Conto: O cachorro engraçadinho
Há coisa mais triste que um menino sem
irmãos nem companheiros, fechado num apartamento? Foi por isso que a família
resolveu arranjar um cachorrinho para brincar com o filho único. Os brinquedos,
afinal, são máquinas e acabam por enfastiar; o cachorrinho é um brinquedo vivo,
quase humano, o melhor amigo do homem etc. E veio o cachorrinho, muito
engraçadinho. Todos os cercaram, encantadíssimos. Dizem que os cães sempre se
parecem com os seus donos: este parecia-se com os donos, com os amigos dos
donos e até com os empregados da casa. Não se pode ser mais amável. Era
pretinho, lustroso, com umas malhas cor de mel em certos lugares do focinho e
do corpo. Orelhas sedosas e moles, e um rabinho que o menino logo descobriu
poder funcionar como manivela. E assim o utilizou.
O cachorrinho também parecia
contentíssimo, e pulava para cá e para lá, e às vezes parecia um cavalinho em
miniatura. Mas era uma miniatura Pinscher.
Não era só engraçadíssimo; era
inteligentíssimo. Se lhe ensinassem, creio que chegaria a atender o telefone.
Instalou-se no apartamento como se fosse o seu principal habitante. A vida
passou a girar em torno dele. Deram-lhe coleira, casaquinho, osso artificial
para brincar, puseram-lhe nome, compraram-lhe biscoitos. Pensando bem, era
muito mais feliz que o menino de cuja felicidade se cogitava. Talvez ele até
entendesse o que diziam a seu respeito, pois a cozinheira reparou que sua inteligência
excedia a das criaturas humanas. Via-o fitar um ponto no vazio, acompanhar uma
presença invisível, para a qual latia, demonstrando ser um animal dotado de
poderes sobrenaturais: um cãozinho vidente. Nessas condições, nem precisava
entender a nossa linguagem: podia captar diretamente os pensamentos...
O cachorrinho engraçadinho recebia as
visitas com grande efusão. Mordia-as de brincadeira nas pernas e nos braços, às
vezes puxava um fio de meia - mas era muito engraçadinho - dava saltos verticais
que nem um bailarino, e, como estava na muda dos dentes, babava as pessoas com
muito entusiasmo e de vez em quando deixava cair por cima delas um de seus
dentinhos, tão brancos e primorosos que pareciam de matéria plástica.
Além de receber as visitas, o
cachorrinho engraçadinho sentava-se ao lado delas, acompanhava com os olhos as
suas expressões, despedia-se delas com muita gentileza.
Acostumou-se de tal modo à família que
não quis mais dormir sozinho, passou a ocupar o melhor lugar das camas, como
ocupava o das poltronas.
E quis também comer à mesa, escolhendo
uma cadeira e colocando as patinhas no lugar que a etiqueta recomenda, e que já
bem poucas pessoas conhecem como se pode observar em qualquer restaurante.
Até certo ponto o cachorrinho
engraçadinho foi um divertimento, salvo quando molhava os tapetes ou as
almofadas.
Vocabulário:
Artificial: Postiço,
fabricado, não natural
Captar: entender,
compreender
Cogitar: pensar,
raciocinar, imaginar
Dotado: favorecido,
beneficiado, que tem o dom natural
Efusão: fervor
de amizade, com grande alegria
Enfastiar:
entediar, aborrecer
Etiqueta: conjunto
de cerimônias no trato de muitas pessoas, regra estilo
Exceder: superar,
ultrapassar
Fitar: olhar,
fixar a vista, o pensamento, a atenção em alguma coisa.
Lustroso: reluzente,
brilhante, polido
Pinscher: raça
de cachorro de baixa estatura e de porte pequeno.
Primoroso: perfeito,
distinto, excelente
Salvo: exceto,
afora
Sedosos: que
tem seda, semelhante à seda, peludo, macio.
Sobrenatural: superior
ao natural, excessivo, sobre-humano, que excede as forças da natureza, que não
tem explicação.
Vidente: que
profetiza, que tem a faculdade de visão sobrenatural de cenas futuras.
Entendendo o conto:
01 – Explique com suas palavras
as frases abaixo, considerando que o sentido da palavra artificial é o mesmo do texto.
a) Sentia uma alegria artificial.
Sentia uma alegria superficial.
b) Deram-lhe um osso artificial.
Deram-lhe um osso falso.
c) Comprei flores artificiais na floricultura.
Comprei flores de plásticos na floricultura.
d) O cachorrinho tinha uma vida artificial.
O cachorrinho tinha uma vida não natural.
02 – Reescreva as frases,
substituindo as palavras sublinhadas por sinônimos. Consulte o vocabulário do
texto ou o dicionário.
a) "Os brinquedos,
afinal, são máquinas e acabam por enfastiar".
Os brinquedos,
afinal, são máquinas e acabam por entediar-se
b) Pensando bem, era muito
mais feliz que o menino de cuja felicidade se cogitava".
Pensando bem, era muito mais feliz que o
menino de cuja felicidade se refletia.
c) "Sua inteligência excedia
a das criaturas humanas".
Sua inteligência
superava a das criaturas humanas.
d) "Nem precisava
entender a nossa linguagem: podia captar diretamente os
pensamentos".
Nem precisava
entender a nossa linguagem: podia compreender diretamente os pensamentos.
03 – “O cachorrinho
engraçadinho recebia as visitas com efusão".
a) ( ) timidez
b) (X) fervor de amizade
c) ( ) balançando o rabinho.
04 – “O cachorrinho foi um
divertimento, salvo quando molhava os tapetes ou as almofadas".
a) ( ) afora
b) (X) contrário
c) ( ) permitido
05 – “E quis também comer à
mesa, escolhendo uma cadeira e colocando as patinhas no lugar que a etiqueta
recomenda".
a) ( ) costume
b) ( ) selo de compra
c) (X) normas, regras.
06 – Numere os parênteses de
acordo com a ordem dos acontecimentos no texto.
a) (2) Todos ficaram encantadíssimos com
o cachorrinho.
b) (1) A família resolveu comprar um cachorrinho
para o menino.
c) (4) À medida que o tempo passava, o
cachorrinho foi se tornando um membro da família e até sentava-se à mesa.
d) (5) O único fato que contrastava com
sua inteligência e o colocava na condição de animal era que molhava os tapetes
e as almofadas.
e) (3) O animalzinho se adaptou
facilmente ao convívio com a família.
07 – Retire do primeiro
parágrafo a pergunta com a qual a autora se dirige ao leitor.
“Há coisa mais triste que um menino sem
irmãos nem companheiros, fechado num apartamento?”
08 – De acordo com a
descrição que a autora faz do cachorrinho, vamos fazer uma ficha com suas
características.
a) raça: Pinscher.
b) tamanho: Miniatura.
c) cor: Preto.
d) pelo: Tinha umas malhas cor de mel.
e) focinho e corpo: Possui algumas manchas.
f) orelhas: Sedosas e moles.
g) rabo: Rabinho fino.
09 – Qual a diferença entre
brinquedo mecânico e o cachorrinho, segundo o texto?
O brinquedo
mecânico, não tem vida e o menino acabava por enfastiar.
O cachorrinho, é um brinquedo vivo, quase
humano.
10 – A autora descreve muito
pouco o ambiente e a família com a qual o cachorrinho foi morar. Observe com
atenção todos os detalhes que o texto fornece e responda. Qual é a classe
social da família? Por quê?
Ele parecia
contentíssimo, e pulava pra lá e pra cá.
11 – Quando o cachorrinho
chegou, puseram-lhe nome. Que nome você daria a ele?
Resposta pessoal
do aluno.
12 – Você concorda que o
cachorro é o melhor amigo do homem? Justifique.
Resposta pessoal do aluno.
13 – Assinale a opção
correta. Qual era o comportamento do animalzinho com as visitas?
a) ( ) raivoso, bravo
b) ( ) indiferente, não ligava para nada
c) (X) alegre, contente.
14 – Assinale a opção
correta. O cachorrinho do texto é descrito:
a) ( ) pelo menino.
b) ( ) pelos pais.
c) (X) pelo descritor do texto.
15 – Explique a frase:
"Os brinquedos, afinal, são máquinas e acabam por enfastiar."
É que os
brinquedos não possui movimento próprios.
16 – Você concorda que um
cachorro possa ocupar, dentro de casa, o lugar de uma pessoa? Justifique sua
resposta.
Sim. Porque tem
animal que só falta falar; mas, entende tudo o que você fala.
17 – Que outro título você
daria ao texto?
Resposta pessoal do aluno
Me ajudou muito estava estudando para uma prova ai vim nesse cite e sabia que na prova ia ter esse texto e todas essas perguntas estavao la entao super me ajudou muito obg
ResponderExcluirSempre ajuda ne kkkk
ExcluirMuito bom
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