Poema: Ah!
Os Relógios
Mário Quintana
Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
Mário Quintana, in 'A Cor do Invisível'
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
Mário Quintana, in 'A Cor do Invisível'
Entendendo o poema:
01 – Qual é o problema
filosófico encontrado no texto AH! OS RELOGIOS. De Mario Quintana?
O tempo e a vida!
ele diz que o tempo não existe! e que a vida é insignificante perante a
eternidade! "não cabe, a cada qual, uma porção."
02 – É possível diferenciar
o significado do tempo no poema do tempo designado pelos fusos, estudado na
geografia?
O que é possível observar é que nas horas dos fusos horários
geográficos a cada 15 graus de passa 1 hora e esta hora pode ser a mais ou a
menos, dependendo da direção que você anda. Nossa percepção ao tempo, da
correria do dia a dia que nos vemos e parece que o tempo nunca é suficiente
para fazermos tudo.
03 – “Ah! Os Relógios” é uma
discussão poética sobre o tempo e sua relação com a vida e com a morte.
Disserte sobre o tema:
O eu poético nos
instiga a pensar sobre a sobreposição do tempo do relógio: marcado, rotulado,
normatizado e apressado que Cronos continua devorando, sem tréguas, das nossas
vidas. Em contraposição ao tempo primitivo, anterior ao instrumento,
desacelerado, sem ponteiros nem frações, no qual a própria poesia ajuda a
imergir e onde se encontram os sonhos, as amizades, a eternidade poética e a
possibilidade de vida plena.
04 – O trecho: “Em seus
fúteis problemas tão perdidas que até parecem mais uns necrológios...”,
refere-se:
a)
Ao tempo que inventa a morte.
b)
As vidas que se perdem com futilidades.
c)
Àquelas que pensam na falta de tempo.
d)
Àqueles que pensam na morte e na vida.
excelente texto
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