comentário:
“Só tem gente i loja, gente i loja...”
Quer dizer que falta coisas no Shopping para a diversão e o
entretenimento das pessoas.
b)
Em relação às lojas.
Comentário:
“A fessora mi insinô a lê na língua errada!”
Quer dizer que é errado colocar cartazes ou nome de lojas em línguas
estrangeiras que várias pessoas não conseguem entender.
03 – A partir desta
história, o que é possível inferir (compreender) sobre Chico Bento em relação:
a)
Ao que gosta?
Locais naturais e ao ar livre, de deixar seus pés descalços e nadar
nu.
b)
A como se sente na cidade e no campo?
Na cidade ele se sente diferente, sem entender as coisas e na roça
já não tem problema algum, por ter sido criado neste ambiente.
c)
Ao julgamento que faz das pessoas da cidade e
das pessoas do campo?
Ele acha todos estranho (sem juízo), por que ele não entende o
jeitinho da cidade e as pessoas do campo ele conhece os hábitos e por isso os
acham normais.
d)
Ao que considera ser a vida na cidade e a
vida no campo?
A vida na cidade é rápida e sem entretenimento.
A vida na roça é totalmente diferente, existi vários locais onde ele
pode brincar, correr, nadar e divertir.
04 – Chico Bento é uma
personagem pertencente ao meio rural, e seu jeito de falar, de se vestir e de
ser cativa e encanta o leitor.
a)
A linguagem empregada pela personagem é uma
variante da linguagem oral. Ele consegue comunicar-se com as demais personagens
e com o leitor? Justifique.
Sim. Pois apesar dele falar de um modo diferente todos entendem e
acham muito engraçado.
b)
Que efeito esse jeito de dizer pretende
transmitir na construção (montagem) da personagem Chico Bento?
Um jeito mais original, por ele ser caipira seu sotaque é diferente
das outras pessoas.
c)
Se Chico Bento usasse em sua comunicação a
linguagem da norma culta, a personagem teria a mesma força comunicativa?
Justifique.
Não. Pois para um personagem do campo o modo de dizer culto não iria
combinar e não iria chamar a atenção das crianças.
05 – O primo de Chico Bento,
para evidenciar toda a sua irritação diante do comportamento do primo, diz: “Não precisa dar tanta bandeira que você é
um bicho-do-mato, tá?”.
a)
As expressões em destaque são típicas da
linguagem coloquial. Com que sentido elas foram empregadas?
Quer dizer que Chico Bento está envergonhando seu primo, e que ele
não é da cidade, e que é para ele parar de mostrar isso para as outras pessoas.
b)
Você concorda com que o primo diz a Chico
Bento? Por quê?
Eu concordo. Pois Chico Bento aprontou várias na companhia de seu
primo.
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