domingo, 18 de novembro de 2018

POEMA: AH! OS RELÓGIOS - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

Poema: Ah! Os Relógios
           Mário Quintana


Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...

Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.



Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.

E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...

                                         Mário Quintana, in 'A Cor do Invisível' 
Entendendo o poema:
01 – Qual é o problema filosófico encontrado no texto AH! OS RELOGIOS. De Mario Quintana?
      O tempo e a vida! ele diz que o tempo não existe! e que a vida é insignificante perante a eternidade! "não cabe, a cada qual, uma porção." 

02 – É possível diferenciar o significado do tempo no poema do tempo designado pelos fusos, estudado na geografia?
      O que é possível observar é que nas horas dos fusos horários geográficos a cada 15 graus de passa 1 hora e esta hora pode ser a mais ou a menos, dependendo da direção que você anda. Nossa percepção ao tempo, da correria do dia a dia que nos vemos e parece que o tempo nunca é suficiente para fazermos tudo. 

03 – “Ah! Os Relógios” é uma discussão poética sobre o tempo e sua relação com a vida e com a morte.
Disserte sobre o tema:
      O eu poético nos instiga a pensar sobre a sobreposição do tempo do relógio: marcado, rotulado, normatizado e apressado que Cronos continua devorando, sem tréguas, das nossas vidas. Em contraposição ao tempo primitivo, anterior ao instrumento, desacelerado, sem ponteiros nem frações, no qual a própria poesia ajuda a imergir e onde se encontram os sonhos, as amizades, a eternidade poética e a possibilidade de vida plena.

04 – O trecho: “Em seus fúteis problemas tão perdidas que até parecem mais uns necrológios...”, refere-se:
a)   Ao tempo que inventa a morte.
b)   As vidas que se perdem com futilidades.
c)   Àquelas que pensam na falta de tempo.
d)   Àqueles que pensam na morte e na vida.



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