terça-feira, 27 de novembro de 2018

CRÔNICA: DESONESTIDADE DE JOGADORES E ARBITRAGEM RUIM CAMINHAM JUNTAS - BRUNO WINCKLER -COM GABARITO

CRÔNICA: Desonestidade de jogadores e arbitragem ruim caminham juntas

              Bruno Winckler.

        Santos e Corinthians protagonizaram no último domingo um primeiro tempo na Vila em que a bola esteve parada em mais de 62% do tempo de jogo. Uma partida de futebol em que o que menos se tem é bola rolando é um convite para o sono. No Dia dos Pais, a Globo registrou 17 pontos de audiência no clássico paulista. Muito pouco, convenhamos. O churrasco, a macarronada, um passeio no parque… Tudo era mais convidativo.
        A culpa por esse cenário passa, claro, pela arbitragem brasileira, cada vez mais afeita ao “vou apitar tudo para não perder o controle”. A média de faltas nesta edição do Brasileirão é de 31,5 por jogo de acordo com números do Footstats. Ela é menor do que a dos últimos anos, mas poderia ser melhor não fossem os artistas que insistem em ludibriar árbitros mal treinados.
        Na Vila Belmiro, especialmente no primeiro tempo, os jogadores dos dois times preferiram fazer de cada falta, de cada encontro com o adversário uma encenação, uma briga por território, tudo com o objetivo de parecer vítima diante da autoridade do jogo. O árbitro nesse caso, ainda que bem intencionado, é bombardeado por caretas de dor, por contorcionistas e precisa avaliar não só um lance de falta (ou suposta falta), mas também se ela foi mais grave do que pareceu aos seus olhos (sem falar quando é algo pelas costas, como fez Petros).
        Para árbitros que não se dedicam só a esse ofício por não serem profissionais, a tarefa fica ainda mais difícil. Os jogadores não colaboram para que um jogo de futebol flua sem intercorrências dignas muitas vezes de quadros de humor dos “Trapalhões”. O problema é quando a cena pastelão engana o apitador.
        Foi o caso do pênalti anotado para o Cruzeiro contra o Figueirense pelo árbitro Gilberto Rodrigues Castro Junior na 12ª rodada, quando Ricardo Goulart se jogou na área para iludi-lo, e também – para mostrar que quem é beneficiado também é prejudicado – na última rodada, quando Fábio Ferreira, do Criciúma, usou do mesmo expediente para enganar Jaílson Freitas a anular uma jogada que acabaria em gol do Cruzeiro.
        É claro que não são apenas jogadores brasileiros que tentam se beneficiar de arbitragens ruins simulando faltas que não existiram. Mas há no Brasil uma cultura em que ações como essa se perpetuam. O torcedor não liga se seu time é beneficiado em lances assim. Direciona sua revolta só em caso de prejuízo. E aí ciclo se renova. É assim desde sempre. Basta lembrar do passo à frente de Nilton Santos na Copa de 1962 que fez o árbitro anotar uma falta e não um pênalti a favor da Espanha.
        Em outros lugares a tolerância com ações desse tipo é bem menor. Na Inglaterra, Luís Suárez ficou notabilizado por seus gols e pelos seus “mergulhos”. Nos jogos em Anfield, estádio do Liverpool, era comum ver a cara de contrariedade de alguns torcedores nas encenações do uruguaio mordedor de ombros rivais. É um estilo que lá não pega bem. Por aqui, o torcedor fecha os olhos se um jogador é mau-caráter para beneficiar seu clube. Talvez isso explique a disparidade entre os campeonatos de lá e o de cá.
        A Copa do Mundo também foi exemplo de como jogadores mal intencionados podem mudar ou influenciar decisões de árbitros. Muitos pênaltis duvidosos foram marcados, casos do anotado para o Brasil contra a Croácia ou para a Espanha contra a Holanda. Fred e Diego Costa foram ao chão como se tivessem sido atingidos por um canhão. A orientação para os juízes é de punir com cartão amarelo qualquer simulação, mas nem sempre eles conseguem perceber a cara de pau do infrator.
        Em resumo, arbitragens seriam menos ruins se os jogadores fossem mais honestos.

Entendendo o texto:
01 – Qual o significado das palavras Footstats e Vila Belmiro?
·        Footstats = Empresa especializada em estatísticas sobre o futebol.

·        Vila Belmiro = Estádio do Santos Futebol Clube, localizada no bairro Vila Belmiro, em Santos (SP).

02 – O cronista aponta um problema dos jogos no campeonato brasileiro: o desinteresse pelos jogos visto que a bola fica muito tempo parada.
a)   Quem ele inicialmente responsabiliza por isso? Explique sua resposta.
Ele responsabiliza quem está na parte da equipe de juiz, e os jogadores de ambas equipes, pois os juízes muitas vezes são desonestos e os jogadores também.

b)   Que opiniões ao longo do texto fortalecem essa responsabilização?
Os árbitros são mal treinados (parágrafo 2°) e muitos deles não são profissionais que se dedicam exclusivamente a essa função (parágrafo 4°), ou seja, não têm chance de exercê-la a ponto de conquistar experiência.

03 – Explique a seguinte lógica do pensamento atribuído à arbitragem pelo cronista: “Vou apitar tudo para não perder o controle”.
      A lógica seria de que qualquer falta precisa ser apontada, caso contrário os jogadores não se sentem punidos e podem se achar livres para cometer outras.

04 – Do problema mencionado na questão 2, o cronista passa a outro, o fingimento dos jogadores em alguns lances.
a)   Explique como o cronista relaciona esses dois problemas.
O cronista mostra que, muitas vezes, a marcação exagerada é incorreta do árbitro (primeiro problema apresentado) é responsabilidade dos atletas, por exagerarem propositalmente no que foi um lance normal, a fim de conseguirem marcações a seu favor e influenciar o resultado da partida.

b)   Copie duas passagens que indique a relação entre os dois problemas.
“[...] mas [a média de faltas] poderia ser melhor não fossem os artistas que insistem em ludibriar árbitros mal treinados” (parágrafo 2°).
“Os jogadores não colaboram para que um jogo de futebol flua sem intercorrências dignas [...] de quadros de humor dos “Trapalhões”. O problema é quando a cena pastelão engana o apitador”. (Parágrafo 4°).

05 – Releia o trecho e responda.
        “Talvez isso explique a disparidade entre os campeonatos de lá e o de cá.”
a)   A qual disparidade o cronista se refere?
O contexto permite inferir que a disparidade esteja na qualidade dos campeonatos.

b)   Relendo o parágrafo em que está esse trecho, o que se pode inferir sobre a opinião do cronista a respeito dos dois campeonatos nele citados?
Que os campeonatos da Europa seriam superiores ao Campeonato Brasileiro.

06 – Para o cronista, alguns problemas de arbitragem são devidos mais ao árbitros, mais aos jogadores ou a ambos igualmente? Justifique.
      São devidos mais aos jogadores. Para o cronista, em razão da desonestidade deles, o árbitro é levado a julgar que um lance foi mais grave do que realmente foi. Os juízes não correriam o risco desse tipo de engano se não houvesse o fingimento. Restaria, então, apenas a dificuldade (em menor quantidade) de julgar alguns lances de fato polêmicos. Além disso, o último parágrafo enfatiza esse ponto de vista, atribuindo apenas aos jogadores desonestos certo tipo de problema de arbitragem, infrações, o que transformaria o jogo em um enfrentamento sem regras, sem controle.


5 comentários:

  1. Euuh queria saber qual é a resposta da questão 4. Que tah escrito assim... Para discutir o tema, além de citar partidas do campeonato Brasileiro, o cronista também meciona partidas de outras competições

    ResponderExcluir
  2. Me respondam essa pergunta:
    6) conforme é possível deduzir pela leitura da crônica,o torcedor também contribui para o comportamento de dessimulação de alguns jogadores
    A) transcreva duas passagens que comprovem essa declaração.
    B)se o torcedor fosse considerado um dos responsáveis pelo problema,o titulo poderia ser alterado.reescreva-o, considerando esse caso.

    ResponderExcluir
  3. Alguém conseguiu responder a questão
    4) para discutir o tema, além de citar partidas do campeonato brasileiro, o cronista também menciona partidas de outras competições

    ResponderExcluir