segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

CONTO: O ÁRABE E O VIZINHO - ANTÓNIO BOTTO - COM GABARITO

 Conto: O árabe e o vizinho

 

– Esta parede faz sombra – disse um árabe ao seu vizinho.

– Ainda bem.

– Não; entenda-me primeiro. Eu estou a queixar-me de que você me rouba o sol com essa parede que levantou, aqui, ao pé da minha casa.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkqG14pwzH9zNz5A4uejbxv0PbsuHAjrD0XCRAxShsCR4XHiwURrKCBr03gLUEM-4KoYH9eY53SM2SpLVELIHbQmtAWmz8CpckPQO1PdLUt6IPQXMmkvV1wcUjYaQ9yBjqQehhuWbhIFFouAj6GOniUaxIBRiuj3lnHlxS7ywmX75sajK2gyvoritbZ-Y/s320/VIZINHO.jpg


– Mas neste infinito deserto, meu amigo, luz é o que sobra e sombra é o que falta. Repara nos teus animais encostados à parede que eu mandei construir, se não estão satisfeitos?

Mas o árabe tanto se lamentava e enfurecia que o vizinho resolveu comprar-lhe o terreno, para não ter que mandar deitar abaixo a sua pequena moradia.

O árabe mostrou-se de acordo e foi com os seus animais para um outro ponto distante; porém, dia a dia, morriam dois ou três, com o calor. Uma tarde, resolveu vender alguns.

– Por que razão queres tu vender estes animais? – perguntou o comprador.

– Porque preciso do dinheiro.

– E para que é o dinheiro?

– Para levantar uma parede que me dê sombra – respondeu o árabe a olhar, tristemente, para quatro camelos caídos, quase mortos...

António Botto

Entendendo o texto

 01- Marque (V) para o que sentiu ou entendeu do texto-discurso acima e (F) para o que não sentiu, nem entendeu:

a-( V) Há um discurso de que a pessoa precisa ser sábia para perceber o que realmente precisa ser mudado, na vida;

b-( V) Há  um discurso de que a pessoa sempre terá as consequências de suas escolhas;

c-( F ) Há um discurso de que jamais se deve abrir mão da própria maneira de pensar;

d-( V ) Há um discurso de que nem tudo o que determinada pessoa quer é o que, de fato, a deixará satisfeita;

e-( V ) Há um discurso de que a conversa sincera pode não ajudar a resolver problemas, se aquele com quem se dialoga não deseja mudar sua maneira de pensar;

f-( F  ) Há um discurso de desvalorização do árabe;

g-( V ) Há um discurso de que o mundo divide-se entre práticas de sabedoria e práticas de ignorância;

h-( F ) Há um discurso naturalizando a ideia de que vizinhos sempre podem entrar em conflitos.

02- No enunciado ”Mas, neste infinito deserto, meu amigo...”, o termo sublinhado sugere:

a-   uma maneira amigável de tentar convencer o árabe;

b-   um jeito discreto de afastar o árabe;

c-   uma expressão carinhosa para dispensar o árabe, logo;

d-   um cumprimento cordial ao árabe.

03- No enunciado ”Essa parede que levantou, aqui, ao pé da minha casa...”, o termo sublinhado indica:

a- tempo;    

b- afirmação;    

c- lugar;    

d- certeza.

04- No enunciado ”Uma tarde, resolveu vender alguns...”, o termo sublinhado indica:

a- dúvida;    

b- afirmação;    

c- negação;    

d- tempo.

05- No enunciado ”Respondeu o árabe a olhar, tristemente...”, o advérbio indica:

a- modo;    

b- certeza;    

c- negação;     

d-lugar.

06-No enunciado ”Se não estão satisfeitos...”, o futuro do verbo destacado seria:

a- estavam;    

b- estar;    

c- estarão;    

d- está.

07-No enunciado ”E para que é o dinheiro?...”, a forma dicionarizada do verbo destacado é:

a- ir;    

b- vir;    

c- ser;    

d- nenhuma das alternativas.

08-No enunciado Lamentava e enfurecia...”, os verbos destacados podem ser substituídos por:

a- agradecia e penalizava-se;

b- lastimava e irritava-se;

c- pedia e agradecia;

d- louvava e enaltecia.

09-No enunciado Deitar abaixo a pequena moradia...”, a locução verbal destacada significa:

a- comprar;

b- construir;

c- derrubar;

d- erguer.

10-No enunciado ”Mas, neste infinito deserto...”, o adjetivo destacado:

a- qualifica negativamente o substantivo deserto;    

b- qualifica positiva e negativamente o substantivo deserto;  

c- qualifica positivamente o substantivo deserto;        

d- não qualifica de forma alguma o substantivo deserto.

11- REDAÇÃO. Imagine que o árabe e o vizinho encontraram-se, depois de um certo tempo. Imagine a conversa deles e reproduza o diálogo.

 Possível diálogo entre o árabe e o vizinho após algum tempo:

  • Cenário: Ambos se encontram em um oásis, onde o árabe agora possui uma pequena casa e uma parede que lhe proporciona sombra.

Árabe: "Vizinho, preciso confessar que estava errado. A sua ideia de construir a parede foi muito mais sábia do que a minha. Graças à sombra da sua antiga parede, pude salvar meus animais e construir uma nova casa. Agradeço por ter me ensinado uma lição tão valiosa."

Vizinho: "Amigo, aprendemos todos os dias. O importante é saber reconhecer nossos erros e aprender com eles. A vida no deserto nos ensina a valorizar cada gota de água e cada raio de sombra. Fico feliz em ver que você encontrou sua paz."

Árabe: "E eu fico feliz por ter um vizinho tão sábio e compreensivo. A partir de agora, construiremos juntos uma vida melhor neste deserto."

Observações sobre o diálogo:

  • Arrependimento e gratidão: O árabe demonstra arrependimento por sua atitude inicial e gratidão pela lição aprendida.
  • Sabedoria e compreensão: O vizinho se mostra compreensivo e sábio, enfatizando a importância do aprendizado mútuo.
  • Resolução pacífica: O diálogo demonstra que o conflito foi resolvido de forma pacífica e que ambos aprenderam com a experiência.
  • Valorização da vida no deserto: A conversa ressalta a importância de se adaptar ao ambiente e valorizar os recursos disponíveis.

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário