domingo, 10 de junho de 2018

TEXTO: CARTA PARA A VOVÓ - RONALD CLAVER - COM GABARITO

Texto: Carta para a vovó

        Querida vovó Elza:

     Estou carregadinha de novidades. Nem sei como começar. Ah, já sei. A Pedrita ganhou mais filhotes: quatro machos e duas fêmeas. Todos se parecem com ela. Pelo pretinho e patinhas brancas, uma graça. A nossa Pedrita está toda orgulhosa e ciumenta. Se alguém se aproxima dos filhotes, ela vira uma fera. Até papai, que conversa com Pedrita igual gente, fica com medo do rosnado dela. Quem sofreu mesmo com essa história toda foi um passarinho desavisado que foi saltitando beber água na vasilha de Pedrita. Se ele não bate asa e voa, adeus passarinho.
        Mas a novidade maior que eu quero contar vem lá da escola. Eu nunca imaginei que palavra falasse. A senhora já? Pois é. A professora começou a aula dizendo que “as palavras são desenhos que falam, querem ver?”. “Essa não, professora”, falou o Geraldinho.
        “E quem falou que a palavra é um desenho?”, falou com firmeza a Terezinha. “Ah! Vocês estão duvidando de mim, não estão? Pois provo para vocês que a palavra é um desenho que voa, que canta, anda... Querem ver?”
        Aí, vovó, a professora foi ao quadro e escreveu a palavra asa como todo mundo escreve. Depois caprichou na letra e a palavra adquiriu asas e voou assim: ASAS.
        Depois nos contou que um poeta gaúcho, o Mário Quintana, disse que a palavra monstro é monstruosa porque é uma palavra fechada e quando a gente a pronuncia ela sai pelo nariz, aí a palavra fica pesada e mete medo. Se monstro fosse cheia de as como janela, ninguém ia ter medo e os fazedores de desenhos animados iam ficar pobres.
        Depois foi a vez da palavra escorregador. Lembrei-me do brinquedo e descobri que essa palavra é mesmo escorregadia. Vejamos: ESCORREGADOR.
        E que a palavra avião voa em todas as direções, assim: AVIÃO
        (...)
        Agora não posso ver uma palavra que logo quero descobrir o seu mistério.
        Oh, vó, só tem mais uma novidade: não é nem novidade, é uma coisa que aconteceu com a minha outra vó, a vó Olga. Ela ficou doente e foi parar no hospital. A gente nunca imagina que a vó da gente fica doente e um dia desses peguei falando sozinho: mãe e flor não deveriam ficar doentes nunca de nunca.
        Fico por aqui, depois lhe mando as palavras que eu inventei.
        Um beijo da neta que a adora.

            Ronald Claver. Dona Palavra, págs. 14 a 17/20.
São Paulo, FTD, 2002.             
Entendendo o texto:

01 – O texto lido é:
a. uma carta pessoal.
b. uma carta comercial.
c. um bilhete.
d. um cartão postal.

02 – O texto foi produzido com o objetivo de:
a. conscientizar os estudantes.
b. contar as novidades para alguém.
c. conhecer novas palavras.
d. mostrar palavras desenhadas.

03 – (...) “as palavras são desenhos que falam, querem ver?” O trecho acima é a fala:
a. da Mariana.
b. do Geraldinho.
c. da vovó.
d. da professora.

04 – Quem escreve o texto para a vovó é:
a. Ronald Claver.
b. Mariana.
c. a professora.
d. os estudantes.

05 – “Agora não posso ver uma palavra que logo quero descobrir o seu mistério.” As palavras sublinhadas podem ser substituídas, sem alterar o sentido da frase, por:
a. o seu segredo.
b. a sua escrita.
c. o seu desenho.
d. a sua pronuncia.

06 – “(...) ela pediu no Para Casa que desenhássemos outras palavras.” A expressão sublinhada refere-se:
a. a avaliação realizada em sala.
b. as palavras desenhadas pela professora.
c. a tarefa de casa.
d. a palavra serpente que o irmão fez.

07 – “(...) mãe e flor não deveriam ficar doente nunca de nunca.” A repetição da palavra nunca:
a. reforça a ideia que o pai de Mariana quer transmitir.
b. deixa a frase mais elegante.
c. rima com a frase anterior.
d. reforça a ideia que Mariana quer transmitir.

08 – As imagens complementam o texto, ou seja, fazem com que fique mais clara a mensagem que a Mariana quer passar. Podemos comprovar isto quando ela mostra as palavras que foram desenhadas pela professora no quadro durante a aula. As vogais da palavra asa foram desenhadas a partir de que elemento? E o S, foi formado com o quê?
      Da própria asa da ave, e o s com o corpo da ave.

09 – Quem é Pedrita? Como você conseguiu descobrir?
      Uma gata, descobre-se pelo desenho que Mariana faz ao lado do parágrafo que fala sobre Pedrita.

10 – “Se ele não bate asa e voa, adeus passarinho.” Este trecho indica que
a. o passarinho sabe voar.
b. o passarinho não gostou da água.
c. Pedrita teria atacado o passarinho se ele não saísse de perto dos filhotes.
d. se o passarinho não voasse, Pedrita teria o deixado ele ficar próximo dos filhotes.

11 – “Se ele não bate asa e voa, adeus passarinho.” As palavras destacadas sugerem:
a. que o passarinho teria morrido.
b. que Pedrita se despediu do passarinho.
c. que o passarinho se despediu dos filhotes.
d. que o passarinho teria se machucado.

12 – “Ah! Vocês estão duvidando de mim, não estão? Pois provo para vocês que a palavra é um desenho que voa, que canta, anda. Querem ver?” Este trecho é a fala da professora. Identificamos isto:
a. pelo travessão.
b. pelo sinal de aspas.
c. pelo ponto de interrogação.
d. pelo ponto de exclamação.

13 – “Ah! Vocês estão duvidando de mim, não estão? Pois provo para vocês que a palavra é um desenho que voa, que canta, anda. Querem ver?” Porque foi usado aspas no trecho acima?
a. para indicar a fala de algum personagem.
b. para indicar fala do narrador.
c. para enfatizar o que a professora quer mostrar.
d. para esclarecer uma dúvida

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