sexta-feira, 15 de junho de 2018

POEMA: AS SEM-RAZÕES DO AMOR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

Poema - As sem-razões do amor
            Carlos Drummond de Andrade
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.


Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.


Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.


Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
                                                    

Entendendo o poema:


01 – Pode-se afirmar que existe um trocadilho no título do poema. Explique as possíveis intenções do mesmo.
      O trocadilho está relacionado à palavra “sem” que poderia ser interpretada como prefixo, no sentido de “não ter”, ou ainda apesar da diferença na grafia, como numeral “cem”.

02 – O poema é uma reflexão do comportamento humano. Escreva um parágrafo explicando como o amor é abordado pelo autor.
      O poeta procura passar a ideia de que o amor foge a convenções, não há razões ou lógica no ato de amar. É um sentimento sublime, que não necessita de explicações, ele é um sentimento superior.

03 – Há algum tipo de metáfora no poema? Exemplifique.
      Sim. “Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse”.

04 – No poema, prevalece a ideia de que, em uma relação amorosa:
a)   O indivíduo deve procurar amar e ser amado na mesma proporção.
b)   Aquele que ama não precisa ser correspondido para continuar amando.
c)   As pessoas devem compartilhar o sentimento, dando e recebendo amor.
d)   O sujeito precisa ter ciência dos motivos que o levam a amar o outro.
e)   Cada um deve amar a si mesmo acima de tudo para depois poder amar o outro.

05 – Segundo o poeta, o amor:
a)   Tem sua atuação dicionarizada.
b)   É mais forte que a morte.
c)   Explora todo amante.
d)   Produz ações inexplicáveis.
e)   É baseado em regras e compromissos.

06 – Assinale a alternativa correta em relação ao texto “As sem-razões do amor”.
a)     O gênero textual acima é um poema, pois está estruturado da seguinte forma: estrofes (que é cada linha do poema) e versos (que é o conjunto de estrofes).
b)     O gênero textual acima é um poema, pois está estruturado da seguinte forma: versos (que é cada linha do poema) e estrofes (que é o conjunto de versos).

07 – Podemos dizer que a função da linguagem que predomina no texto acima é:
a)   (  ) a função referencial, cujo objetivo real é informar algo.
b)   (X) a função emotiva, cujo objetivo principal é transmitir emoções e sentimentos.
c)   (  ) a função referencial , cujo objetivo principal é transmitir emoções e sentimentos.
d)   (  ) a função emotiva, cujo objetivo real é informar sobre algo.

08 – (Cesgranrio 1998) Agora, escolha a alternativa em que o à ou às está mal empregado: 
a)   Referi-me às sem-razões do amor.
b)   Amores à vista. 
c)   Submeteram o amor à provações difíceis.
d)   Estava meu coração à mercê das paixões. 
e)   Desobedeci às limitações sentimentais.

09 – No título do poema, está presente um jogo de ideias contrárias que problematiza o amor - sentimento de muitas razões e de razão alguma. Os versos que melhor expressam a problematização do sentimento amoroso estão transcritos em:
a)   "Não precisas ser amante, / e nem sempre sabes sê-lo" (versos 2 e 3).
b)   "Amor é estado de graça / e com amor não se paga" (versos 5 e 6).
c)   "é semeado no vento, / na cachoeira, no eclipse" (versos 8 e 9).
d)   "Amor é primo da morte, / e da morte vencedor" (versos 18 e 19).

10 – Na terceira estrofe do poema, verifica-se um movimento de progressão textual que reitera as razões para o amor. Essa progressão está caracterizada pela repetição do seguinte procedimento linguístico:
a)   Construção frasal em ordem indireta.
b)   Estrutura sintática em paralelismo.
c)   Pontuação com efeito retórico.
d)   Rima como recurso fonológico.

11 – “Amor é primo da morte, e da morte vencedor, por mais que o matem (e matam) a cada instante de amor." Os dois últimos versos transcritos estabelecem com os dois anteriores uma relação de:
a)   Conformidade.
b)   Causalidade.
c)   Concessão.
d)   Conclusão. 

12 – Observe estes versos do poema de Carlos Drummond de Andrade:
        “Amor é estado de graça.
         E com amor não se paga.”
        “Porque amor é amor a nada,
         Feliz e forte em si mesmo.”

a)   Em que esses fragmentos se assemelham, considerando-se a concepção de amor que expressam?
Ambas expressam a concepção de que o amor não é uma troca, não espera correspondência.

b)   Em que consiste a originalidade do enfoque dado por Drummond no tratamento do tema?
Geralmente o eu lírico dos poemas de amor deseja ser correspondido ou canta a realização amorosa.

13 – Em relação à última estrofe do texto, interprete: Por que, para o eu lírico:
a)   O amor é morto a cada instante de amor?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque, na visão do eu lírico, o amor pode se desgastar, pode morrer.

b)   O amor é “da morte vencedor”?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque o amor é vida, e sempre vence. Mesmo quando o amor termina, sempre renasce num novo amor.



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