quinta-feira, 7 de setembro de 2017

POEMA: OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 POEMA: OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO
                 Vinícius de Moraes

Um operário em construção
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve em um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo cresce
Ele não cresceu em vão.
(...)
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o termo do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
                                                   Vinícius de Moraes (Antologia Poética).

a  1)    Como é que o operário está relacionado àquilo que ele produz nesse poema?
A ideia está sintetizada nos versos: “O operário faz a coisa e a coisa faz o operário”. O operário é agente e produto da “coisa”.

    2)   Observe que a expressão-título do poema pode significar mais de uma coisa: Explique em que sentidos “operário em construção” pode ser interpretado nesse texto.
Ele é agente-paciente de construção: ele constrói como operário e como ser humano. Noutro “construção” é uma qualificação do tipo de trabalho que o operário executa: é o “ramo” que está inserido no mercado de trabalho.

c  3)    Por que o texto é facilmente caracterizado como poesia?
Além da disposição gráfica e do jogo de significados, o texto apresenta rimas e ritmos.

   4)  Se, em vez de lido silenciosamente, o texto fosse falado ou lido em voz alta também seria caracterizado como poema? Por quê?
Porque, a sonoridade do plano da linguagem seria ressaltada e as demais características do poema ficariam enfatizadas.

   5)    Qual é o tema do texto? Justifique, com apoio no texto de Vinícius de Moraes, porque a simples escolha do tema não define o gênero textual.
O tema é injustiça social que sofre o trabalhador, num mundo capitalista. Mas muitos outros gêneros poderiam abordar o mesmo tema.

f   6)     Por que a escolha vocabular apenas, nem o nível de linguagem, nem o tema são suficientes para a caracterizar o texto como poema? Use outros exemplos como base de sua argumentação.
Exemplos livres: Essa escolha vocabular poderia estar presente em outros gêneros que também prezam o nível formal.





MÚSICA(ATIVIDADES): EDUARDO E MÔNICA - LEGIÃO URBANA - COM GABARITO

Música(Atividades): “Eduardo e Mônica” da Legião Urbana


Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
Noutro canto da cidade
Como eles disseram

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse
– Tem uma festa legal e a gente quer se divertir
Festa estranha, com gente esquisita
– Eu não estou legal, não aguento mais birita
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
– É quase duas, eu vou me ferrar

Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes
Do Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda estava
No esquema "escola, cinema, clube, televisão"

E, mesmo com tudo diferente
Veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro e artesanato e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Em que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa
Que nem feijão com arroz

Construíram uma casa uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação

E quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?


1)    Apesar de ser um texto em verso, podemos afirmar que ele se aproxima de:
a)    Uma crônica
b)    Um conto
c)    Uma reportagem
d)    Um relato pessoal


2)    Em qual estrofe podemos concluir que Eduardo e Mônica estão apaixonados:
a)    3ª estrofe
b)    4ª estrofe
c)    7ª estrofe.
d)    6ª estrofe.


3)    Podemos afirmar que, por se aproximar de uma narrativa, essa música possui a estrutura sequencial que nos remete a uma narração. Sendo assim, podemos estabelecer nesse texto a seguinte estrutura: 


a)    Situação inicial: Eduardo e Mônica se conhecem e se apaixonam.
Conflito: Eduardo gosta de jogar futebol de botão com o avô.
Clímax: Eduardo e Mônica decidem ficar juntos.
Desfecho: Eduardo e Mônica constroem uma família.
b)    Situação inicial: Eduardo e Mônica se conhecem e se apaixonam.
Conflito: Um carinha do cursinho do Eduardo chama Mônica para uma festa.
Clímax: Eduardo e Mônica se encontram em uma lanchonete.
Desfecho: Eduardo e Mônica constroem uma família.
c)    Situação inicial: Eduardo e Mônica se conhecem e se apaixonam.
Conflito: Mônica é mais velha que Eduardo.
Clímax: Eduardo e Mônica decidem ficar juntos.
Desfecho: Eduardo e Mônica constroem uma família
.
d)    Situação inicial: Eduardo e Mônica se conhecem e se apaixonam.
Conflito: Eduardo não aceita que Mônica seja mais velha que ele.
Clímax: Eduardo e Mônica decidem ficar juntos.
Desfecho: Eduardo e Mônica constroem uma família.


4)    As características de Mônica que são contrárias às características de Eduardo são:
a)    Maturidade e independência
b)    Inteligência e sociabilidade
c)    Independência e gosto por esportes
d)    Maturidade e sociabilidade


5) Na quinta estrofe são feitas algumas comparações entre Eduardo e Mônica, mostrando que eram opostos. Os últimos versos dessa estrofe (“E o Eduardo ainda estava/ No esquema ‘escola, cinema, clube, televisão’”) revelam que:

a)    Mônica tinha uma rotina bem estabelecida.
b)    Mônica não tinha uma rotina bem estabelecida.
c)    Mônica gostava da rotina dela.
d)    Mônica não gostava da rotina dela.


MÚSICA(ATIVIDADES): SÓ VOCÊ - FÁBIO JÚNIOR - COM GABARITO

 MÚSICA(Atividades) :Só Você  -  Fábio Jr.

Compositor: Vinicius Cantuária

Demorei muito pra te encontrar
Agora eu quero só você
Teu jeito todo especial de ser
Eu fico louco com você

Te abraço e sinto coisas
Que eu não sei dizer
Só sinto com você


Meu pensamento voa
De encontro ao teu
Será que é sonho meu?

Tava cansado de me preocupar
Quantas vezes eu dancei
E tantas vezes que eu só fiquei
Chorei, chorei...

Agora eu quero ir fundo
Lá na emoção
Mexer teu coração

Salta comigo alto
E todo mundo vê
Que eu quero só você

Eu quero só você [2x]

Te abraço e sinto coisas
Que eu não sei dizer
Só sinto com você

Meu pensamento voa
De encontro ao teu
Será que é sonho meu?

Tava cansado de me preocupar
Quantas vezes eu dancei
E tantas vezes que eu só fiquei
Chorei, chorei...

Agora eu quero ir fundo
Lá na emoção
Mexer teu coração

Salta comigo alto
E todo mundo vê
Que eu quero só você

Eu quero só você [2x]

1. Releia com atenção a letra da canção “Só você” para entender bem o que ela diz. Em seguida, responda às questões.
a) De que assunto trata a canção?
Da satisfação de quem ama por ter encontrado a pessoa amada.

b) A qual público se dirige essa canção: crianças, jovens, adultos? Justifique sua resposta.
Ao público jovem e adulto apaixonado por alguém e/ou apreciador de músicas românticas.

c) Por quais situações passou a pessoa que ama antes do encontro? Cite versos.
“Demorei muito pra te encontrar”; “Tava cansado de me preocupar / Quantas vezes eu dancei / E tantas vezes que eu só fi quei / Chorei, chorei”.

d) Que verso, na canção, equivale a uma declaração de amor? Sublinhe-o na letra da canção.
 “Eu quero só você”.

e) Qual recurso a canção usa para tornar essa declaração bem evidente?
Repetição. A oração “Eu quero só você” aparece várias vezes na letra (e mais ainda durante a interpretação).

f) Ao ouvir e ler a canção, você notou que existem versos ou conjunto de versos que se repetem? Que resultado o compositor pretende alcançar com essa repetição?
A repetição procura salientar tanto o tema da canção quanto a melodia a ser gravada por quem a ouve. Trata-se de um recurso de memorização da canção.

2. Analisando palavras e expressões da letra da canção
a) O verso “Demorei muito pra te encontrar” pode ser facilmente compreendido. Ele indica para o ouvinte da canção que havia tempo o eu lírico procurava alguém. Como você interpreta o verso “Quantas vezes eu dancei”?
O verso informa que o eu lírico várias vezes não foi bem-sucedido; ou seja, se deu mal, não se saiu bem.

b) Nesse verso, que sentido tem o verbo “dançar”?
Tem o sentido de sair-se mal, de não alcançar o que se espera. Nesse caso, dançar é uma gíria.

c) Cite dois outros versos da canção em que haja palavras em sentido figurado. Em seguida, explique o que elas querem dizer.
“Meu pensamento voa”; “Agora eu quero ir fundo lá na emoção”; “Mexer teu coração”; “Salta comigo alto e todo mundo vê”.

3. Compreendendo a composição da letra da canção. Em dupla, preencham o quadro a seguir com as informações do texto que vocês acabaram de ler.
a)      Autor do texto e da melodia
Vinicius Cantuária

     b)     Papel social do produtor ao escrever o texto
Manifestar por meio da canção – uma expressão artística – sua visão de mundo por intermédio de um eu lírico que fala sobre amor, sentimentos, ideias e intuições em relação à pessoa amada.

     c)    Interlocutor (para quem o texto foi escrito)
Público jovem e adulto apaixonado por alguém e/ou apreciador de músicas românticas.

     d)   Intérprete da canção
Fábio Júnior.

     e)   Estilo musical
Música romântica

4. Releia os versos da canção “Só você”:
“Demorei muito pra te encontrar [...] Eu fico louco com você”.
“Te abraço e sinto coisas que eu não sei dizer / Só sinto com você”.
“Tava cansado de me preocupar / Quantas vezes eu dancei”.
“E tantas vezes que eu só fiquei / Chorei, chorei”.

    a) Quem fala na letra da canção: um homem ou uma mulher? Como você chegou a essa conclusão?
Um homem. O pronome pessoal “eu” (em primeira pessoa) refere-se a um homem apaixonado. Alguns adjetivos mostram que se trata de um eu lírico masculino (“fico louco”, “tava cansado”).

      b)   O que você acha que levou Vinicius Cantuária a compor essa canção nos anos 1980? Se possível, faça uma pesquisa para descobrir.
Resposta pessoal. Os alunos podem levantar a hipótese de que a música foi composta porque o compositor estava apaixonado. Nesse caso, é importante discutir com os alunos as diferenças existentes entre o compositor e o eu lírico da canção.

    c)    Em sua opinião, um compositor poderia compor uma canção fingindo ser uma mulher ou uma criança? Justifique sua resposta.
Espera-se que os alunos respondam positivamente. Nesse caso, é importante que eles levantem hipóteses sobre as diferenças entre o produtor do texto (compositor, cancionista) e o eu lírico da canção. Caso a resposta seja negativa, é essencial perceber quais os argumentos levantados pelo aluno.

05 – De que assunto trata a canção?
      Da satisfação de quem ama por ter encontrado a pessoa amada.

06 – O verso “Demorei muito pra te encontrar” pode ser facilmente compreendido. Ele indica para o ouvinte da canção que havia tempo o eu lírico procurava alguém. Como você interpreta o verso “Quantas vezes eu dancei”?
      O verso informa que o eu lírico várias vezes não foi bem-sucedido; ou seja, se deu mal, não se saiu bem.




MÚSICA(ATIVIDADES): GUARDE NOS OLHOS - IVAN LINS - COM GABARITO

  Música(Atividades):GUARDE NOS OLHOS

                                                                      IVAN LINS
Guarde nos olhos
A água mais pura da fonte
Beba esse horizonte
Toque nessas manhãs
Guarde nos olhos
A gota de orvalho chorando
Guarde o cheiro do cravo
Do jasmim, do hortelã
Guarde o riso
Como nunca se fez
Corra os campos
Pela última vez
Guarde nos olhos
A chuva que faz as enchentes
Vai um pouco com a gente
Rumo a capital
Vai dentro da gente
Vamos pra capital
Tá nos olhos da gente
Vamos pra capital.

              Ivan Lins. Nos dias de hoje. EMI, 1978. Oilua Produções Artísticas e
                          Edições Musicais Ltda./Copyrights Consultoria Ltda. Faixa 2.

1 – A voz que fala na canção aconselha ou sugere que se tenha uma espécie de último contato com alguns elementos – sobretudo naturais – que compõem uma paisagem.
    a)    Escreva no quadro os versos da canção que apresentam conselhos relativos a cada um dos sentidos indicados.
SENTIDOS                                           VERSOS
Visão                                          “guarde nos olhos”
Paladar                                      “beba horizonte”
Tato                                            “toque nessa manhãs”
Olfato                                          “guarde o cheiro de jasmim, do cravo, do
                                                      Hortelã.”

    b)   A quem estariam sendo dados esses conselhos?
De alguém que vai deixar seu lar (em uma cidade interiorana ou no campo) à cidade grande.
    c)  Transcreva um verso da canção que justifique a sua resposta anterior.
“vai um pouco com a gente / ruma a capital”.

2 – Os conselhos são expressos por verbos no imperativo: guarde, beba, toque, corra.
    a)     Indique os verbos empregados em sentido conotativo (figurado) e o verbo empregado em sentido denotativo (próprio).
Conotativo: guardar, beber, tocar.
Denotativo: correr.

  b)    Tendo em vista o contexto da letra da canção, apresente os possíveis sentidos da expressão “Guarde nos olhos”.
Guardar na memória ou gravar na memória a imagem, o gosto, o cheiro, etc. de coisas com os quais não se terá mais contato na cidade grande.

3 – Discuta com seus colegas as relações de sentido que podem ser estabelecidas entre versos “Guarde nos olhos”, “Vai um pouco com a gente” e “Vai dentro da gente”.
         Os elementos deixados para trás não são totalmente perdidos por aqueles que se destacam para a cidade, pois, uma vez guardados na memória, tais elementos fazem parte das pessoas que rumam para a capital.



MÚSICA(ATIVIDADES): CHICLETE COM BANANA - JACKSON DO PANDEIRO- COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): CHICLETE COM BANANA
                    Jackson do Pandeiro


Só ponho bebop no meu samba
Quando o Tio Sam pegar num tamborim
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba
Quando ele entender que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar Miami com Copacabana
Chiclete eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim

Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá
Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá
Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá

Quero ver a grande confusão
Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá
Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá
Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá
É o samba rock meu irmão
Mas em compensação
Quero ver o buggy-woogie de pandeiro e
Violão
Quero ver o Tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira
Quero ver o Tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira
Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá
Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá
Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá
Quero ver a grande confusão
É o samba rock meu irmão
Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá
Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá
Um batuqueiro raro/Bap um bap pá pá
É o samba rock meu irmão.

                              Gordurinha e Almira Castilho 1960. Editora e Importadora
                                                                              Musical Fermata do Brasil Ltda.

Bebop: estilo de jazz que se desenvolveu nas décadas de 1940 e 1950, nos Estados Unidos.
Buggy-woogie (boogie-woogie): estilo de blues que se popularizou nas décadas de a940 e 1950, nos Estados Unidos.
Chiclete: o chiclete-tal como o conhecemos hoje: goma de mascar com sabor doce – foi inventado pelo estadunidense Thomas Adams no século XIX. No fim desse século, o produto começou a se popularizar nos Estados Unidos. Em meados do século XX, o chiclete, agora feito com produtos sintéticos, foi difundido no Brasil.
Rumba: gênero musical de origem cubana.
Tio Sam: referência aos Estados Unidos.
Zabumba: tambor de sonoridade grave.

1 – Já no título fica evidente a mistura entre um elemento estrangeiro e outro nacional, representados pelo “chiclete” e pela “banana”
    a)    Complete o quadro com os elementos nacionais e estrangeiros presentes na letra da canção.
Palavras                        elementos estrangeiros          elementos nacionais
Algo comestível           chiclete                                       banana
Ritmos                           bebop, buggy-woogie              samba, batucada
Instrumentos               não há referência a                   tamborim, pandeiro,
                                       nenhum instrumento                zabumba, de frigideira
lugares                          Miami                                           Copacabana.

   b)   De acordo com a canção, qual seria o resultado da mistura entre os elementos nacionais e estrangeiras?
Uma grande confusão. O samba rock.

2 – Que verso da canção faz referência a uma confusão geralmente feita por estrangeiros em relação a ritmos latino-americanos e/ou caribenhos? Destaque-o.
       “quando ele entender que o samba não é rumba”

3 – Indique a alternativa que apresenta a posição do autor em relação à influência estrangeira.
    a)     A influência estrangeira deve ser aceita incondicionalmente, já que nossa música sempre se desenvolveu com base em elementos estrangeiros.
   b)   A influência estrangeira pode até ser aceita quando houver uma “relação de mão dupla”. Ou seja, os elementos estrangeiros poderão ser incorporados à nossa música, desde que os elementos nacionais, brasileiros, também sejam incorporados pelo estrangeiro, no caso, os Estados Unidos.
   c)    A influência estrangeira deve ser totalmente rejeitada, pois é prejudicial à nossa identidade cultural.


MÚSICA(ATIVIDADES): HOMENAGEM AO MALANDRO- CHICO BUARQUE- COM GABARITO

 Música(Atividades): HOMENAGEM AO MALANDRO

                                                                 CHICO BUARQUE

Eu fui fazer um samba em homenagem
À nata da malandragem
Que conheço de outros carnavais
Eu fui à lapa e perdi a viagem,
Que aquela tal malandragem
Não existe mais
Agora já não é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Malandro com o aparato de malandro oficial
Malandro candidato a malandro federal
Malandro com retrato na coluna social
Malandro om contrato, com gravata e capital
Que nunca se dá mal
Mas o malandro pra valer
- não espalha
Aposentou a navalha
Tem mulher e filho e tralha e tal
Dizem as más-línguas que ele até trabalha,
Mora lá longe e chacoalha
Num trem da Central.
                              HOLLANDA, Chico Buarque de. Homenagem ao malandro.
       By MAROLA Edições Musicais Ltda. 1977. Todos os direitos reservados.

1 – De acordo coma canção, a malandragem tradicional não existe mais.
        a)   O que aconteceu a esse malandro? Quem seria ele atualmente?
Não existe mais. É um trabalhador pobre, com família para sustentar, morador de bairros afastados, humildes.

     b)  Quem é esse “novo” malandro? Justifique sua resposta com trechos do texto.
O novo malandro é aquele que, mesmo aplicando grandes golpes ou participando de esquemas de corrupção, não é perseguido nem punido.

    c)    Que práticas são costumeiramente realizadas por esse “novos” malandros para eles serem considerados, pelo autor, como “malandros”?
O “novo” malandro é aquele que, mesmo aplicando grandes golpes ou participando de esquemas de corrupção (crime do colarinho branco), não é perseguido nem punido, mantendo-se aparentemente como um “digno cidadão”: tem capital, participa da política e ocupa uma posição social de resposta. Trecho:  “Malandro com o aparato de malandro oficial [...] Malandro com contrato, com gravata e capital”.

   d)   De acordo com a impressão passada pela canção, qual dos malandros parece oferecer mais “perigo” à sociedade: o tradicional ou o novo malandro?
O “novo” malandro.

   e)     Você concorda com a visão do autor? Por quê?
Resposta pessoal.

2 – explique a ironia presente no seguinte verso:
       Dizem as más-línguas que ele até trabalha.
       Trabalhar gera má fama ao malandro. Um malandro tradicional não trabalharia para sustentar a família. Isso seria comprometer para sua figura, diminuiria sua dignidade como malandro.

3 – Observe o título da canção e estabeleça relações com o texto.
       O título refere-se à primeira intenção do autor, que era fazer um samba em homenagem ao malandro, aquele que não existe mais. O título é irônico, à medida que o malandro aí “cantado” acaba sendo principalmente, o corrupto da atualidade.

4 – A expressão “conhecer de outros carnavais” é bastante popular e significa conhecer “há bastante tempo”.
        Você saberia mencionar outra expressão que indique tempo decorrido? Com seus colegas, tente se lembrar de uma ou mais.
        - Fazer (tantas) primaveras.      – passar (tantas) luas.


MÚSICA(ATIVIDADES): MÚSICA DE TRABALHO - LEGIÃO URBANA- COM GABARITO

 MÚSICA DE TRABALHO(Atividades)


                                                                         LEGIÃO URBANA
Sem trabalho eu não sou nada 
Não tenho dignidade
Não sinto o meu valor
Não tenho identidade
Mas o que eu tenho é só um emprego
E um salário miserável
Eu tenho o meu ofício
Que me cansa de verdade
Tem gente que não tem nada
E outros que têm mais de que precisam
Tem gente que não quer saber de trabalhar  
Mas quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar pra casa, pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
De todo o meu cansaço
Nossa vida não é boa
E nem podemos reclamar
Sei que existe injustiça
Eu sei o que acontece
Tenho medo da polícia
Eu sei o que acontece
Se você não segue as ordens
Se você não obedece
E não suporta o sofrimento
Está destinado à miséria
Mas isso eu não aceito
Eu sei o que acontece
E quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar pra casa, pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
Do pouco que não temos
Quem sabe esquecer um pouco
De tudo que não sabemos

                VILLA LOBOS, Dado; RUSSO, Renato; BONFÁ, Marcelo.
               Música de trabalho. Em: LEGIÃO URBANA. A tempestade
                   ou O livro dos dias São Paulo: EMI Music,1996 Faixa 3.

A música explica os valores do trabalho e sua importância, o quanto ele é cansativo, porém sempre leva a uma recompensa seja dinheiro, ou sua própria dignidade. Faz uma crítica a social a nossa realidade, a nossa atual sociedade, mostrando que o trabalho é essencial para o andamento e desenvolvimento do país.


1 – Você concorda com os compositores quando eles dizem na 1ª estrofe:
       Sem trabalho...  Identidade.
       Resposta pessoal do aluno.

2 – O que você considera ser “dignidade”?
      Resposta pessoal do aluno.

3 – Que identidade é esta que os compositores estão se referindo? Como o trabalho ajuda na construção de nossa identidade?
      Refere-se aos valor do trabalho na vida do ser humano. Ele ajuda a vivermos com dignidade honrando nossos compromissos financeiros e também nos sentirmos útil e produtivo.

4 – Na terceira estrofe os compositores falam sobre os diferenças entre as pessoas; umas não tem nada, outras tem mais do que precisam e também aquele que não quer saber de trabalhar. Dê sua opinião sobre essas afirmações.
      Para que haja uma sociedade menos desigual, a gente teria que reduzir distâncias entre classes socioeconômicas, embora também cresce o número dos que não trabalham nem procuram emprego e, como não procuram, não são considerados desempregados.

5 – Que crítica social a nossa realidade a música faz?

      Critica nossa atual sociedade, mostrando que o trabalho é essencial para o andamento e desenvolvimento do país.

     6 -   Sua relação com o trabalho se assemelha à descrita nessa letra de canção? Explique.
Resposta pessoal.

    7 -  Se pudesse escolher outro trabalho, diferente do que você faz, qual escolheria? Por quê?
Resposta pessoal.