Atividades com a Música : Classe
Média
Max Gonzaga
Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio "coletivos"
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote CVC tri-anual
Mas eu "to nem ai"
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não "to nem aqui"
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em Moema
O assassinato é no "jardins"
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não "to nem ai"
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não "to nem aqui"
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida.
Composição: Max Gonzaga
Entendendo a canção:
01 – A qual classe social pertence o eu lírico do rap?
A classe média.
02 – Retire do texto dois versos que trazem a ironia.
“Eu
quero é que se exploda a periferia toda”
“E
eu que sou bem informado concordo e faço passeata.”
03 – Muitas vezes o
enunciador troca uma palavra por outra criando um efeito inesperado,
aproveitando-se, assim, o efeito da surpresa entre o ouvinte e o leitor.
No final da música foi
empregado este recurso estilístico. Leia os versos abaixo e interprete-os:
“Toda
tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque
é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida.”
Quando o eu
lírico diz que é mais fácil condenar quem já cumpre pena, significa que é mais
condenar o pobre que mora na periferia, que não tem como se defender, do que o
risco que tem bons advogados.
04 – A atitude do eu lírico
retrata com fidelidade o comportamento das pessoas da classe média brasileira?
Sim, retrata uma
classe social emergente, preocupada apenas em pagar contas, uma vez, que compra
tudo parcelado.
05 – Na sua opinião, esse
comportamento de indiferença contribui com a violência do país?
Resposta pessoal
do aluno.
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