quinta-feira, 7 de setembro de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): ILU-AYÊ (TERRA DA VIDA) - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): ILU-AYÊ (TERRA DA VIDA)

Ilu-Ayê, Ilu-Ayê, Odara
Negro cantava na nação nagô
Depois chorou lamento de senzala
Tão longe estava de sua Ilê-Ayê
Tempo passou ôô
E no terreirão da casa-grande
Negro diz tudo que pode dizer
É samba, é batuque, é reza
É dança, é ladainha
Negro joga capoeira
E faz louvação à rainha

Hoje
Negro é terra, negro é vida
Na mutação do tempo
Desfilando na avenida
Negro é sensacional
É toda a festa do povo
É o dono do carnaval.
                                        REIS, Norival; CABANA. Illu-Ayê. Intérprete: Mônica Salmaso In:
                                               Mônica Salmaso. Voadeira. São Paulo, Eldorado 1999, 1 CD.

   1)     Sobre o que trata a letra da canção?
Sobre a condição dos negros escravizados que foram trazidos da África para o Brasil.

   2)      No texto lido, há a marcação de quatro momentos temporais distintos, que dizem respeito ao processo por que passaram os negros trazidos da África para trabalhar como escravos no Brasil. Identifique as palavras ou frases que indicam a passagem do tempo.
As palavras ou frases que indicam a passagem do tempo são “depois”; “o tempo passou ôô” e “hoje”.

    3)      Descreva os quatro momentos temporais presentes no texto.
Os quatro tempos são: Um passado muito distante (remoto), em que os negros “Cantavam”; um passado distante, quando os negros, já no Brasil, lamentavam sua situação; um passado menos distante (ou mais próximo), em que os negros se organizam no “terreirão da casa-grande” para celebrar sua cultura; e o presente, em que o negro, já organizado, mostra todo seu valor ao desfilar no carnaval.

   4)      Identifique os verbos usados par expressar as ações ocorridas em cada um desses quatro tempos.
Passado muito distante: “cantava” (com sentido de ação recorrente, prolongada); passado distante: “chorou” e “estava”; passado menos distante: “diz” , “é”, “joga”, “faz”; presente: “é”; “desfilando”.



MÚSICA(ATIVIDADES): QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ - CHICO BUARQUE- COM GABARITO

MÚSICA: (Atividades)  QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ

                                                              CHICO BUARQUE
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Refrão
Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer
Quando o samba começava você era a mais brilhante
E se a gente se cansava você só seguia adiante
Hoje a gente anda distante do seu gingado
Você só dá chá dançante onde eu não sou convidado
O meu samba assim marcava na cadência os seus passos
O meu sonho se embalava no carinho dos seus braços
Hoje de teimoso eu passo bem em frente ao seu portão
Pra lembrar que sobra espaço no barraco e no cordão
Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia
Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você me assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade por favor não de na vista
Bate palma com vontade, faz de conta que é turista.

            BUARQUE, Chico. Quem te viu, quem te vê. Disponível em: http://vagalume.uol.com.br/
                                     

  1)     A canção apresenta uma série de palavras que fazem referência ao universo do carnaval. Comprove essa afirmativa com elementos do texto.
Cabrocha, ala, mestre-sala, samba, cordão, fantasia, pista, galeria.

   2)     De um modo geral, o eu lírico parece bastante ressentido com as mudanças pelas quais passou a mulher. Como você resumiria tais mudanças?
A mulher deixou de frequenta eventos menos populares, como chás dançantes. O eu lírico chega a afirmar que ele sambará o carnaval na pista, mas ela apenas assistirá á festa da galeria, como se fosse um turista.

   3)       No refrão da canção, o eu lírico usa dois pronomes oblíquos diferentes para se referir á mulher Quais são eles?
“Te” e “a”.

   4)      O provérbio popular que aparece no refrão, “quem te viu, quem te vê”, é bastante usado quando se quer marcar uma mudança súbita pela qual alguém passou. Você acredita que ele se aplica ao texto lido?
Sim, já que a mulher está bastante mudada e, segundo se pode inferir, agora pertence a uma classe social mais alta, não quer mais frequentar o samba.

  5)     Segundo a gramática normativa, é preciso haver uniformidade no uso dos pronomes, ou seja, deve-se escolher entre usar pronomes da 2ª pessoa ou usar pronomes da 3ª pessoa. A partir do que você respondeu no item c é possível afirmar que isso ocorre na canção?
Não. Isso não ocorre, já que o eu lírico mistura a segunda pessoa (Te) com a terceira pessoa (a).

  6)     Levando em consideração que o provérbio tem papel fundamental na canção, justifique a escolha dos pronomes oblíquos usados no refrão.
O pronome oblíquo “Te” aparece, pois faz parte do provérbio, enquanto que o pronome oblíquo “a” é o mais coloquial e mais sonoro para comprar o restante da canção. Daí a opção pela não uniformidade no uso dos pronomes oblíquos.




MÚSICA(ATIVIDADES): INÚTIL - ULTRAJE A RIGOR - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): INÚTIL

                                                ULTRAJE A RIGOR

A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dentes
Tem gringo pensando que nóis é indigente

Inútil
A gente somos inútil
A gente faz carro e não sabe guiar
A gente faz trilho e não tem trem pra botar
A gente faz filho e não consegue criar
A gente pede grana e não consegue pagar

Inútil
A gente somos inútil

A gente faz música e não consegue gravar
A gente escreve livro e não consegue publicar
A gente escreve peça e não consegue encenar
A gente joga bola e não consegue ganhar

Inútil
A gente somos inútil [...]

                          MOREIRA, Roger. Inútil. Intérprete: Ultraje a Rigor. Nós vamos invadir sua praia.
                                                                                                                                                    
     1)    Que ideia essa letra transmite a você?
Resposta pessoal. Professor, espera-se que o aluno compreenda o sentido crítico e irônico do texto ao se referir aos problemas que geram dia após dia frustações, sensação de impotência e de inutilidade, embora se esteja sempre em movimento, fazendo alguma coisa.

    2)     A quem se refere a canção?
Aos brasileiros comuns.

  3)      Identifique, na letra da canção, uma oração que foge ao registro convencional da língua e comente sobre sua construção.
A oração é: “A gente somos inútil”. Professor, a concordância “a gente somos”, embora possa ser considerada gramaticalmente correta, é condenada por alguns especialistas. O predicativo “inútil” concorda com o sujeito mas não com o verbo, o que enfatiza que se trata de uma construção que foge às convenções da língua.

  4)     Em sua opinião, qual pode ter sido o propósito do compositor ao utilizar esse tipo de concordância verbal na letra?
Chamar a atenção do interlocutor para a realidade daqueles que costumam usar esse tipo de concordância, ou seja, pessoas que tem menos acesso à educação ou às normas prestigiadas da língua. Pode também representar deboche em relação a quem usa as normas de prestigio, geralmente os que têm mais reconhecimento social.


5) A letra da música está correta, gramaticalmente falando? Explique.
       NÃO. Ela está escrita na linguagem do dia-a-dia, sem nenhuma formalidade, visando a linguagem como comunicação e se o emissor passa a mensagem e o receptor a compreende, significa que houve comunicação.

6) Quais seriam as razões para a letra possuir tais “alterações”?
        Na época que foi feita a música estava acontecendo a Ditadura Militar, que você não tinha liberdade de expressão, censura. Os erros de português foram propositais de concordância, queria que a ditadura entendesse que “nós” somos tão “burros” que não sabemos nem escovar os dentes, por exemplo. Precisamos de alguém cuidando da gente. Mas não era isso, eles queriam mostrar que eles não deixam a gente escolher presidente.

7) Quais problemas enfrentados no Brasil são denunciados na letra? Explique.
      Não sabemos votar /
      Não fazemos planejamento familiar / financeiro
      Não conhecemos nossos direitos.
      O povo brasileiro mostra-se omisso e desinteressado pelo que acontece no país, não se vê o povo lutando contra reformas que apenas privilegiam poderosos, tanto políticos quanto empresários.

8) Escreva alguns desvios da norma culta, cometidos pelos falantes da língua portuguesa, no dia-a-dia.
      Nóis. A gente não sabemos, A gente somos, prá.

9) Reflita sobre os versos: “A gente não sabemos / Escolher presidente / A gente não sabemos / Tomar conta da gente”. Qual a relação desses versos com a Ditadura Militar? Para ajudar a responder, leia este texto sobre as “Diretas Já”.
       A Ditadura Militar no Brasil durou 21 anos (1964-1985) onde uma junta militar escolhia o novo presidente. Somente no ano 1989, ou seja, 29 anos depois da escolha do último presidente (3//10/60), é que podemos eleger novamente um presidente, graças ao movimento (Diretas Já) de cunho popular que teve como objetivo a retomada das eleições diretas ao cargo de presidente da República começou em maio / 1983 e foi até 1984, tendo mobilizado milhões de pessoas em comícios e passeatas.





MÚSICA(Atividades): TE VER - SKANK - COM GABARITO

 MÚSICA(Atividades) TE VER

                                              SKANK
Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável, é dor incrível

É como mergulhar num rio e não se molhar
É como não morrer de frio no gelo polar
É ter o estômago vazio e não almoçar
É ver o céu se abrir no estio e não animar
[...]
 ROSA, Samuel; ZANETTI, Lelo; AMARAL, Chico. Skank:
                                        Calango. Chaos/Sony Music, 1994. LP.
                  
1 -   Você conhece essa canção?
     Resposta pessoal.

2 -   O que lhe sugere esse trecho da letra?
     A impossibilidade de desprezar, ignorar a presença do ser amado.

3 -   Como o eu poético ajuda a construir em nossa mente a imagem de “impossível”, de “improvável”?
     Usando a figura de linguagem chamada comparação. Compara os sentimentos a situações improváveis.

4 -   Há canções que nos transportam para outros lugares, outros momentos Por que isso acontece? Que poder a música tem sobre nossa imaginação e nossos sentimentos? Já pensou sobre isso? Saberia falar o nome de uma canção que marcou um instante especial de sua vida?
     Resposta pessoal.

5 -   As letras de algumas canções parecem ter sido escritas por nós, ou seja, parece que elas traduzem exatamente o que pensamos ou sentimos. Isso ocorre com você? Poderia citar um trecho de uma delas?
     Resposta pessoal.

6 -   Muitos jovens têm a música como sua grande paixão. Alguns preferem os videogames e outros, a TV ou a Internet. O que mais atrai você? O que seria insuportável para você deixar de ter, deixar de ver?
     Resposta pessoal.

7 -  Para algumas pessoas, deixar de assistir à TV é impossível Você também pensa assim? Seria capaz de ficar uma semana sem TV?
     Resposta pessoal.


MÚSICA(ATIVIDADES): PALAVRAS - TITÃS / COM GABARITO

 MÚSICA(Atividades): PALAVRAS

                                                                       TITÃS
                
Palavras não são más
Palavras não são quentes
Palavras são iguais
Sendo diferentes
Palavras não são frias
Palavras não são boas
Os números pros dias
E os nomes pras pessoas
Palavras eu preciso
Preciso com urgência
Palavras que se unem
Em casos de emergência
Dizer o que se sente
Cumprir uma sentença
Palavras que se diz
Se diz e não se pensa
Palavras não têm cor
Palavras não têm culpa
Palavras de amor
Pra pedir desculpas
[...]
                                                                      FROMER, Marcelo: BRITTO, Sérgio. Titãs.
                                                                        O blésq blom, WEA, 1989. 1 CD Faixa 5.

a 1)      Em quais versos o eu lírico transmite a ideia de que palavras soltas, isoladas de um contexto, não têm um valor em si? Converse com seus colegas e escolha três deles.
                    É observada nos oito primeiros versos e também no décimo sétimo e no                     décimo oitavo versos.

b 2)     Segundo a letra da canção, quando é que as palavras passam a ter importância?
      Quando há necessidade de comunicação, isto é, para dizer o que se sente,  para pedir ajuda, para pedir desculpas.
       


MÚSICA(ATIVIDADES): GERAÇÃO COCA-COLA - LEGIÃO URBANA - COM GABARITO

   Música(Atividades): Geração Coca-Cola

                                        LEGIÃO URBANA

Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês
Nos empurraram com os enlatados
Dos USA, da 9 às 6
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima
              [ de vocês
Somos os filhos da revolução
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis

                         Renato Russo. Geração Coca-Cola. In: Legião Urbana. Em: Legião Urbana. EMI Music, 1985. Faixa 6.

1 -  Qual é, segundo o eu lírico, a imagem que a sociedade tem da sua geração? Justifique com exemplos extraídos da canção.
Segundo o eu lírico, a sociedade considera o jovem de sua geração fácil de ser manipulado, passivo, submetido à cultura importada dos Estados Unidos, aceitando-a sem criticá-la.

2 -   Por que o eu lírico se refere a esse grupo como “Geração Coca-Cola”?
Porque a Coca-Cola é uma das marcas mais conhecidas da indústria estadunidense, além de uma das mais exportadas para todo o mundo.

3 -   O eu lírico concorda com essa forma de ver sua geração? Explique.
Não. A canção se contrapõe a essa imagem da “Geração Cola-Coca”.

4 -   O eu lírico se dirige a um interlocutor por meio do pronome vocês.
a  a)      Esse pronome se refere a uma pessoa específica?
Não, o eu lírico não explicita quem são vocês na canção.

b  b)  Qual é o efeito de sentido decorrente dessa estratégia?
A crítica social de “Geração Coca-Cola” assume um tom genérico, talvez dirigida a todas as pessoas, da geração anterior à do eu lírico, com poder na sociedade.

5 -    Leia as informações a seguir.
                     Em 31 de março de 1964 os militares, por meio de um golpe de Estado, derrubaram o então presidente João Goulart e instituíram um regime ditatorial no País. Esse regime durou até 1985, quando, com a eleição indireta de Tancredo Neves, o país voltou a ter um presidente civil. O período da ditadura militar é marcada pela censura aos meios de comunicação e pela forte repressão às manifestações de oposição ao governo, inclusive com o uso de tortura.
         Identifique, na canção, dois trechos que podem ser interpretados como referências ao período da ditadura militar. Explique sua escolha.
O verso “Depois de vinte anos na escola” pode ser interpretado como uma referência ao período de duração da ditadura militar (1964-1984); o verso “Todas as manhas do seu jogo sujo” pode ser entendido como uma menção à forma condenável de o governo agir; e o trecho “E aí então, vocês vão ver/ Suas crianças derrubando reis” pode dar a entender que, assim como os militares derrubaram o governo.

6 -    “Geração Coca-Cola” pode ser considerada uma canção de protesto? Explique.

Sim, pois ela contesta a opinião que a maior parte da sociedade tem de uma geração, além de pôr em xeque os valores daqueles que estão no poder: “Todas as manhas do seu jogo sujo”.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

CRÔNICA: CONVERSA DE ESCRITÓRIO - MARQUES REBELO - COM GABARITO

CRÔNICA:CONVERSA DE ESCRITÓRIO
                     Marques Rebelo

        Quando Gumercindo chegava ao escritório, às oito e meia, já tinha lido de trás para diante e de diante para trás o Jornal dos Esportes e, pelo dia adentro, não tinha outro assunto senão o conteúdo da rósea folha.
        Saía do estoque, onde folgadamente funcionava, e ia ao arquivo, que era no segundo andar, mexer nos armários à cata dum papel qualquer Puro pretexto. Queria era dar uma prosinha com o Ademar, que torcia para o Fluminense. Gumercindo é do Flamengo, até rachado.
        --- Qual, velhinho, o teu tricolor anda mauzinho mesmo! Não dá no couro.
        Ademar, lourinho, cara de pombo, encontrava desculpa:
        --- É por causa da becança. Aquilo não é parelha de beques. É uma parelha de burros!
        --- E a linha, que é que ela vale?
        --- Não! – protestava. – A linha é boa.
        --- Que boa! Uns pernas-de-pau!
        --- Pernas-de-pau, uma história! Não há melhor.
        --- Uns feridas.
        José não gostava de conversa fiada na seção:
        --- Chega de futebol, gente. Pegue logo o que você quer, Gumercindo, e cai fora.
        Gumercindo é malcriado:
        --- Cai fora, uma brisa! Converso quanto quiser. A boca é minha. Que é que você manda aqui?
        Laíde, muito magrinha, atiçava:
        --- Eu, se fosse você, fazia queixa a Seu Schneider de que o José não te deixa conversar direito...
        A seção ri. Seu Schneider é o diretor-geral, muito severo, muito exigente e inseparável do charuto. Gumercindo tem vontade de dar nela – que peste! E, embalado, continua com mais outras impertinências, cheio de insolência:
        --- Aqui não há um melhor que o outro, sabe? Todos são iguais. Quem manda é o chefe Você é chefe, por acaso?
        José não era de discussões. Sorrindo, bate nas teclas da máquina, deixa-o falar grimpante. Se lhe desse um murro nas ventas, onde aquele magricela iria parar? Era forte, risonho, excessivamente calmo. Tinha horror a brigas e desavenças. Resolvia tudo por bem, com palavras e atos ponderados.
                                            Marques Rebelo. Seleta, págs. 148-149.
                                                        Editora José Olympio, Rio, 1974.

1 – Identifique as personagens da história através de suas características:
·        Forte, amável, calmo, ponderado: JOSÉ.
·        Severo, exigente: SCHNEIDER.
·        Louro, cara de pombo: ADEMAR.
·        Magricela, falador, malcriado: GUMERCINDO.
·        Magrinha, irônica: LAÍDE.

2 – “Já tinha lido de trás para diante e de diante para trás o Jornal dos Esportes”. Que quis dizer o autor com isso?
      Quis dizer que Gumercindo tinha lido o Jornal diversas vezes e sem pular nada, tudo minuciosamente.

3 – Na linha 4, “o conteúdo da rósea folha” significa:
      (   ) O perfume e a beleza da rosa.
      (X) O noticiário esportivo do Jornal dos Espores.

4 – Por que o autor chama esse jornal de “rósea folha”?
      Porque é impresso em papel cor-de-rosa.

5 – Assinale as afirmações verdadeiras, com relação a Gumercindo:
      (   ) Trabalhava sem parar: seu serviço, no escritório, era apertado.
      (X) Ia ao arquivo só para conversar com o Ademar.
      (   ) Suas conversas giravam em torno de muitos assuntos.
      (   ) Lia o jornal na seção onde trabalhava.
      (X) Era rubro-negro “doente”.
      (   ) Era um bom funcionário.

6 -  “Qual, velhinho, o teu tricolor anda mauzinho mesmo!”
      Qual o personagem que disse essa frase?
      Foi Gumercindo.

7 – Que reação provocaram em Gumercindo as palavras de Laíde?
      Gumercindo ficou com tanta raiva da moça que teve vontade de a espancar.

8 – Como você entendeu a frase “A seção ri”?
      A frase irônica de Laíde faz rir os funcionários da seção.

9 – José não respondeu às insolências de Gumercindo porque:
      (   ) Tinha medo dele.
      (X) Detestava discussões.
      (   ) Não queria aborrecer o seu diretor.

10 – A exclamação “que peste!”, representa o pensamento de:
      (X) Gumercindo.
      (   ) Marques Rebelo (o narrador)

11 – Que tipo de linguagem usam as personagens?
      (   ) Culta, literária.
      (X) Familiar, coloquial.

POEMA: RETRETA DO VINTE - JORGE DE LIMA -COM GABARITO


POEMA– RETRETA DO VINTE
                 Jorge de Lima


O cabo mulato balança a batuta,
Meneia a cabeça, acorda com a vista
Os bombos, as caixas, os baixos e as trompas.

(No centro da praça o busto de D. Pedro escuta.)
Batuta pra esquerda: relincham clarins,


Requintas, tintins e as vozes meninas da banda do 20.
Batuta à direita: de novo os trombones
E as trompas soluçam. E os bombos e as caixas: ban-ban!
Vêm logo operários, meninas, cafuzas,
Mulatos, portugas, vem tudo pra ali.
Vem tudo, parecem formigas de asas
Rodando, rodando em torno da luz.

Nos bancos da praça conversas acesas,
Apertos, beijocas, talvezes.

(D. Pedro II espia do alto.
As barbas tão alvas,
Tão alvas nem sei!)

E os pares passeiam,
Parece que dançam,
Que dançam ciranda
Em torno do Rei.
                             Jorge de Lima. Poemas Negros. In: Obra Poética.
                                       Pg. 226, Editora Getúlio Costa, Rio, 1949.

1 – O cabo mulato, maestro da banda, comunica-se com os músicos por meio de:
      (   ) Palavras.        (X) Gestos e sinais.    (   ) Sinais sonoros.

2 – Que gestos e sinais faz ele?
      Agita a batuta, balança a cabeça, dirige o olhar aos músicos.

3 – Quando o maestro agitava a batuta para a esquerda era para fazer sinal aos músicos que tocavam instrumentos de som:
      (   ) Grave (grosso)             (X) Agudo (fino).

4 – Quando movia a batuta para a direita, ele se dirigia aos músicos que tocavam instrumentos de som:
      (X) Grave.                (   ) Agudo.

5 – Os que vêm assistir à retreta são, em geral, pessoas:
      (   ) Idosas.         (X) Do povo.          (   ) Da alta sociedade.

6 – No poema encontramos os seguintes elementos ou conceitos: a praça, os namorados, a banda, o busto de D. Pedro II. Escreva-os por ordem de importância dentro do poema:
      1 – A banda.
      2 – Os namorados.
      3 – O busto de D. Pedro II.
      4 – A praça.

7 – Dentre os quinze primeiros versos, quais os que sugerem a movimentação ou circulação das pessoas pela praça?
      Vem tudo, parecem formigas de asas.
      Rodando, rodando em torno da luz.

8 – Além desses, sugerem ainda essa movimentação os versos que compõem:
      (   ) A 2ª estrofe.        (   ) A 4ª estrofe.       (X) A 6ª estrofe.