segunda-feira, 11 de junho de 2018

TEXTO: BEOWULF E O DRAGÃO - IRENE MACHADO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Texto: BEOWULF E O DRAGÃO

    Havia um rei dinamarquês que era valente na guerra e sábio nos tempos de paz. Vivia num castelo esplêndido. Recebia muitos convites e dava festas maravilhosas. Mas tudo isso era bom demais para durar eternamente.
      Um dia, no final de uma festa, todos ouviram um ruído estranho. Era o dragão Grandel, que saíra do lago e entrara no castelo.  Engoliu o primeiro homem que encontrou e gostou tanto do sangue humano que atacou muitos outros. Deixou um rastro vermelho como marca de sua passagem.
      Desse dia em diante, a vida no castelo mudou completamente. O terrível Grandel aparecia todas as noites, matava os homens, bebendo seu sangue, e carregava o corpo para o lago.
       Nem mesmo os guerreiros mais fortes conseguiam vencê-lo, e o castelo acabou sendo abandonado.
     Depois de doze anos, esta história chegou aos ouvidos de Beowulf, um cavaleiro jovem e corajoso, capaz de vencer trinta homens ao mesmo tempo. Quando soube da desgraça que tinha se abatido sobre os súditos do rei dinamarquês, ficou comovido e não pensou duas vezes. Escolheu catorze combatentes e partiu para a Dinamarca.
       – Quem é você? – perguntou-lhe o rei.
       – Sou Beowulf, viemos libertá-lo do terrível Grandel.
     O rei sentiu o coração encher-se de esperança. Deu uma grande festa.
      Enquanto todos celebravam, um estranho assobio atravessou o castelo.
      As portas de ferro caíram por terra e o terrível Grandel entrou pela sala.
    Os olhos brilhavam, a boca cuspia fogo e as garras eram espadas que rasgavam o chão. Mas antes que ele conseguisse engolir um guerreiro, sentiu uma dor insuportável.
      Beowulf havia se lançado na direção do dragão e apertava sua garganta com uma força igual a de trinta homens. Grandel se retorceu, urrou, mas não conseguiu se soltar. Foi empurrado por Beowulf até o lago e morreu.
       O rei agradeceu ao herói e a vida voltou para o castelo. Mas no fundo do lago, uma velha feiticeira, a mãe de Grandel, resolveu vingar a morte de seu filho. Penetrou na grande sala do castelo e aprisionou o conselheiro do rei.
      – Caro Beowulf – disse o rei –, preciso novamente de sua ajuda.
                                                              Nesse mesmo dia, Beowulf e o rei montaram a cavalo e foram até o lago.
     Boiando sobre as águas, estava a cabeça ensanguentada do conselheiro.
      Beowulf mergulhou imediatamente, até que chegou no antro dos monstros. Viu uma mulher horrorosa sentada em cima de ossadas humanas.
      Era a mãe de Grandel. A bruxa se atirou sobre ele. Beowulf foi mais rápido. Sua espada cortou a garganta da velha. Mas ela continuou a atacá-lo.
      Nisso, o cavaleiro avistou uma espada gigantesca. Agarrou-a e arrancou a cabeça da velha. Foi só então que ele viu, ao lado, o corpo monstruoso de Grandel. Beowulf também lhe cortou a cabeça e carregou-a até a superfície.
      Mas depois que Beowulf libertou a Dinamarca desse monstro sinistro, sentiu muitas saudades de seu próprio país. Seu tio havia acabado de morrer. E como ele era o único herdeiro, foi coroado rei. Governou durante cinquenta anos com sabedoria e justiça.
      Foi quando novamente recebeu notícias de que um dragão incendiava a Dinamarca. Não perdeu tempo. Convocou sua tropa e viajou para enfrentar o monstro.
     O animal o esperava.  De sua garganta saíam chamas envenenadas e uma fumaça verde.  Os cavaleiros de Beowulf apavoraram-se e fugiram; Beowulf viu-se só diante do monstro. Mas havia alguém a seu lado: Wiglaf, o mais jovem dos homens de sua tropa.
       Esquecendo-se da espada, Beowulf atacou o dragão com tanta força que nem parecia que havia envelhecido. O monstro grunhiu e o sangue escorreu do ferimento de sua garganta.  Mesmo assim Beowulf foi atingi-lo com o golpe mortal e percebeu que sua espada havia se partido ao meio.
        Estava condenado. Então ouviu uma voz:
        – Estou a seu lado, meu rei.
     Era Wiglaf, que imediatamente atacou o dragão, ferindo-o mortalmente.
      O dragão estendeu a pata e atingiu o rei com suas garras venenosas. Beowulf sentiu o veneno penetrar nas profundezas de seu corpo. Antes que a vida o deixasse, disse:
        – Eu te nomeio rei, fiel Wiglaf. E como prova disso, aqui está o meu anel.
      Estas foram as últimas palavras do célebre matador de dragões, Beowulf.
       Ele morreu tranquilo, porque sabia que seu sucessor era o mais corajoso de todos os homens, o melhor de todos os guerreiros, e que reinaria com justiça, trazendo felicidade a seu povo.

Machado, Irene. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994. p. 99-100.

Entendendo o texto:
01 – Qual é o título do texto?
      Beowulf e o dragão.

02 – Qual é o tema principal do texto?
      A luta de Beowulf e o dragão.

03 – Quantos e quais são os personagens?
      São 20 personagens. O rei, o Grandel, Beowulf, os 14 combatentes, a feiticeira, o conselheiro e Wiglaf.

04 – Onde se passa a história? Justifique sua resposta.
      Na Dinamarca.

05 – Quem é o autor do texto?
      Irene Machado.

06 – Quantos parágrafos há no texto?
      Possui 30 parágrafos.

07 – Em sua opinião de que época é esta história? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.

08 – No momento de sua morte, quem o rei Beowulf, nomeio como sendo seu representante legal?
      Foi o mais novo guerreiro Wiglaf.

09 – Quem era a mulher que o rei Beowulf encontrou no fundo do lago?
      Era a bruxa mãe de Grandel.




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